Mercados asiáticos recuam diante de novas ameaças tarifárias dos EUA

As bolsas da China e de Hong Kong registraram queda nesta quinta-feira (XX) em meio às novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apesar do recuo, analistas apontam que ainda há margem para valorização dos ativos chineses.
O índice de Xangai encerrou o pregão com leve desvalorização de 0,02%, enquanto o CSI300, que agrega as maiores empresas listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,29%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, teve um declínio mais expressivo de 1,6%, influenciado por uma forte correção nas ações do setor de tecnologia.
Em declaração recente, Trump anunciou que pretende implementar tarifas sobre madeira, automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos “no próximo mês ou antes”. A postura mais agressiva do governo norte-americano reforça as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. A China, por sua vez, condenou as tarifas impostas e ameaçadas pelos EUA durante reunião da Organização Mundial do Comércio.
Os mercados também foram pressionados por um movimento de realização de lucros, especialmente nas ações chinesas de tecnologia, que haviam registrado ganhos expressivos após o sucesso da startup DeepSeek. A empresa atraiu atenção global com seu modelo inovador de inteligência artificial, de baixo custo e alto desempenho.
Desempenho das bolsas na região:
- TÓQUIO: Nikkei recuou 1,24%, a 38.678 pontos.
- HONG KONG: Hang Seng caiu 1,60%, a 22.576 pontos.
- XANGAI: SSEC perdeu 0,02%, a 3.350 pontos.
- SHENZHEN: CSI300 retrocedeu 0,29%, a 3.928 pontos.
- SEUL: Kospi desvalorizou-se 0,65%, a 2.654 pontos.
- TAIWAN: Taiex teve baixa de 0,49%, a 23.487 pontos.
- CINGAPURA: Straits Times recuou 0,17%, a 3.927 pontos.
- SYDNEY: S&P/ASX 200 caiu 1,15%, a 8.322 pontos.
O ambiente de incerteza em relação às relações comerciais entre China e EUA segue como um fator de risco para os mercados asiáticos, com os investidores monitorando de perto os desdobramentos das medidas anunciadas por Washington.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Perspectivas para a Safra de Trigo 2025 em São Paulo: Desafios e Oportunidades no Setor

A primeira reunião de 2025 da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, promovida pelo Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), aconteceu na quinta-feira, 13 de março, na Cooperativa Capão Bonito, localizada em Capão Bonito (SP). O evento, realizado de forma híbrida, abordou os desafios enfrentados pelo setor, as perspectivas para as safras de 2024/2025 e 2025/2026, além de analisar o mercado internacional do grão.
Para a safra de trigo de 2025, a previsão é de estabilidade na área cultivada, apesar de alguns indícios de redução em algumas cooperativas devido à migração de produtores para outras culturas, como sorgo e milho, motivada pelos custos de produção. No entanto, o trigo continua sendo uma opção atraente para os agricultores paulistas, impulsionado pela forte demanda das indústrias moageiras e pela rapidez na comercialização do grão. O vice-presidente da Câmara Setorial do Trigo, José Reinaldo Oliveira, afirmou: “Existem várias alternativas de cultivo, mas o trigo segue competitivo, pois a demanda permanece constante e o estoque disponível para os moinhos é baixo.”
Embora fatores climáticos ainda apresentem incertezas, Oliveira demonstrou otimismo quanto à produtividade da próxima safra. “Se as condições climáticas forem favoráveis, com chuvas regulares e temperaturas adequadas, podemos alcançar níveis de produção semelhantes aos de anos anteriores. O trigo continua sendo uma opção viável, oferecendo segurança econômica ao produtor”, afirmou.
O presidente da Câmara Setorial do Trigo, Nelson Montagna, que participou remotamente, reforçou a importância da expansão da produção estadual. “Há mercado e demanda para o trigo paulista. Precisamos focar na qualidade e no crescimento do setor, que enfrentará altos e baixos, mas a tendência é de progresso”, resumiu Montagna.
Impactos Globais: Guerra e Competitividade no Mercado Internacional
O analista de mercado de trigo da Safras & Mercado, Élcio Bento, abordou o cenário internacional, destacando como os fatores globais influenciam diretamente os preços no Brasil. “O Brasil está atrelado ao mercado argentino, que é influenciado pelas flutuações das bolsas norte-americanas”, comparou Bento. Ele ainda ressaltou que a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que em 2018 reduziu drasticamente as exportações de trigo americano para o mercado chinês, pode criar novas oportunidades para o trigo argentino. “Caso os EUA enfrentem restrições, o trigo argentino pode ganhar espaço na China”, explicou Bento.
Outro ponto importante levantado foi o impacto da guerra na Ucrânia, que tem afetado o fluxo de trigo pelo Mar Negro. Bento prevê que, no curto prazo, a normalização desse fluxo poderia aliviar a pressão sobre os preços globais, embora o impacto para a safra de 2025 seja limitado. Ele ainda destacou a crescente competitividade do trigo argentino em relação ao produto americano, apontando que, para atender à demanda paulista, o estado precisará importar o grão.
Atualizações sobre o Cenário Paulista: Desafios e Inovações no Setor
Raquel Nakazato Pinotti, pesquisadora científica da APTA e assessora de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), representou o coordenador das Câmaras Setoriais da SAA, José Carlos de Faria Cardoso Júnior. Ela enfatizou a necessidade de uma proposta tributária que considere as especificidades do trigo paulista, sem depender de mandatos políticos. “É essencial criar uma política tributária que apoie a produção e garanta que o produtor tenha as condições necessárias para avançar”, afirmou.
A reunião também abordou o panorama atual do plantio no estado, com as maiores cooperativas paulistas compartilhando suas projeções de produção de trigo. Além disso, foram apresentados estudos sobre novas cultivares e alternativas para mitigar problemas fitossanitários. A APTA trouxe um estudo sobre o uso do Tereoil, um composto de terebintina para desinfecção de fungos contaminantes. A Biotrigo Genética, por sua vez, apresentou um panorama sobre o desempenho das principais variedades cultivadas em São Paulo.
O setor segue com desafios a serem superados, mas as perspectivas para o trigo paulista permanecem positivas, com foco na qualidade e na sustentabilidade da produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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