Agronegócio

Bioinsumos ganham espaço no Brasil, mas desafios regulatórios ainda preocupam o setor

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Os bioinsumos já ocupam 31% da área cultivada e estão presentes em 60% das propriedades rurais brasileiras, segundo as mais recentes pesquisas. Essa expansão reflete o avanço do Brasil como líder global na adoção de insumos biológicos, considerados uma alternativa sustentável aos agroquímicos convencionais.

No entanto, o crescimento acelerado dessa prática traz à tona preocupações com qualidade, regulamentação e segurança, especialmente no caso dos bioinsumos “on farm” – aqueles produzidos ou multiplicados diretamente nas fazendas.

A promulgação da Lei nº 15.070, em 2024, conhecida como o Marco Legal dos Bioinsumos, foi um marco celebrado pelo setor. A nova legislação estabelece diretrizes para a produção, comercialização e uso de insumos biológicos, trazendo avanços como a dispensa de registro na Anvisa e no Ibama. Apesar disso, a responsabilidade de fiscalização recai integralmente sobre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que enfrenta desafios para garantir o cumprimento das normas e a segurança do mercado.

A prática de produção de bioinsumos “on farm” oferece aos agricultores a possibilidade de reduzir custos, mas também levanta questões críticas sobre controle de qualidade. Estudos da Embrapa revelaram que grande parte das amostras avaliadas apresentavam contaminações ou ausência do micro-organismo desejado.

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Em um dos levantamentos, 90% das amostras de controladores biológicos não continham os agentes esperados. Além disso, 44% dos micro-organismos encontrados eram potencialmente patogênicos para animais e humanos, representando um risco para a saúde e para as exportações brasileiras.

Outro problema destacado é a padronização inadequada de meios de cultura. Muitas empresas fornecem insumos e equipamentos sem oferecer suporte técnico suficiente, deixando os produtores sem o conhecimento necessário para assegurar a eficácia do produto. Isso pode resultar na proliferação de bactérias resistentes ou na perda de eficiência dos bioinsumos.

O Ministério da Agricultura desempenha um papel central na implementação do Marco Legal dos Bioinsumos. Entre suas principais responsabilidades estão a criação de regulamentações claras, a atualização frente às inovações tecnológicas, o equilíbrio entre os interesses dos diferentes atores do setor e a fiscalização rigorosa. Especialistas destacam que, embora a lei seja um passo importante, a capacitação de produtores e o desenvolvimento de infraestrutura para pesquisa e distribuição ainda são entraves que precisam ser superados.

Além disso, a produção “on farm” precisa ser acompanhada de perto para evitar impactos negativos na saúde humana e ambiental. A Associação Brasileira de Indústrias de Bioinsumos (Abinbio) tem se posicionado como um agente importante nessa discussão, promovendo diálogos com o governo e buscando conscientizar sobre os riscos e as necessidades do setor.

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Apesar dos desafios, o uso de bioinsumos representa uma oportunidade única para o Brasil consolidar sua posição como líder em agricultura sustentável. A redução do uso de agroquímicos, aliada ao desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e seguras, pode beneficiar tanto a produtividade quanto o meio ambiente.

O sucesso dessa jornada dependerá de uma articulação eficiente entre governo, setor privado e produtores rurais, garantindo que a qualidade e a segurança sejam prioridades. Com o Marco Legal dos Bioinsumos, o Brasil dá um passo significativo rumo a uma agricultura mais moderna, sustentável e competitiva no cenário global.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Abics Forma Primeiros IC Graders no México para Avaliação Sensorial de Café Solúvel

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A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) realizou, entre 18 e 21 de fevereiro, o primeiro curso internacional para formação de Instant Coffee Graders (IC Graders) na cidade de Ixtaczoquitlán, no estado de Veracruz, México. O curso capacitou 11 profissionais mexicanos, das empresas Cafiver, Cafinco, Cafesca e Catoex, que agora estão aptos a avaliar e emitir laudos de análise sensorial de café solúvel, com base na metodologia exclusiva desenvolvida pela Abics, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). Essa metodologia resultou no Protocolo Global de Avaliação Sensorial do Café Solúvel.

Eliana Relvas, consultora da Abics e responsável pela coordenação do curso, destacou que a expansão da formação para outros países é um passo importante para a disseminação de uma metodologia única de avaliação sensorial global. “Concretizamos a ideia de levar a capacitação de IC Graders a outros países. O México é o terceiro maior produtor e o quinto maior consumidor de café solúvel no mundo. A formação desses primeiros profissionais mexicanos é um marco para o fortalecimento do setor e ajudará a guiar os consumidores locais na escolha do melhor produto, conforme seus gostos”, afirmou.

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Eliana também mencionou que um dos pontos comuns identificados pelos profissionais mexicanos foi a percepção negativa da qualidade do café solúvel pelos consumidores. “Essa metodologia contribui para desmistificar essa visão, ao demonstrar que o café solúvel possui atributos específicos que são desejáveis e que o tornam não apenas atraente como bebida, mas também em diversos produtos como bebidas prontas para consumo, balas, doces, chocolates, bombons e sorvetes”, explicou.

O curso realizado no México marca um novo capítulo na história da Abics e reforça seu compromisso com a globalização da qualidade e cultura do café solúvel. Desde a implementação do Protocolo de Avaliação Sensorial, a Abics já formou 56 IC Graders, sendo 14 mexicanos (três dos quais se capacitaram no Brasil) e 42 brasileiros.

“Todas as indústrias que produzem ou comercializam café solúvel no Brasil já contam com, pelo menos, dois profissionais formados, o que fortalece nosso objetivo de proporcionar uma percepção mais precisa da qualidade e versatilidade do café solúvel”, conclui Eliana.

O Protocolo Global de Avaliação Sensorial do Café Solúvel criou selos de qualidade como “Excelência”, “Premium” e “Clássico”, que classificam os produtos de acordo com sua melhor aplicação. Esses selos ajudam os consumidores a identificar a melhor utilização para cada marca de café solúvel. Para mais informações sobre as características e qualidade dos cafés solúveis, acesse: https://descubracafesoluvel.com/.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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