Paraná Lidera Expansão Industrial nos Setores de Móveis, Madeira, Bebidas e Materiais Elétricos

O Paraná registrou um crescimento industrial de 4,2% em 2024, superando a média nacional e consolidando-se como o estado com a maior expansão produtiva em diversos segmentos. O levantamento, realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destaca o avanço expressivo da indústria paranaense de materiais elétricos, móveis, madeira e bebidas.
A produção de materiais elétricos no estado teve um crescimento de 36,4%, ultrapassando com folga a Bahia, que registrou o segundo maior aumento do país, com 26,1%. A indústria de móveis também liderou o ranking nacional, com uma alta de 12,7%, superando o Rio Grande do Sul (11%). Da mesma forma, o setor madeireiro paranaense registrou um avanço de 12,4%, acima da taxa de 8,9% de Santa Catarina, segundo colocado. Já a produção de bebidas cresceu 9,9% no estado, três pontos percentuais acima do Ceará, que teve um aumento de 6,5%.
Investimentos impulsionam crescimento
Para o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, esse avanço é resultado dos investimentos industriais expressivos feitos no Paraná nos últimos anos, impulsionados por políticas estaduais de incentivo fiscal.
“Os números positivos da indústria paranaense são fruto de um conjunto de esforços, incluindo grandes investimentos no setor, políticas públicas voltadas à atração de novos negócios e a ampliação dos mercados consumidores”, destacou Callado.
No setor de bebidas, por exemplo, multinacionais como a Heineken aplicaram recursos significativos no estado, investindo R$ 1,5 bilhão na ampliação da unidade em Ponta Grossa. Além disso, novos empreendimentos, como a Maltaria Campos Gerais, inaugurada no ano passado na mesma cidade, receberam incentivos do programa Paraná Competitivo, do governo estadual. Desde 2020, as empresas cervejeiras já destinaram aproximadamente R$ 5 bilhões para a produção de bebidas e insumos, como malte e embalagens.
A expansão industrial do Paraná tem impulsionado também a economia e o mercado de trabalho. O estado se consolidou como o terceiro maior empregador industrial do Brasil, com 973 mil trabalhadores no setor.
“A participação da indústria no PIB do Paraná tem crescido de forma consistente, acompanhada pelo aumento no número de empregos formais no setor”, concluiu Callado.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Perspectivas para a Safra de Trigo 2025 em São Paulo: Desafios e Oportunidades no Setor

A primeira reunião de 2025 da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, promovida pelo Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), aconteceu na quinta-feira, 13 de março, na Cooperativa Capão Bonito, localizada em Capão Bonito (SP). O evento, realizado de forma híbrida, abordou os desafios enfrentados pelo setor, as perspectivas para as safras de 2024/2025 e 2025/2026, além de analisar o mercado internacional do grão.
Para a safra de trigo de 2025, a previsão é de estabilidade na área cultivada, apesar de alguns indícios de redução em algumas cooperativas devido à migração de produtores para outras culturas, como sorgo e milho, motivada pelos custos de produção. No entanto, o trigo continua sendo uma opção atraente para os agricultores paulistas, impulsionado pela forte demanda das indústrias moageiras e pela rapidez na comercialização do grão. O vice-presidente da Câmara Setorial do Trigo, José Reinaldo Oliveira, afirmou: “Existem várias alternativas de cultivo, mas o trigo segue competitivo, pois a demanda permanece constante e o estoque disponível para os moinhos é baixo.”
Embora fatores climáticos ainda apresentem incertezas, Oliveira demonstrou otimismo quanto à produtividade da próxima safra. “Se as condições climáticas forem favoráveis, com chuvas regulares e temperaturas adequadas, podemos alcançar níveis de produção semelhantes aos de anos anteriores. O trigo continua sendo uma opção viável, oferecendo segurança econômica ao produtor”, afirmou.
O presidente da Câmara Setorial do Trigo, Nelson Montagna, que participou remotamente, reforçou a importância da expansão da produção estadual. “Há mercado e demanda para o trigo paulista. Precisamos focar na qualidade e no crescimento do setor, que enfrentará altos e baixos, mas a tendência é de progresso”, resumiu Montagna.
Impactos Globais: Guerra e Competitividade no Mercado Internacional
O analista de mercado de trigo da Safras & Mercado, Élcio Bento, abordou o cenário internacional, destacando como os fatores globais influenciam diretamente os preços no Brasil. “O Brasil está atrelado ao mercado argentino, que é influenciado pelas flutuações das bolsas norte-americanas”, comparou Bento. Ele ainda ressaltou que a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que em 2018 reduziu drasticamente as exportações de trigo americano para o mercado chinês, pode criar novas oportunidades para o trigo argentino. “Caso os EUA enfrentem restrições, o trigo argentino pode ganhar espaço na China”, explicou Bento.
Outro ponto importante levantado foi o impacto da guerra na Ucrânia, que tem afetado o fluxo de trigo pelo Mar Negro. Bento prevê que, no curto prazo, a normalização desse fluxo poderia aliviar a pressão sobre os preços globais, embora o impacto para a safra de 2025 seja limitado. Ele ainda destacou a crescente competitividade do trigo argentino em relação ao produto americano, apontando que, para atender à demanda paulista, o estado precisará importar o grão.
Atualizações sobre o Cenário Paulista: Desafios e Inovações no Setor
Raquel Nakazato Pinotti, pesquisadora científica da APTA e assessora de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), representou o coordenador das Câmaras Setoriais da SAA, José Carlos de Faria Cardoso Júnior. Ela enfatizou a necessidade de uma proposta tributária que considere as especificidades do trigo paulista, sem depender de mandatos políticos. “É essencial criar uma política tributária que apoie a produção e garanta que o produtor tenha as condições necessárias para avançar”, afirmou.
A reunião também abordou o panorama atual do plantio no estado, com as maiores cooperativas paulistas compartilhando suas projeções de produção de trigo. Além disso, foram apresentados estudos sobre novas cultivares e alternativas para mitigar problemas fitossanitários. A APTA trouxe um estudo sobre o uso do Tereoil, um composto de terebintina para desinfecção de fungos contaminantes. A Biotrigo Genética, por sua vez, apresentou um panorama sobre o desempenho das principais variedades cultivadas em São Paulo.
O setor segue com desafios a serem superados, mas as perspectivas para o trigo paulista permanecem positivas, com foco na qualidade e na sustentabilidade da produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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