Balança comercial registra superávit de US$ 3,99 bi em setembro

Publicados

A queda do preço internacional do ferro e o encarecimento de fertilizantes e petróleo fizeram o superávit da balança comercial encolher em setembro. No mês passado, o país exportou US$ 3,993 bilhões a mais do que importou – queda de 9,3% em relação ao registrado em setembro do ano passado (US$ 4,401 bilhões), segundo o Ministério da Economia.

De janeiro a setembro deste ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 47,869 bilhões. Isso representa 15,6% a menos que o registrado nos mesmos meses do ano passado. Apesar do recuo, o saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para os nove primeiros meses de 2021, quando o superávit tinha fechado em US$ 56,44 bilhões

No mês passado, o Brasil vendeu US$ 28,95 bilhões para o exterior e comprou US$ 24,957 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em setembro, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 18,8% em relação a setembro do ano passado, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, aumentaram em ritmo maior: 24,9% na mesma comparação.

No caso das exportações, o recorde deve-se mais ao aumento dos embarques que dos preços internacionais das mercadorias do que do volume comercializado. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média 12,6% na comparação com setembro do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 6%. A valorização dos preços poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cuja cotação caiu 32% na mesma comparação, e por produtos semiacabados de ferro ou de aço, cujo preço recuou 42,7%.

Leia Também:  Porto do Açu obtém licença para operar usina termelétrica movida a gás

Nas importações, a quantidade comprada subiu 8,5%, refletindo a recuperação da economia, mas os preços médios aumentaram em ritmo mais intenso: 18,6%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, gás natural, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Setores

No setor agropecuário, o aumento nos preços internacionais pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas subiu 17,3% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2021, enquanto o preço médio subiu 26,1%. Na indústria de transformação, a quantidade exportada subiu 11,9%, com o preço médio aumentando 9,7%.

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 10,5%, mas os preços médios recuaram 13,2% em relação a setembro do ano passado. Embora o preço médio do petróleo bruto tenha subido 22,1% nessa comparação, o preço do minério de ferro caiu 37,5%, puxado pelos lockdowns (confinamentos) na China, que reduziram a demanda internacional.

Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram milho não moído, exceto milho doce (+260%), café não torrado (+42,6%) e soja (+6,4%) na agropecuária. O destaque negativo foram animais vivos, exceto pescados ou crustáceos, cujas exportações caíram 56,9% de setembro do ano passado a setembro deste ano.

Na indústria extrativa, os maiores crescimentos foram registrados nas exportações de outros minerais brutos (+77,7%), outros minérios e concentrados de metais de base (+191,6%) e petróleo bruto (+40,9%). Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram nos açúcares e melaços (+44,7%), farelos de soja, farinhas de carnes e de outros animais (+71,8%) e celulose (+68,9%).

Leia Também:  Autoembargo do Brasil garantiu transparência a mercados, diz Fávaro

Quanto às importações, os maiores aumentos foram registrados nos seguintes produtos: cevada não moída (+5.632,8%), trigo e centeio não moídos (+32,0%) e frutas e nozes (+21,5%), na agropecuária; petróleo bruto (+192,7%), na indústria extrativa; e combustíveis (+142,9%), controladores de pragas agrícolas (+75,1%) e compostos organo-inorgânicos (+65,4%), na indústria de transformação.

Em relação aos adubos e aos fertilizantes, o crescimento nas importações decorre inteiramente do preço, que subiu 47,4% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado. O volume importado caiu 22,6% por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Estimativa

A equipe econômica reduziu significativamente a projeção de superávit comercial para 2022. Em julho, o governo projetava saldo positivo de US$ 81,5 bilhões. A estimativa atualizada hoje (3) prevê superávit de US$ 55,4 bilhões.

Apesar da queda na estimativa, esse valor garantiria o segundo maior superávit comercial da série histórica. O saldo seria menor apenas que o superávit de US$ 61,407 bilhões observados no ano passado.

As estimativas oficiais são atualizadas a cada três meses. As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 61,5 bilhões neste ano.

Edição: Maria Claudia

Fonte: EBC Economia

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

Publicados

em

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

Leia Também:  Quase 150 mil veículos foram financiados em Goiás em 2016

Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

Leia Também:  Haddad presidirá reunião do G20 com ministros de Finanças

Você tem WhatsApp? Entre em um dos canais de comunicação do JORNAL DO VALE para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens, clique aqui

JORNAL DO VALE – Muito mais que um jornal, desde 1975 – www.jornaldovale.com

Siga nosso Instagram – @jornaldovale_ceres

Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a redação do JORNAL DO VALE, através do WhatsApp (62) 98504-9192

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

VALE SÃO PATRÍCIO

PLANTÃO POLICIAL

ACIDENTE

POLÍTICA

MAIS LIDAS DA SEMANA