Agricultores canadenses adaptam estratégias diante de tarifas de Trump

Os agricultores canadenses estão revisando seus planos de comercialização e renegociando contratos, especialmente no setor de suínos, com compradores dos Estados Unidos. Além disso, buscam mercados locais para suas safras originalmente destinadas à exportação, como estratégia para reduzir os impactos econômicos das novas tarifas que podem ser impostas pelo governo norte-americano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México já a partir do próximo sábado. A medida poderia prejudicar significativamente a economia canadense, altamente dependente das exportações, e encarecer produtos nos dois lados da fronteira.
As exportações agrícolas do Canadá para os EUA incluem milhões de leitões, além de carne e grãos como trigo, aveia e soja. Diante desse cenário, produtores buscam alternativas para manter seus negócios competitivos e minimizar prejuízos.
Renegociação de contratos e incerteza no setor
O criador de suínos Stewart Skinner, de Ontário, que exporta 95% de seus 40 mil suínos anualmente para compradores norte-americanos, afirmou que renegociou alguns contratos para que os compradores dos EUA recebam os animais ainda no Canadá. Dessa forma, a responsabilidade pelo pagamento das tarifas na travessia da fronteira ficaria a cargo dos importadores.
“A incerteza nos obriga a repensar completamente o modelo de negócios”, afirmou Skinner, que fornece suínos com certificação de tratamento humanitário para redes de carne premium como a Whole Foods. “Nosso mercado está nos Estados Unidos, não no Canadá.”
Caso as tarifas se tornem permanentes, o produtor planeja modificar sua operação, suspendendo a engorda dos suínos até o peso de abate e enviando apenas leitões para os EUA.
Setor agropecuário canadense busca alternativas
Empresas e agricultores canadenses que dependem do mercado norte-americano para comercialização de carne, grãos e outros produtos agropecuários estão tomando medidas para proteger seus negócios. A preocupação é evitar a obrigação de pagar tarifas elevadas ou lidar com a desistência de compradores dos EUA devido ao aumento dos custos.
O Canadá é o oitavo maior exportador de carne bovina do mundo e o terceiro maior de carne suína. Entre janeiro e novembro do ano passado, o país exportou para os EUA o equivalente a 3,5 bilhões de dólares canadenses (2,43 bilhões de dólares americanos) em carne bovina e 1,65 bilhão de dólares canadenses (1,14 bilhão de dólares americanos) em carne suína. Além disso, cerca de 2,6 milhões de suínos são enviados anualmente de Manitoba para operações de terminação nos EUA, especialmente em Iowa e Minnesota.
Impasses sobre quem arcará com os custos tarifários
Os produtores de leitões da província de Manitoba enfrentam dificuldades nas negociações com compradores norte-americanos, que buscam evitar o pagamento das tarifas.
“Esses suínos não podem simplesmente deixar de circular”, explicou Rick Prejet, presidente do Manitoba Pork Council, ressaltando que o Canadá não possui fazendas suficientes para engordar todos os leitões até o peso de abate.
Segundo Prejet, a demanda dos EUA por leitões canadenses continua alta devido à produção insuficiente no território norte-americano. Ele acredita que, mesmo com as tarifas, o comércio deve persistir a curto prazo. “Será necessário negociar uma divisão dos custos entre compradores e vendedores”, afirmou.
O Conselho Nacional de Produtores de Suínos dos EUA não se manifestou sobre possíveis renegociações contratuais. No entanto, a entidade destacou que o setor trabalhou arduamente para estabelecer um comércio equilibrado e vantajoso para ambos os países, lembrando que os EUA exportaram 875 milhões de dólares em carne suína para o Canadá em 2023.
Desistências de compra e redirecionamento da produção
A incerteza gerada pelas possíveis tarifas já afeta as decisões de compradores norte-americanos. O produtor David Laudin, de Manitoba, relatou que vendeu uma carga de soja para entrega em março, mas, no dia seguinte, seu corretor informou que o comprador havia interrompido todas as compras do Canadá devido ao risco tarifário.
“Assim que Trump anunciou as tarifas, ele suspendeu completamente as compras”, relatou Laudin. Agora, o restante de sua safra será destinado exclusivamente a compradores no Canadá, como forma de garantir a comercialização da produção sem enfrentar possíveis barreiras tarifárias impostas pelos EUA.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Relatório da ONU revela que escalada de preços não pode ser contida com isenção

Enquanto o governo aposta na isenção de impostos para tentar conter a alta dos preços dos alimentos, um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) aponta que os efeitos dessas medidas são limitados diante da complexa formação dos preços. O estudo revela que os choques nos valores do café cru levam aproximadamente um ano para impactar os consumidores, com efeitos residuais que podem durar pelo menos quatro anos.
A escalada dos preços do café é impulsionada por fatores climáticos adversos que reduzem a oferta e diminuem os estoques globais. Como consequência, o preço do café arábica registrou uma alta de 70% na bolsa ICE no ano passado e já acumula mais de 20% de aumento neste ano. Diante desse cenário, a FAO estima que cerca de 80% desses reajustes serão repassados ao consumidor final ao longo de 11 meses na União Europeia e em até 8 meses nos Estados Unidos. Essas regiões lideram o consumo global da bebida.
Entretanto, o impacto no varejo não se limita apenas ao custo da matéria-prima. Outros fatores, como transporte, torrefação, embalagem, certificação e margens de lucro no comércio, também influenciam os preços pagos pelos consumidores. O relatório da FAO indica que, na União Europeia, um aumento de 1% no preço do café cru se reflete em um reajuste de 0,24% no varejo após 19 meses, com efeitos prolongados por vários anos.
Nos países produtores, os valores pagos aos cafeicultores também subiram, mas em proporções muito inferiores às registradas nos mercados internacionais. Os aumentos foram de 17,8% na Etiópia, 12,3% no Quênia, 13,6% no Brasil e 11,9% na Colômbia. Esses percentuais demonstram que os ganhos obtidos com a valorização do grão não se distribuem de maneira igualitária ao longo da cadeia produtiva.
A análise reforça os argumentos do setor produtivo de que políticas tributárias pontuais não são suficientes para estabilizar os preços dos alimentos. A volatilidade dos preços agrícolas está diretamente ligada a fatores climáticos, logísticos e de mercado, o que exige uma abordagem mais ampla para garantir previsibilidade e sustentabilidade ao setor.
Fonte: Pensar Agro
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