Dólar recua para R$ 5,32 após divulgação de ata do Copom

Beneficiado pela divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que apontou a possibilidade de os juros aumentarem antes do tempo previsto, o dólar teve forte queda nesta terça-feira (26). Em direção oposta, a bolsa de valores começou o dia em alta, mas terminou em baixa pela quinta sessão consecutiva.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,327, com recuo de R$ 0,182 (-3,3%). Com o desempenho de hoje, o real corrigiu o atraso em relação a moedas de outros países emergentes, que haviam caído perante o dólar nos últimos dias.
No mercado de ações, o Ibovespa fechou esta terça aos 116.464 pontos, com recuo de 0,78%. O índice foi afetado principalmente pela desvalorização de ações de bancos.
Caso o Banco Central (BC) comece a elevar a taxa Selic (juros básicos da economia) ainda no primeiro semestre, o Brasil torna-se mais atrativo para o capital financeiro. Isso estimula a entrada de fluxos estrangeiros que pressionam para baixo a cotação do dólar.
A cotação, no entanto, não caiu apenas por causa das perspectivas em torno da política monetária. O clima mais otimista nos mercados internacionais e declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que uma eventual retomada do auxílio emergencial terá de ser coberta com recursos de outras áreas do orçamento, também foi bem recebida pelos investidores.
A queda na bolsa de valores foi parcialmente influenciada pela ata do Copom. Isso porque uma possível antecipação do aumento de juros diminui a atratividade da bolsa de valores e estimula aplicações em renda fixa, como títulos do Tesouro Nacional e Certificados de Depósitos Bancários (CDB).
*Com informações da Reuters
Edição: Nádia Franco


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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