Mariana: pesquisadores encontram metais tóxicos em peixes do Rio Doce

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Estudos desenvolvidos pela Rede Solos Bentos Rio Doce constataram que os rejeitos despejados pela Samarco aumentaram significativamente a presença de metais e metalóides nas águas, no solo e também nos peixes, que servem de alimento para boa parte das pessoas que vivem nas regiões próximas às margens do Rio Doce.

Joint-venture da Vale e da BHP Billiton, a Samarco é a empresa responsável pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015. A barragem integrava o Complexo Minerário de Germano. Na tragédia, cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeito escoaram ao longo do Rio Doce, causando impactos socioambientais em dezenas de municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo.

As análises feitas pelos pesquisadores tiveram início antes mesmo de os rejeitos, ricos em ferro, alcançarem o estuário do Rio Doce. “Assim que soubemos do rompimento da barragem iniciamos a coleta de amostras, de forma a termos material para complementar posteriormente o estudo”, disse à Agência Brasil o coordenador da Rede SoBen Rio Doce e professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ângelo Bernardino.

Impactos

A chegada dos rejeitos no estuário do rio durou entre 12 e 15 dias. Novos estudos, para acompanhar os primeiros efeitos desse lançamento de rejeitos no ecossistema, começaram a ser feitos pelo projeto, financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). “Comprovamos então o impacto desses rejeitos nos ecossistemas lacustres e na bacia do rio, assim como no estuário. Acredita-se que houve impacto sensível também na região marinha próxima”, disse o coordenador dos estudos.

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“Ainda em novembro de 2015, dias após a chegada dos rejeitos, vimos perda de biodiversidade. Cerca de 30% dos organismos que ali estavam, não estavam mais. Registramos um aumento muito rápido na concentração de metais e metalóides que não estavam lá, e vimos mudanças no ecossistema e no habitat do fundo do Rio Doce. Os estudos dos impactos iniciais foram publicados em 2017. Desde então, continuamos acompanhando o que acontece por ali”, acrescenta o professor

Risco ecológico

Os estudos mostraram que o acúmulo e a presença em grandes concentrações de metais colocavam o estuário sob grande risco ecológico. Esse risco decorre não apenas da concentração individual de metais, mas de suas combinações toxicológicas com outros materiais, uma vez que os rejeitos não ficam inertes após serem depositados no fundo dos estuários.

Processos bioquímicos são naturalmente alterados no fundo do estuário em função de presença ou ausência de oxigênio. Essas oscilações, no entanto, acabam sendo alteradas com a chegada dos rejeitos e com as reações causadas pelo ferro vindo da barragem com outros materiais encontrados ao longo do rio. “Esses elementos deixam então o fundo do rio e os solos para serem liberados na coluna d’água, de forma a contaminar também a fauna”, detalha Bernardino.

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“Vimos então a hipótese sendo verificada: ao se tornar biodisponível, parte desses elementos se acumularam na fauna, em especial nos peixes que são consumidos pelas populações locais”, completou.

Segundo o pesquisador, foi constatada a presença de manganês, metal que, ingerido de forma mais constante, pode resultar em efeitos adversos à saúde humana, causando distúrbios neurodegenerativos, como Alzheimer e Mal de Parkinson, além de toxicidades cardiovasculares e danos ao fígado. “Verificamos também o incremento de vários outros metais [além do manganês] em tecidos de peixes do Rio Doce, como o Bagre, muito consumidos apesar de a pesca estar restrita na região”, disse.

“A situação é complicada porque muitas pessoas que vivem ali não têm a menor condição de consumir outra proteína, que não a dos peixes”, completa.

Edição: Denise Griesinger

Fonte: EBC Geral

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BRASIL

Em Goiás, mais de 100 crianças e adolescentes estão à espera de adoção

Conforme o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SN), são apontados 1.058 pretendentes ativos para a adoção em Goiás.

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De acordo com os dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 460 crianças foram adotadas em Goiás desde 2019. Atualmente, em Goiás tem 748 crianças e/ou adolescentes acolhidos e 126 à espera de adoção, além de 83 já em processo de integração à família.

Não bastando os dados, o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SN) aponta que no Estado existem 1.058 pretendentes ativos para a adoção, sendo eles 72,8% casados, 2,8% divorciados, 9,5% solteiros e 14,2% em união estável.

Os dados apontam que a maioria dos pretendentes na fila para adotar uma criança não possuem preferência de gênero. Já 28,5% preferem adotar meninas e 7,3% apenas o sexo masculino.

Dados no Brasil

Segundo as informações do CNJ, no Brasil já são 33.683 crianças e adolescentes acolhidos e 4.995 na fila de espera. Além disso, atualmente 6.029 estão em processo de adoção à família.

Ao todo, mais de 26 mil crianças e adolescentes já foram adotados a partir de 2019. Ainda assim, há um total de aproximadamente 35 mil pretendentes ativos à espera de um filho adotivo no País.

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