Opinião

O combate ao etarismo no mercado de trabalho

Espera-se que na próxima década os efeitos da Longevidade ativa e saudável provoquem uma mudança significativa na população trabalhadora, com a permanência de pessoas acima dos 50 anos no mercado de trabalho.

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Nos últimos tempos, o termo ESG ganhou grande visibilidade. As questões ambientais, sociais e de governança passaram a ser consideradas, colocando uma pressão positiva sobre o setor empresarial. ESG – sigla em inglês que significa environmental, social and governance -, são as práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. Corresponde a uma nova maneira de pensar nas companhias. O termo foi criado em 2004, em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins. Surgiu de uma provocação do secretário-geral da ONU Kofi Annan a 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar essas boas práticas no mercado de capitais.

Empresas preocupadas com questões ambientais, sociais e de governança se destacam em seus nichos, já que o consumo consciente é uma tendência mundial. Além disso, constroem um bom relacionamento com o governo e a população melhorando a reputação, pois reconhecem seu papel de agentes transformadores da sociedade.

Segundo o estudo dos professores da Universidade Harvard, Mozaffar Khan, George Serafeim e Aaron Yoon, pelo ponto de vista econômico, a adoção das boas práticas traz maior lucratividade, redução do custo do capital e melhora do valuation das empresas ao longo do tempo.

Mais importante ainda que isso, a maior consciência dessas empresas nos permite construir um mundo mais ético, saudável e justo.

Dentro da sigla ESG, o “S” aborda os relacionamentos das empresas com a comunidade, parceiros e empregados. Uma forte proposta ESG pode ajudar as empresas a atrair e reter colaboradores de qualidade, aumentar a sua motivação, incutir um senso de propósito e aumentar a produtividade. Estudos recentes mostraram que o impacto social positivo se correlaciona com maior engajamento dos funcionários, e intimamente atrelado aos retornos positivos dos acionistas. Neste ponto também são incluídas as boas relações de trabalho, diversidade e inclusão.

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Nesse contexto, o envelhecimento da população deve estar na pauta das empresas, já que é uma das dimensões mais significativas da mudança demográfica global. A inversão na pirâmide etária gerará um crescimento importante na população 50 +.

Espera-se que na próxima década os efeitos da Longevidade ativa e saudável provoquem uma mudança significativa na população trabalhadora, com a permanência de pessoas acima dos 50 anos no mercado de trabalho. As sociedades e as empresas devem adaptar suas políticas e serviços para responder às mudanças na estrutura etária.

Em pleno século 21 é inacreditável que os maduros continuem a enfrentar discriminação e exclusão como resultado de sua idade. Em momentos de turbulências sociais e econômicas, como o que o mundo vive, sem dúvida, um grande diferencial é a experiência e a prudência. Os maduros são bastante reflexivos e menos impulsivos na tomada de decisões, comparados, por exemplo, aos Millennials.

O trabalhador maduro tem mais capacidade de pensamento crítico e são considerados mais tolerantes, estáveis, responsáveis e fiéis à empresa. Os anos também ajudam na capacidade de liderança, colaboração e relacionamento. Obviamente não podemos generalizar para todos os casos, entretanto, a inteligência emocional e o autoconhecimento se potencializam ao longo dos anos, beneficiando a população madura.

O que se observa nos últimos dois anos, é uma mudança nas empresas em relação ao assunto. Pelo menos já é pauta de comitês e das áreas de Recursos Humanos das corporações. Ainda falta muito, mas já é um início. Como toda mudança social, vai requerer tempo.

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Uma das formas para combater o etarismo é disseminar informações pertinentes ao tema, como artigos que desmistificam a relação dificultosa entre maduros e tecnologia. Além disso, é importante incentivar o recrutamento de candidatos acima de 50 anos e criar estratégias para evitar conflitos de gerações dentro da corporação. As empresas devem criar políticas claras para eliminar o etarismo, e devem contar com uma equipe diversa e multigeracional que traz diferenciais competitivos, como mais inovação, criatividade e propósito.

Contudo, há uma contrapartida por parte dos maduros, que impõe o desafio para continuar no mercado: eles precisam estar em constante qualificação e sempre estar procurando capacitação e treinamento, ou seja, aplicar o “lifelong learning” ou “aprendizado ao longo da vida” que nunca deve ter data para acabar.

Muitos deles também terão que continuar trabalhando para a complementação da renda da aposentadoria pela falta de emprego. Neste desafio, surgem alternativas como o empreendedorismo liderado por sêniores.

O importante é manter o aprendizado constante, independentemente da idade que se tenha. Mudanças sempre irão ocorrer e ter resiliência para perceber os novos processos torna-se essencial para o mercado de trabalho.

Cristián Sepúlveda é CEO da Silver Hub.

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ARTIGO

Linhas gerais sobre o seguro rural em sua modalidade de produção

Uma vez comprovado e aprovado o sinistro, a Seguradora efetua o pagamento da indenização ao produtor rural, dentro do prazo previsto no contrato e na forma contratada.

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Dra. Kellen Bombonato é advogada.

O seguro agrícola é um contrato por meio do qual o produtor rural se compromete a fazer o pagamento de um prêmio à Seguradora em troca da garantia de receber uma indenização em caso de perda na sua produção.

É sabido que muitos fatores podem comprometer a produtividade das lavouras, implicando em perdas na produção e, consequentemente, diminuição da renda. Eventos climáticos adversos (como secas, geadas, excesso de chuvas, granizo), pragas e doenças (como infestação de insetos, fungos, vírus que podem atingir as plantas), além de outros riscos (como incêndios e inundações por exemplo), podem comprometer as lavouras.

O seguro agrícola existe justamente para minimizar esses riscos e oferecer uma proteção financeira a quem produz, ou seja, esse tipo de seguro funciona como uma “rede de segurança”, garantindo que, em caso de perdas em sua plantação, o produtor possa recuperar parte de seus investimentos.

Assim, o seguro agrícola funciona como verdadeiro mecanismo de proteção financeira destinado a produtores rurais que objetiva mitigar os impactos negativos causados por eventos adversos que possam comprometer a produção agrícola.

Normalmente, funciona como uma apólice de seguro tradicional, mas é especificamente adaptado para cobrir as perdas no agronegócio e oferece diversas opções de cobertura, permitindo que os produtores escolham a proteção que melhor atende às suas necessidades específicas.

A modalidade mais comum contratada pelo produtor é o seguro de produção, que é aquele que cobre os custos diretos de produção, que envolvem os insumos (sementes, adubos, fertilizantes, defensivos) e a mão de obra, em caso de perda total ou parcial da colheita, garantindo que os produtores possam recuperar os investimentos feitos na produção, mesmo quando a colheita resta comprometida.

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Para contratar o seguro de produção é preciso seguir algumas etapas: 1) em primeiro lugar há todo o processo de contratação, quando o produtor pesquisa e escolhe uma seguradora séria e experiente, que lhe ofereça produtos de seguro agrícola; 2) o produtor deve comparar diferentes opções para encontrar a melhor cobertura e as melhores condições e a Seguradora, por sua vez, realiza uma avaliação dos riscos associados à propriedade rural e às culturas, o que pode incluir visitas técnicas, a análise de histórico de produção, das condições climáticas da região, e outros fatores relevantes; 3) com base nessa avaliação, a Seguradora e o produtor definem as coberturas desejadas, os limites de indenização, e o valor do prêmio do seguro (o custo da apólice) e o contrato é então formalizado.

O “prêmio” é o valor que o produtor paga à Seguradora pela cobertura do seguro. Ele é calculado com base em diversos fatores, incluindo o tipo de cultura, área plantada, histórico de produção, e os riscos específicos da região. O pagamento pode ser feito de forma única ou parcelada, dependendo dos termos acordados com a Seguradora e constantes na apólice.

A apólice de seguro agrícola possui um período de vigência dentro do qual as coberturas são válidas e que geralmente coincide com o ciclo de produção da cultura segurada, desde o plantio até a colheita.

No caso da superveniência de um evento adverso que cause perdas na produção, o produtor deve comunicar imediatamente o sinistro à Seguradora, registrando essa comunicação. Se a comunicação for feita via contato telefônico, o produtor deve anotar o número do protocolo desse atendimento para comprovar que comunicou o sinistro no primeiro momento em que teve conhecimento do mesmo. Se a comunicação for feita por e-mail, já ficará registrada e servirá como prova. O importante é que a comunicação seja feita dentro do prazo estipulado na apólice e que seja registrada pelo produtor.

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A Seguradora enviará seus peritos a campo para avaliar os danos causados, verificando in loco a extensão das perdas e se estas estão cobertas pela apólice. Todo esse procedimento pode incluir a inspeção da área afetada e a análise de documentos e evidências fornecidas pelo produtor.

Com base na avaliação completa dos danos, a Seguradora calcula o valor da indenização de acordo com os termos da apólice, sendo este o valor destinado a compensar as perdas sofridas pelo produtor, até o limite da cobertura contratada.

Uma vez comprovado e aprovado o sinistro, a Seguradora efetua o pagamento da indenização ao produtor rural, dentro do prazo previsto no contrato e na forma contratada.

Destarte, ao seguir as etapas descritas, o produtor estará mais bem preparado para escolher a cobertura ideal, contratar o seguro agrícola com tranquilidade e ficar protegido contra os imprevistos que podem prejudicar o seu trabalho no campo, garantindo a segurança da sua produção e da sua renda.

Dra. Kellen Bombonato é advogada

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