Mercados seguem sob influência de fatores externos

A dinâmica dos mercados continua sendo impactada por fatores externos, conforme análise do Rabobank. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump determinou que sua equipe avalie a imposição de tarifas recíprocas contra parceiros comerciais nas próximas semanas, em uma tentativa de reequilibrar as relações comerciais do país.
Além disso, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reforçou o tom conservador da ata da instituição, sinalizando que não há pressa para reduzir os juros, diante de uma economia ainda aquecida. O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA avançou 0,4% em janeiro na comparação mensal, acima da expectativa de 0,3%, fortalecendo a percepção de manutenção da política monetária restritiva.
No Brasil, o presidente do Banco Central destacou que os juros seguem em patamar restritivo, enquanto os últimos indicadores apontam uma desaceleração econômica. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de dezembro recuou 0,7% na comparação mensal, pior que a projeção do mercado, que estimava uma queda de 0,4%. No acumulado de 2024, o crescimento foi de 3,8%, superando o avanço de 2,7% registrado em 2023.
O setor de serviços caiu 0,5% no mês, mas encerrou o ano com alta de 3,1%, com destaque negativo para o segmento de transportes, impactado pela menor safra de grãos. Já o comércio varejista ampliado registrou retração de 1,1% em dezembro, mas fechou o ano com crescimento de 4,1%.
O dólar encerrou a semana a R$ 5,7306, com uma desvalorização semanal de 0,6% do real, a segunda pior entre 24 moedas emergentes. O Rabobank avalia que as tarifas anunciadas por Trump podem fazer parte de uma estratégia de negociação, mas a conjuntura global incerta e a política monetária dos EUA devem manter o real sob pressão. Para 2025, a projeção é que a moeda norte-americana termine o ano cotada a R$ 5,94.
A próxima semana será marcada pela divulgação do IPCA-15, com expectativa de alta de 1,33% na comparação mensal (5,07% no acumulado em 12 meses), além dos dados fiscais do Governo Central e do mercado de trabalho. No cenário internacional, os mercados acompanham os indicadores de atividade no Chile e a inflação do Peru.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Mercado de Arroz: Preço em Queda e Expectativa por Exportações

O mercado brasileiro de arroz continua a enfrentar uma queda acentuada nos preços, impulsionada pela colheita que avança rapidamente no país. No Rio Grande do Sul, o processo de ceifa já alcançou 26,21% da área semeada, conforme o mais recente levantamento do Instituto Riograndense do Arroz (Irga). A Fronteira Oeste lidera os trabalhos, seguida pela Planície Costeira Interna, Planície Costeira Externa, Região Central, Campanha e, por último, a Zona Sul.
A aceleração da colheita, em grande parte devido às condições climáticas favoráveis, tem intensificado a oferta de arroz no mercado, o que reforça a pressão para baixo nos preços. “A maior disponibilidade do grão tem influenciado diretamente a baixa nas cotações”, afirma o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz do Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), referência principal no mercado nacional, foi cotada em R$ 83,02 na última quinta-feira (13). Este valor representa uma queda de 6,05% em comparação à semana anterior e um recuo de 15,56% em relação ao mesmo período do mês passado. Além disso, o preço atual é 18,03% inferior ao registrado no mesmo período de 2024.
Exportações em Perspectiva
Enquanto o mercado doméstico enfrenta a pressão da colheita, as exportações permanecem como um fator de expectativa. Há rumores sobre a saída de um navio de arroz pelo porto de Rio Grande na próxima semana, já com parte da nova safra a bordo. “Para abril, ainda não há contratos fechados, apenas embarques negociados em dezembro de 2024”, explica Oliveira. Além disso, circulam informações sobre dois novos embarques, um de 32 mil toneladas e outro de 25 mil toneladas, com detalhes ainda não definidos sobre variedades ou destinos.
No mercado internacional, o Paraguai continua com contratos firmados em 2024, com preços variando entre US$ 360 e US$ 370 por tonelada. No entanto, os preços atuais caíram para US$ 300 a US$ 310 por tonelada, o que sugere uma maior pressão sobre o mercado global. O país vizinho também realizou vendas antecipadas para embarques em fevereiro, mas não houve novos negócios relevantes desde então.
Nos Estados Unidos, a guerra comercial com o México e as políticas do governo Trump ainda são fatores a serem observados, podendo alterar fluxos de exportação e criar novas oportunidades para fornecedores de arroz de outros países. “Uma escalada na disputa comercial pode fazer com que compradores mexicanos busquem o Mercosul, o que pode beneficiar o Brasil e outros produtores da região”, finaliza Oliveira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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