Produção de açúcar no Centro-Sul cresce em 2025/26, apesar da redução na moagem de cana, aponta Datagro

A produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil para a safra 2025/26 deve alcançar 42,35 milhões de toneladas, um aumento de 5,9% em relação à safra anterior. O crescimento é impulsionado pela decisão das usinas de focar mais na produção do adoçante, em detrimento do etanol, conforme estimativas divulgadas pelo presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari, nesta quarta-feira (12).
Embora a produção de açúcar esteja em alta, a moagem de cana deve sofrer uma redução de 1,4%, totalizando 612 milhões de toneladas, devido a fatores como a menor disponibilidade de cana e as condições climáticas nos meses anteriores. A mudança no “mix” de cana, que neste ciclo será de 51,5% para a produção de açúcar, contra 48% na safra anterior, é resultado dessas condições e da priorização das usinas pelo adoçante.
A consultoria aponta que as chuvas abaixo da média nos meses de janeiro e fevereiro, seguidas de uma boa quantidade de precipitações no último trimestre de 2024, foram determinantes para essa redução na moagem. Além disso, o presidente da Datagro destacou que a quantidade de cana disponível para 2025/26 dependerá das chuvas em março e abril, meses cruciais para a definição da safra. As previsões indicam chuvas próximas do normal para o Centro-Sul, o que deve ajudar na recuperação dos campos.
A safra de 2025/26 também contará com um volume significativamente menor de “cana bisada”, que é a cana remanescente da safra anterior. A estimativa é que o setor disponha de apenas 6 milhões de toneladas dessa cana, uma queda substancial frente aos 23,5 milhões de toneladas do ciclo passado.
Outro ponto mencionado por Nastari foi o início antecipado da moagem, impulsionado pelos estoques mais baixos de açúcar do Centro-Sul, que estão forçando usinas a iniciar o processamento antes do habitual. A consultoria prevê que os estoques de açúcar no final de março de 2025 sejam entre 1,2 milhão e 1,3 milhão de toneladas, uma redução significativa em relação aos 1,9 milhão de toneladas registrados no mesmo período de 2024. Como resultado, as exportações de açúcar estão menores, refletindo esse cenário.
Em relação ao etanol, a produção total (cana e milho) na safra 2025/26 deve ter uma leve queda de 0,3%, totalizando 34,71 bilhões de litros. A produção de etanol de milho, no entanto, continuará a crescer, com um aumento de 24,5% em comparação ao ciclo anterior, somando 10,16 bilhões de litros. Já a produção de etanol hidratado deve cair 2,2%, para 21,95 bilhões de litros, enquanto o etanol anidro (utilizado na mistura com gasolina) terá um aumento de 3,2%, atingindo 12,76 bilhões de litros.
Esse cenário de redução na produção de etanol hidratado é atribuído à perda de competitividade do biocombustível em relação à gasolina, embora as vendas de etanol tenham se mantido fortes no início de fevereiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Mercado de Arroz: Preço em Queda e Expectativa por Exportações

O mercado brasileiro de arroz continua a enfrentar uma queda acentuada nos preços, impulsionada pela colheita que avança rapidamente no país. No Rio Grande do Sul, o processo de ceifa já alcançou 26,21% da área semeada, conforme o mais recente levantamento do Instituto Riograndense do Arroz (Irga). A Fronteira Oeste lidera os trabalhos, seguida pela Planície Costeira Interna, Planície Costeira Externa, Região Central, Campanha e, por último, a Zona Sul.
A aceleração da colheita, em grande parte devido às condições climáticas favoráveis, tem intensificado a oferta de arroz no mercado, o que reforça a pressão para baixo nos preços. “A maior disponibilidade do grão tem influenciado diretamente a baixa nas cotações”, afirma o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz do Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), referência principal no mercado nacional, foi cotada em R$ 83,02 na última quinta-feira (13). Este valor representa uma queda de 6,05% em comparação à semana anterior e um recuo de 15,56% em relação ao mesmo período do mês passado. Além disso, o preço atual é 18,03% inferior ao registrado no mesmo período de 2024.
Exportações em Perspectiva
Enquanto o mercado doméstico enfrenta a pressão da colheita, as exportações permanecem como um fator de expectativa. Há rumores sobre a saída de um navio de arroz pelo porto de Rio Grande na próxima semana, já com parte da nova safra a bordo. “Para abril, ainda não há contratos fechados, apenas embarques negociados em dezembro de 2024”, explica Oliveira. Além disso, circulam informações sobre dois novos embarques, um de 32 mil toneladas e outro de 25 mil toneladas, com detalhes ainda não definidos sobre variedades ou destinos.
No mercado internacional, o Paraguai continua com contratos firmados em 2024, com preços variando entre US$ 360 e US$ 370 por tonelada. No entanto, os preços atuais caíram para US$ 300 a US$ 310 por tonelada, o que sugere uma maior pressão sobre o mercado global. O país vizinho também realizou vendas antecipadas para embarques em fevereiro, mas não houve novos negócios relevantes desde então.
Nos Estados Unidos, a guerra comercial com o México e as políticas do governo Trump ainda são fatores a serem observados, podendo alterar fluxos de exportação e criar novas oportunidades para fornecedores de arroz de outros países. “Uma escalada na disputa comercial pode fazer com que compradores mexicanos busquem o Mercosul, o que pode beneficiar o Brasil e outros produtores da região”, finaliza Oliveira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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