Brasil critica possível tarifa dos EUA sobre etanol e defende negociações para o setor sucroalcooleiro

O ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, classificou como “irracional” uma possível imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre o etanol brasileiro. Segundo ele, historicamente, Brasil e EUA negociam conjuntamente o comércio de etanol e açúcar, e qualquer alteração unilateral nesse equilíbrio prejudicaria a relação comercial entre os dois países.
As declarações de Silveira foram feitas após o presidente norte-americano, Donald Trump, decidir encerrar tarifas reduzidas que vigoravam há décadas, elevando-as para patamares equiparáveis aos de outros parceiros comerciais. Em um comunicado, a Casa Branca citou a tarifa brasileira sobre o etanol como um exemplo de prática comercial desleal.
“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil aplica um imposto de 18% sobre as exportações norte-americanas de etanol. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, mas exportaram apenas US$ 52 milhões para o mercado brasileiro”, destacou o informativo.
Silveira rebateu a posição do governo norte-americano e defendeu que, para que a medida seja justa e recíproca, os EUA também deveriam reduzir as barreiras de entrada do açúcar brasileiro no país.
“A decisão do presidente Trump é infundada, pois não inclui nenhuma medida para permitir um aumento das exportações de açúcar brasileiro para os EUA”, afirmou o ministro em nota.
Impactos comerciais e possibilidades de negociação
Embora a decisão de Trump não tenha efeito imediato, especialistas avaliam que ela pode resultar em tarifas mais elevadas para parceiros comerciais a partir de abril, impulsionando negociações com diversos países para reduzir barreiras tarifárias e comerciais. O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, sinalizou que vê possibilidade de dialogar com os EUA sobre o tema.
O Brasil, um dos maiores produtores de açúcar do mundo, registrou uma produção de aproximadamente 35 bilhões de litros de etanol em 2024, mas exportou menos de 6% desse volume. Desses, apenas 300 milhões de litros tiveram como destino os Estados Unidos, conforme dados do BTG Pactual. Em contrapartida, o Brasil importou 192 milhões de litros de etanol no mesmo período, sendo 109 milhões provenientes do mercado norte-americano. O levantamento também destacou que, enquanto os EUA produzem etanol a partir do milho, o Brasil tem predominância do etanol de cana-de-açúcar.
Na nota divulgada por Silveira, o ministro destacou que os EUA impõem uma tarifa de US$ 360 por tonelada sobre as importações de açúcar fora das cotas preferenciais, o que representa um imposto de 81,2% sobre o valor de mercado — significativamente superior à tarifa de 18% aplicada pelo Brasil ao etanol norte-americano.
Atualmente, a cota de importação de açúcar imposta pelos EUA ao Brasil é de 147.540 toneladas, o equivalente a apenas 0,4% do total exportado pelo país.
“Há anos o Brasil enfrenta dificuldades para exportar açúcar para os Estados Unidos, exceto em pequenas cotas, pois as tarifas aplicadas tornam inviável a comercialização”, afirmou Evandro Gussi, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), em entrevista à Reuters.
Por outro lado, a US Renewable Fuels Association, entidade do setor de biocombustíveis nos EUA, manifestou apoio à medida de Trump e agradeceu “o compromisso do presidente em restabelecer uma relação comercial justa e recíproca no mercado de etanol com o Brasil”.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Impacto das Tarifas da União Europeia sobre Grãos dos EUA Pode Afetar Setor Pecuário, Afirma FEFAC

As tarifas impostas pela União Europeia sobre grãos dos Estados Unidos, como parte de uma resposta ao aumento das taxas de importação sobre aço e alumínio decidido pelo governo de Washington, podem afetar significativamente o setor pecuário europeu, especialmente os produtores dependentes de importações para a fabricação de ração animal. A advertência foi feita na quarta-feira pela FEFAC, a associação que representa a indústria de fabricação de rações para gado.
A União Europeia mantém um superávit comercial com os Estados Unidos no setor agrícola, uma questão frequentemente abordada pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Apesar disso, os Estados Unidos são o maior fornecedor de soja da UE e um importante exportador de milho.
A Comissão Europeia já havia anunciado planos para impor tarifas adicionais sobre até 26 bilhões de euros (US$ 28 bilhões) em importações dos Estados Unidos. Essas novas tarifas, que devem entrar em vigor a partir de 1º de abril, reintroduzirão taxas sobre produtos como o milho, que haviam sido suspensas após uma disputa comercial durante o primeiro mandato de Trump. Além disso, uma nova série de tarifas será aplicada a partir de 13 de abril, incluindo sobre a soja.
Pedro Cordero, presidente da FEFAC, afirmou que essas tarifas “prejudicariam negativamente a resiliência e a competitividade dos sistemas de produção pecuária da União Europeia” em um comunicado. A FEFAC sugeriu que os grãos importados para ração poderiam ser uma base para um possível acordo entre a UE e os EUA, com o objetivo de evitar a imposição dessas tarifas.
Devido à grande dependência de commodities externas, a União Europeia poderia aumentar suas importações de grãos dos Estados Unidos, passando dos atuais 4 bilhões de euros para 8 bilhões de euros. Esse aumento ajudaria a reduzir o atual déficit comercial agrícola dos Estados Unidos com a União Europeia, destacou Cordero.
A tarifa suspensa sobre o milho dos EUA, que é de 25%, pode fazer com que o milho norte-americano deixe de ser competitivo nos principais mercados europeus, como a Espanha. Como reflexo desse cenário, os contratos futuros de milho e soja na Bolsa de Chicago sofreram quedas na quarta-feira, com os traders expressando preocupação de que as políticas tarifárias de Trump possam prejudicar as exportações agrícolas dos EUA.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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