Atividade industrial desacelera em novembro de 2020

Os Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que as vendas recuaram e a atividade industrial desacelerou em novembro na comparação com outubro de 2020. De acordo com a confederação, esse foi o primeiro recuo após seis meses seguidos de crescimento. O dado, no entanto, ainda não fala em estagnação nem que o ciclo de crescimento tenha se encerrado.
Para a entidade, os indicadores mostram que a indústria continua crescendo, mas em um ritmo muito menor. “Podemos dizer que isso era esperado. Houve uma recuperação muito rápida da pandemia e o nível de produção já está maior do que antes da crise. Praticamente voltamos ao início do ano passado, quando o crescimento não era muito elevado e ainda temos um nível de incerteza muito mais elevado”, disse o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca, em comunicado.
Na mesma comparação, as horas trabalhadas na produção cresceram 0,8%, um percentual abaixo do que ocorreu em outubro, de 1,8%, e setembro, de 3,1%.
O emprego na indústria cresceu pelo quarto mês seguido, registrando 0,4% em novembro de 2020 na comparação com outubro. No entanto, no acumulado dos 11 meses do ano passado, o número de trabalhadores da indústria recuou 2,2%. A massa salarial se mantém estável e o rendimento médio caiu 0,9% em novembro na comparação com outubro.
O indicador mostra ainda que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou 0,2 ponto percentual em novembro comparado a outubro. Mesmo assim, a UCI de 79,9% está acima do percentual registrado em novembro de 2019, de 78,3%.
A pesquisa Indicadores Industriais está disponível na página do Portal da Indústria.
* Com informações da CNI
Edição: Fernando Fraga


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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