FPA quer R$ 21 bilhões para equalizar juros do crédito rural

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Vinte e um bilhões de reais. Esse é o montante que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vai pedir ao governo federal para reforçar no orçamento a equalização de juros do crédito rural para a próxima temporada.

A proposta é passar dos atuais R$ 13,6 bilhões para cerca de R$ 21 bilhões. A verba é gasta ao longo de vários anos para subsidiar as operações de crédito rural. A demanda do setor e da FPA é por R$ 3 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) ainda em 2024. A verba atual é de R$ 947,5 milhões.

Isan Rezende                                          Imagem: assessoria

IA – Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA) disse estar de acordo com os números apresentados pela FPA. “O agronegócio brasileiro enfrenta desafios significativos em relação ao financiamento, especialmente quando consideramos as necessidades crescentes para equalização de juros do crédito rural. Para garantir a sustentabilidade e competitividade da agricultura brasileira, é crucial que o governo aloque recursos suficientes para apoiar os produtores. O orçamento atual não atende plenamente às demandas, e isso pode comprometer a nossa capacidade de crescimento”, comentou.

“Precisamos de uma equalização de juros robusta, que permita aos produtores acessar crédito com condições mais favoráveis. O Instituto do Agronegócio defende que o montante destinado para essa finalidade deve ser substancialmente aumentado. Sem um apoio financeiro adequado, corremos o risco de ver uma desaceleração nos investimentos e na produção, afetando não só o setor agrícola, mas toda a economia do país”, disse Rezende.

“Além disso, é fundamental que o governo considere as especificidades regionais e as particularidades de cada tipo de produção. A realidade de um produtor no Sul é diferente de um no Nordeste, e nossas políticas de crédito devem refletir essas diferenças para serem verdadeiramente eficazes”, completou Isan Rezende.

Pedro Lupion             Imagem: arquivo pessoal

FPA – O presidente da Frente, deputado Pedro Lupion destacou a preocupação com a possível falta de espaço fiscal para atender a necessidade apontada pelas entidades do campo. Segundo ele, as notícias transmitidas por membros do governo até agora dão conta da disponibilização de montante acima de R$ 400 bilhões.

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“Para isso precisa ter equalização de juros condizente. Não vejo espaço fiscal para isso. Há um receio de que os R$ 7 bilhões [destinados para a compra] do arroz possa ser compensado do Plano Safra”, alertou em conversa com jornalistas hoje.

Questionado se a revisão de gastos ameaça o Plano Safra, o presidente da FPA disse que não tem certeza se há recursos reservados para a equalização dos juros do crédito rural na temporada 2024/25.

“As informações que recebemos são de contingenciamento e de que o auxílio à seca será descontado no Plano Safra. Essa equalização [do Plano Safra 2023/24], que foi de R$ 13,5 bilhões, tem de chegar a pelo menos R$ 20 bilhões. Nós pedimos R$ 21 bilhões. Não estou enxergando esse número e fica essa preocupação. Tenho dúvidas se existe esse dinheiro e se sabem de onde vão tirar”, relatou Lupion.

O governo ainda não apresentou os cálculos de quanto será consumido do orçamento previsto para o Plano Safra 24/25 com as prorrogações de parcelas de investimentos com vencimento neste ano. A adesão às prorrogações terminou em 31 de maio.

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“As demandas para o Plano Safra 24/25 estão estruturadas. Ele deve ser anunciado na próxima semana e passou do tempo de ter essa posição de conversa com a Fazenda, Casa Civil, Agricultura e Secretaria de governo para termos posição clara de demandas”, acrescentou Lupion.

PLANO – O anúncio do Plano Safra da agricultura empresarial está previsto para próxima quarta-feira (26.06). Integrantes da equipe econômica e dos ministérios da Agricultura admitem que as discussões para elaboração do plano estão atrasadas. A pauta de medidas de socorro ao Rio Grande do Sul “prendeu” a agenda dos técnicos responsáveis pelos cálculos e definições de montante de recursos, orçamento e juros.

Orçamento – O Ministério da Agricultura pediu R$ 452,3 bilhões com corte de até 3,5 pontos percentuais nos juros. Para isso, solicitou R$ 10 bilhões de orçamento. Já o Ministério do Desenvolvimento Agrário sugeriu R$ 80 bilhões para o Pronaf. Nesta terça-feira (18/6), será realizada uma rodada de cálculos em cima das propostas iniciais.

Parte da equipe econômica não vê espaço para pedir abertura de crédito extraordinário, justamente por conta da dificuldade fiscal em Brasília. Se isso se concretizar, o corte nos juros deverá ser menor que o esperado pelos ministérios, apurou a reportagem.

“Temos uma demanda grande por equalização de juros que possibilita acesso a crédito e abre mercado de crédito a produtores. Demandamos R$ 21 bilhões para a equalização de juros, reforço ao auxílio à comercialização”, completou.

Lupion defendeu também o reforço para o seguro rural. “Estados que não buscavam o seguro, como do Centro-Oeste estão buscando seguro. O corte importante na faixa de beneficiários do Proagro [Programa de Garantia da Atividade Agropecuária] fará produtores buscarem mercado de seguro rural, porque não há outra opção e o seguro no mercado é mais caro”, afirmou.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Brasília se consolida como melhor cidade para o agro em 2024

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Em 2024, Brasília foi reconhecida como a melhor cidade para negócios no agronegócio, uma conquista que reflete as ações estratégicas e os investimentos do Governo do Distrito Federal (GDF) na área.

A avaliação foi realizada por uma consultoria especializada, que levou em consideração fatores como infraestrutura, localização estratégica e o desenvolvimento econômico da região. Com uma série de iniciativas voltadas à sustentabilidade, segurança alimentar e apoio ao setor rural, a capital federal se destaca como um exemplo de progresso para o agronegócio no Brasil.

A infraestrutura rural foi um dos pilares do crescimento de Brasília como centro agroempresarial. Durante o ano de 2024, o GDF investiu pesado na recuperação de 1.700 km de estradas rurais, facilitando o escoamento da produção e o acesso a mercados. Além disso, o Polo de Agricultura Irrigada foi um dos projetos mais importantes, promovendo o uso eficiente da água, recurso cada vez mais escasso.

O programa também incluiu a recuperação e construção de mais de 100 km de canais, que beneficiaram diretamente 209 famílias de produtores rurais. Para garantir a segurança hídrica, o GDF implementou 10 reservatórios com capacidade de 380 mil litros cada, fortalecendo a resiliência das propriedades diante de períodos de seca.

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A pecuária também teve destaque em 2024 com a implementação do Programa Distrital de Sanidade dos Caprinos e Ovinos (PDSCO), que fortaleceu a caprino-ovinocultura no DF. O programa instituiu o cadastro obrigatório de propriedades, fiscalizou eventos e o transporte de animais, assegurando a qualidade genética e sanitária do rebanho.

Já a qualidade dos alimentos passou a ser monitorada com mais rigor, graças à parceria entre a Secretaria da Agricultura e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que intensificou a fiscalização de resíduos de agrotóxicos.

O apoio direto ao produtor rural também foi ampliado. O programa Pró-Rural, que oferece isenção de ICMS, aprovou 33 projetos que beneficiaram o cultivo de cereais, feijão, tomate e a criação de aves. Já o Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural (FDR) investiu mais de R$ 3 milhões em 36 projetos em 2024, focando em cooperativas e produtores individuais, com o objetivo de fortalecer a produção e a competitividade do agronegócio local.

Uma das grandes vitórias do ano foi a entrega do Empório Rural do Colorado, um espaço que conecta produtores e consumidores, promovendo a comercialização direta e o fortalecimento da agricultura familiar. Com a movimentação de R$ 43 milhões em chamamentos públicos, o GDF conseguiu abastecer escolas e programas sociais, ampliando o impacto da agricultura familiar na alimentação da população.

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Os eventos do setor agropecuário também tiveram papel fundamental na visibilidade e no crescimento dos negócios em Brasília. A AgroBrasília 2024, uma das maiores feiras do setor, gerou R$ 5,1 bilhões em negócios, com destaque para a inovação tecnológica no AgroHack Ideias, que premiou soluções inovadoras para o campo.

Já o 1º Berry Day, voltado ao cultivo de frutas vermelhas, demonstrou o potencial crescente de nichos específicos da produção agrícola. A Expoabra, com a presença de 1.419 animais, e a FestFlor, que movimentou R$ 12 milhões, também mostraram a força do setor agropecuário no DF.

Além do apoio econômico, 2024 foi um ano de forte compromisso social e ambiental. A Secretaria da Agricultura, por meio de programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PAA – Cozinhas Solidárias, distribuiu 428 mil kg de alimentos, beneficiando cerca de 150 mil pessoas e dezenas de pequenos produtores rurais.

O programa Reflorestar, que distribuiu 46 mil mudas para a recuperação de áreas degradadas, também se destacou como uma ação importante para promover a sustentabilidade no campo.

Fonte: Pensar Agro

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