Economia
Intempéries climáticas levam Conab a reduzir previsão da safra 23/24 em 747,5 mil toneladas

A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 pode atingir 316,71 milhões de toneladas, 1,5% ou 4,7 milhões de toneladas abaixo do obtido em 2022/23 (321,41 milhões de t). Os números fazem parte do segundo Levantamento da Safra de Grãos, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (09.11). Em comparação com a previsão anterior, de outubro, houve uma redução de 747,5 mil t, ou 0,2%.
Segundo a Conab, com o avanço da semeadura no início de novembro, as atenções se voltam para a evolução das lavouras. “O porcentual de área semeada, atualmente, apresenta-se aquém do observado no mesmo período da safra anterior, em virtude, principalmente, do excesso de chuvas na Região Sul e Sudeste e às baixas precipitações no Centro-Oeste”.
A segunda estimativa aponta crescimento de 0,5% sobre a área cultivada, passando para 78,9 milhões de hectares. Além das culturas de primeira safra, cujo calendário de plantio se estende até o fim de dezembro, a área prevista abrange também as culturas de segunda e terceira safras e as de inverno, com os plantios se encerrando em junho.
Considerando que as culturas de primeira safra ainda estão em fase de plantio, e as demais culturas iniciam a semeadura a partir de janeiro, em relação à produtividade e área, a Conab utilizou modelos estatísticos e informações provenientes dos trabalhos realizados em campo.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, disse em comunicado que “a expectativa é de novamente termos uma potente safra de grãos no País, apesar das questões climáticas provocadas pelo El Niño. As informações levantadas pela Conab indicam, neste momento, que possivelmente teremos a segunda maior produção de grãos da história brasileira, podendo ser a primeira, por causa do aumento da área plantada”.
De acordo com o boletim, a soja deverá atingir uma produção estimada em 162,4 milhões de toneladas (aumento de 5,1% ante 2022/23, que foi de 154,60 milhões de t). O crescimento é de 2,8% na área a ser semeada, o que ainda consolida o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa.
Quanto ao milho, houve redução de 5% na área total a ser cultivada, calculada em 21,1 milhões de hectares, com produção total prevista em 3 safras de 119,07 milhões de toneladas, baixa de 9,6% ante 2022/23 (131,76 milhões de t). A primeira safra, de verão, em fase de plantio, pode atingir 25,86 milhões de t, queda de 5,% ante o ano passado (27,37 milhões de t).
Já para o algodão, é esperado um crescimento de 4,2% na área a ser semeada, em um total de 1,73 milhão de hectares, e produção de pluma em 3,04 milhões de toneladas. O volume representa diminuição de 4,1% ante 2022/23 (3,17 milhões de t).
No caso do arroz, há expectativa de crescimento de 5,2% na área que está sendo semeada e produção de 10,82 milhões de toneladas. A previsão de produção é 7,8% maior ante 2022/23, que foi de 10,03 milhões de t.
Para o feijão, a previsão é de crescimento previsto de 3,3% na área total a ser semeada com as três safras, estimada em 2,8 milhões de hectares, e com a produção total no País de 3,06 milhões de toneladas, leve aumento de 0,7% ante 2022/23 (3,04 milhões de t). A primeira safra pode alcançar 950,7 mil, pequena baixa de 0,6% ante 2022/23 (956,6 mil t) (Broadcast, 9/11/23)
Fonte: Pensar Agro


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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