Opinião

A seca dos investimentos em startups

Nunca teremos todas as informações e todas as certezas para tomar decisões, é assim que funciona a vida, não tem outro jeito. E se ficarmos esperando demais, outros podem vir e decidir antes de nós. Então não há uma receita de bolo, mas é possível aprender ao longo do processo.

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Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão

De acordo com o Inside Venture Capital Report, documento do Distrito, os investimentos em startups no Brasil caíram 86% no primeiro trimestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o Distrito, essa situação aconteceu devido a um movimento já prolongado de consolidação do mercado, mas também vejo como cautela por parte dos investidores.

De um lado, foi um período de altas apostas e muitos resultados frustrados. Isso já era de se esperar, pois o investimento em startups é cercado de grandes incertezas. Diante desta situação, os investidores aprenderam a calibrar um pouco os aportes depois de exits não tão bem sucedidos, como os que temos visto com o SoftBank ou resultados da operação do SVB – Silicon Valley Bank -, cuja falência foi anunciada em março deste ano, após o banco, criado justamente para financiar startups e empresas de tecnologia, sofrer um colapso.

O fato é que as startups costumam prometer mundos e fundos em seus powerpoints em troca de tempo e dinheiro para conseguirem provar suas teses. O tempo passa, mas o retorno tão esperado não vem. Com isso, pedem mais dinheiro e também mais tempo. Essa é a lógica que impera. Os investidores e os founders precisam manter a fé que vai dar certo.

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Não estou dizendo que crer seja algo errado, afinal, precisamos acreditar que o resultado virá. Nunca teremos todas as informações e todas as certezas para tomar decisões, é assim que funciona a vida, não tem outro jeito. E se ficarmos esperando demais, outros podem vir e decidir antes de nós. Então não há uma receita de bolo, mas é possível aprender ao longo do processo.

Por essa razão, junto aos erros de avaliação nas startups e o descolamento entre promessa nos powerpoints e realidade, está a conjuntura macroeconômica de aversão ao risco em função da subida de juros nos principais mercados, como EUA e Europa. Com os juros mais altos, a remuneração do capital é mais vantajosa com o menor risco. Aliado as dores dos investimentos de alto risco, os investidores começam a repensar seu processo de decisão.

Neste contexto, poderiam ser construídos OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves), direcionados à preservação de caixa e à melhoria de processos que tragam, no curto prazo, benefícios que permitam postergar demissões e, quem sabe, até continuar o desembolso de investimento em uma velocidade menor.

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Uma das funções dos OKRs é fazer com que todos se alinhem em torno das prioridades da organização no momento, que tenham foco e não desperdicem “energia”: esforço humano, dinheiro, tempo em coisas que não estão condizentes com aquele período. Os OKRs tem este poder de comunicar claramente e de maneira muito objetiva onde colocar os esforços no curto prazo para maior geração de valor em curto espaço de tempo.

Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão

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Linhas gerais sobre o seguro rural em sua modalidade de produção

Uma vez comprovado e aprovado o sinistro, a Seguradora efetua o pagamento da indenização ao produtor rural, dentro do prazo previsto no contrato e na forma contratada.

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Dra. Kellen Bombonato é advogada.

O seguro agrícola é um contrato por meio do qual o produtor rural se compromete a fazer o pagamento de um prêmio à Seguradora em troca da garantia de receber uma indenização em caso de perda na sua produção.

É sabido que muitos fatores podem comprometer a produtividade das lavouras, implicando em perdas na produção e, consequentemente, diminuição da renda. Eventos climáticos adversos (como secas, geadas, excesso de chuvas, granizo), pragas e doenças (como infestação de insetos, fungos, vírus que podem atingir as plantas), além de outros riscos (como incêndios e inundações por exemplo), podem comprometer as lavouras.

O seguro agrícola existe justamente para minimizar esses riscos e oferecer uma proteção financeira a quem produz, ou seja, esse tipo de seguro funciona como uma “rede de segurança”, garantindo que, em caso de perdas em sua plantação, o produtor possa recuperar parte de seus investimentos.

Assim, o seguro agrícola funciona como verdadeiro mecanismo de proteção financeira destinado a produtores rurais que objetiva mitigar os impactos negativos causados por eventos adversos que possam comprometer a produção agrícola.

Normalmente, funciona como uma apólice de seguro tradicional, mas é especificamente adaptado para cobrir as perdas no agronegócio e oferece diversas opções de cobertura, permitindo que os produtores escolham a proteção que melhor atende às suas necessidades específicas.

A modalidade mais comum contratada pelo produtor é o seguro de produção, que é aquele que cobre os custos diretos de produção, que envolvem os insumos (sementes, adubos, fertilizantes, defensivos) e a mão de obra, em caso de perda total ou parcial da colheita, garantindo que os produtores possam recuperar os investimentos feitos na produção, mesmo quando a colheita resta comprometida.

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Para contratar o seguro de produção é preciso seguir algumas etapas: 1) em primeiro lugar há todo o processo de contratação, quando o produtor pesquisa e escolhe uma seguradora séria e experiente, que lhe ofereça produtos de seguro agrícola; 2) o produtor deve comparar diferentes opções para encontrar a melhor cobertura e as melhores condições e a Seguradora, por sua vez, realiza uma avaliação dos riscos associados à propriedade rural e às culturas, o que pode incluir visitas técnicas, a análise de histórico de produção, das condições climáticas da região, e outros fatores relevantes; 3) com base nessa avaliação, a Seguradora e o produtor definem as coberturas desejadas, os limites de indenização, e o valor do prêmio do seguro (o custo da apólice) e o contrato é então formalizado.

O “prêmio” é o valor que o produtor paga à Seguradora pela cobertura do seguro. Ele é calculado com base em diversos fatores, incluindo o tipo de cultura, área plantada, histórico de produção, e os riscos específicos da região. O pagamento pode ser feito de forma única ou parcelada, dependendo dos termos acordados com a Seguradora e constantes na apólice.

A apólice de seguro agrícola possui um período de vigência dentro do qual as coberturas são válidas e que geralmente coincide com o ciclo de produção da cultura segurada, desde o plantio até a colheita.

No caso da superveniência de um evento adverso que cause perdas na produção, o produtor deve comunicar imediatamente o sinistro à Seguradora, registrando essa comunicação. Se a comunicação for feita via contato telefônico, o produtor deve anotar o número do protocolo desse atendimento para comprovar que comunicou o sinistro no primeiro momento em que teve conhecimento do mesmo. Se a comunicação for feita por e-mail, já ficará registrada e servirá como prova. O importante é que a comunicação seja feita dentro do prazo estipulado na apólice e que seja registrada pelo produtor.

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A Seguradora enviará seus peritos a campo para avaliar os danos causados, verificando in loco a extensão das perdas e se estas estão cobertas pela apólice. Todo esse procedimento pode incluir a inspeção da área afetada e a análise de documentos e evidências fornecidas pelo produtor.

Com base na avaliação completa dos danos, a Seguradora calcula o valor da indenização de acordo com os termos da apólice, sendo este o valor destinado a compensar as perdas sofridas pelo produtor, até o limite da cobertura contratada.

Uma vez comprovado e aprovado o sinistro, a Seguradora efetua o pagamento da indenização ao produtor rural, dentro do prazo previsto no contrato e na forma contratada.

Destarte, ao seguir as etapas descritas, o produtor estará mais bem preparado para escolher a cobertura ideal, contratar o seguro agrícola com tranquilidade e ficar protegido contra os imprevistos que podem prejudicar o seu trabalho no campo, garantindo a segurança da sua produção e da sua renda.

Dra. Kellen Bombonato é advogada

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