Junho Vermelho busca aumentar número de doadores de sangue

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A campanha Junho Vermelho, realizada este mês por instituições públicas e privadas da área da saúde, busca conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue e, desse modo, angariar mais doadores voluntários.

O Ministério da Saúde estima que, no ano passado, devido à pandemia de covid-19, o número de doações tenha diminuído 20%, na comparação com o ano anterior. No primeiro trimestre de 2021, a taxa de doação voluntária da população brasileira era de 1,6%, dentro do padrão estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diretor médico da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, João Tyll, diz que a doação pode ser realizada com segurança, uma vez que são adotadas medidas de prevenção para evitar a propagação do vírus, sem risco para os doadores.

O autônomo Sebastião Castro da Silva, 53 anos, já realizou quatro doações de sangue durante a pandemia. “Sou doador de plaquetas há mais de seis anos. Comecei a doar para a filha de um médico que estava grávida de seis meses e foi diagnosticada com leucemia. A partir daí, não parei mais e sempre que recebo uma mensagem vou imediatamente fazer a doação para ajudar.”

Outro que aderiu ao movimento na pandemia foi o jornalista Fábio Resende que fez doações de sangue e plasma nos últimos cinco meses. “As propriedades do plasma ou soro convalescente humano, como uma terapia viável, possuem um grande potencial de tratamento para covid-19. Por esse motivo, no momento da doação, optei também por essa retirada”.

Para doar

Para doar sangue, a pessoa deve estar em boas condições de saúde e alimentada, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg e levar documento de identidade original com foto recente. É preciso evitar a ingestão de alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e respeitar o prazo de 12 horas para o caso de bebidas alcoólicas. Se estiver com sintomas de gripe ou resfriado, ou tiver tomado vacina recentemente, não deve doar temporariamente.

Estão impedidas de doar pessoas gripadas ou com processo alérgico que inclua tosse e coriza; que tenham feito tatuagem ou colocado piercing há menos de um ano; que tenham tido hepatite após os 11 anos de idade; tenham realizado endoscopia ou colonoscopia nos últimos seis meses; sejam usuários de drogas ilícitas. O banco de sangue da Santa Casa do Rio de Janeiro está localizado na Rua Santa Luzia, 206, região central da capital fluminense.

Estoques

O Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio) tem registrado uma baixa considerável em seus estoques, desde o início da pandemia. “Março [deste ano] foi muito ruim, afetou os estoques de abril; em maio, houve uma recuperação mas, de modo geral, teve uma diminuição importante no número de doadores no Rio de Janeiro e no Brasil. A situação está muito preocupante”, afirmou o diretor da instituição, Luiz Amorim, à Agência Brasil.

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Segundo ele, é necessário lançar novas ações para incentivar a doação porque a busca espontânea é sempre baixa. Em 2020, houve queda de 5% no número de doadores – na comparação com 2019. Em 2021, a redução já atinge mais 5%. Amorim afirma que, apesar de parecer uma diminuição pequena, o estoque em 2019 já não era confortável. “Agora, estamos vivendo uma situação de hospitais lotados, não apenas de pacientes de covid-19, mas de outras doenças, porque as pessoas esperaram o máximo para se tratar por causa da pandemia. Então, o consumo de sangue está em nível elevado, mais do que no ano passado”.

De acordo com o diretor do Hemorio, a média ideal é de 250 doadores por dia, mas esse número vem caindo mês a mês. Em março de 2021, o Hemorio registrou 150 doadores/dia. Em abril, a queda também foi grande, chegando a uma diminuição de 30% em relação ao que era na pré-pandemia.

Público jovem

A maior quantidade de doadores do instituto está na faixa etária de 20 anos a 39 anos, que responde por mais de 60% das doações. A faixa de 20 a 29 anos concentra 40% dos doadores. “A gente pode dizer hoje que o nosso público de doadores é um público jovem, o que é muito bom”. Segundo Amorim, isso é fruto de campanhas direcionadas e do uso intenso de mídias sociais.

As mulheres que há 20 anos representavam somente 15% dos doadores, hoje, representam 40%. “Já melhorou bastante. Mas se olhar para a população fluminense, 52% são do sexo feminino, o que mostra que isso pode aumentar”, afirmou Amorim lembrando que muitas mulheres que desejam doar não conseguem por causa da anemia, deficiência muito comum em mulheres devido às perdas menstruais.

Novas doações

No Dia Mundial do Doador de Sangue, lembrado hoje (14), o diretor do Hemorio faz um apelo para que as pessoas se mobilizem e se dirijam ao instituto para doar.

Para facilitar o trabalho dos potenciais doadores e evitar aglomerações, ele sugere que as pessoas agendem uma hora para a doação pelo telefone gratuito 0800-2820708 ou pelo site do Hemorio.

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“Com isso, o processo é muito mais rápido, a pessoa fica menos tempo na rua. É tudo muito mais fácil e mais prático”.

Hábito de doar

A advogada Valéria Esteves Ferreira Netto começou a doar no Hemorio em 1985. “Desde que me entendo por gente, eu queria doar. Mas custei a ter o peso necessário para poder doar, que são 50 quilos”, disse à Agência Brasil.

No ano seguinte, ao ver passar o carro do posto móvel do Hemorio, ela resolveu doar pela segunda vez e passou a fazê-lo de quatro em quatro meses.

Hoje aposentada, Valéria contou que começou a doar plaquetas para ajudar uma amiga que estava com leucemia e morava em Belo Horizonte. A partir daí, tornou-se doadora permanente do Hemorio. “Acho que já doei umas 206 vezes”. Mensalmente, Valéria doa plaquetas no instituto. “Vou doar até não poder mais.”

Para as pessoas que têm medo, ela afirma que o processo é indolor. “Pode doar porque não dói nada. É seguro. Você sai tão satisfeito, se sentindo uma pessoa melhor, porque está doando”.

“Acho que é um ato de amor doar sangue. Isso me faz muito bem. Tanto que todo mês estou lá. Quando não posso doar, fico chateada. É uma coisa que faz bem para a pessoa que doa e para outras pessoas. É uma coisa que não tem efeito colateral, não tem recomendação contra, não transmite doença; as seringas são descartáveis”, afirmou Valéria.

Selfie que salva

Operadoras de saúde também entraram na campanha para estimular a doação de sangue no mês de junho. A Unimed-Rio lançou a campanha #selfiequesalva, com o objetivo de contribuir para o aumento do estoque nos bancos de sangue do Rio de Janeiro.

Na avaliação do superintendente de Mercado e Operações na Unimed-Rio, Mauro Madruga, “a campanha #selfiequesalva reforça esse significado de forma lúdica, ao mostrar a semelhança do ato de fazer uma selfie e a de doar sangue”.

Segundo ele, 90% dos brasileiros tiram selfie, mas apenas 1,6% doa sangue. “Queremos sensibilizar a população para a importância desse ato, que ganha ainda mais relevância com a pandemia, quando houve um aumento da demanda de transfusão de sangue em pacientes que apresentam formas graves da covid-19″, completou Madruga.

A campanha propõe um desafio para que outras empresas incentivem seus colaboradores a doar, da mesma forma que parentes de familiares internados com covid-19. Segundo o superintendente, todos os bancos de sangue do Rio de Janeiro estão na campanha.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Saúde

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SAÚDE

Encontro promove troca de experiências internacionais no cuidado a pessoas com sífilis

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O Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) promoveu, na terça-feira (11), o webinário Atuação da Enfermagem na Atenção às Pessoas com Sífilis – Relatos de Experiências. O evento, moderado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em cooperação internacional com o Ministério de Saúde e Bem-estar Social do Paraguai, reuniu profissionais e gestores de enfermagem do Brasil e do Paraguai, proporcionando um espaço para a troca de experiências sobre as melhores práticas no tratamento da sífilis

Durante o evento, a Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis brasileira destacou a relevância da troca de experiências entre os profissionais de Saúde entre os dois países para a atualização das práticas de prevenção e manejo da doença, principalmente em gestantes e populações mais vulnerabilizadas, destacando a participação ativa dos profissionais de enfermagem e a colaboração internacional para fortalecer o combate à sífilis na América Latina. 

As representantes do Paraguai, enfermeiras Lucia Belém Martinez Alderete e Alan Nícolas Ascona Gonzales, compartilharam experiências no combate à sífilis congênita, com foco em estratégias de monitoramento e gestão. No Brasil, a enfermeira Ivani Gromann apresentou o trabalho realizado na Atenção Primária à Saúde em Cacoal (Rondônia), enquanto o enfermeiro Erasmo Diógenes discutiu as abordagens no atendimento de pessoas em situação de rua em São José do Rio Preto (São Paulo) e Maria Alix (Ceará) sobre o uso racional da penicilina. 

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O webinário também destacou os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde – especialmente em relação à interpretação de exames e à avaliação de cicatrizes sorológicas, que podem levar à tratamentos inadequados, principalmente em gestantes. 

Outro ponto discutido foi o uso racional da penicilina no tratamento da sífilis, um medicamento regulamentado para prescrição pela enfermagem, mas que ainda enfrenta desafios para garantir que todos os profissionais de saúde estejam qualificados para utilizá-la corretamente. 

Em relação ao atendimento a pessoas em situação de rua, foi apresentado o modelo de cuidado desenvolvido em São José do Rio Preto, enfatizando a distribuição de kits de saúde e a realização de exames no local. 

Swelen Botaro e João Moraes
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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