BC: contas externas têm saldo negativo de US$ 8,1 bi em janeiro

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As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 8,1 bilhões em janeiro de 2022, informou hoje (23), o Banco Central (BC). Com o resultado, o Brasil acumula, em 12 meses, déficit de US$ 27,7 bilhões em transações correntes, o que representa 1,71% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), ante US$ 27,9 bilhões (1,74% do PIB) no mês anterior e US$ 21,9 bilhões (1,54% do PIB) em janeiro de 2021. As transações correntes são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

O BC disse que em janeiro de 2022, o déficit na conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) aumentou 7,8% em relação a janeiro de 2021 e totalizou US$ 5,4 bilhões. As despesas líquidas de lucros e dividendos aumentaram para US$ 2,5 bilhões, ante US$ 1,1 bilhão em janeiro de 2021. A elevação do défict em lucros decorreu, principalmente, do aumento de US$ 1,1 bilhão nas despesas, para US$ 3,8 bilhões em janeiro de 2022, enquanto as receitas reduziram US$ 322 milhões, na mesma base comparativa. Já as despesas líquidas com juros somaram US$ 2,9 bilhões no mês, retração de 25,5% na comparação com janeiro de 2021, com aumento das receitas e redução das despesas.

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Investimentos

O BC informou ainda que, em janeiro, o Investimento Direto no País (IDP) somou US$ 4,7 bilhões em janeiro de 2022, ante US$ 3,5 bilhões em janeiro de 2021. As operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) registraram ingressos líquidos de US$ 307 milhões no mês.

Nos 12 meses encerrados em janeiro, o IDP totalizou ingressos líquidos de US$ 47,7 bilhões (2,94% do PIB), ante US$ 46,4 bilhões (2,89% do PIB) no mês anterior. Em janeiro, os ingressos líquidos somaram US$ 38,4 bilhões (2,70% do PIB)

Em janeiro de 2022, os investimentos diretos no exterior (IDE) apresentaram aplicações líquidas de US$ 1,9 bilhão, dos quais US$ 1,3 bilhão em participação no capital – reinvestimento de lucros. Nos 12 meses encerrados em janeiro de 2022, o IDE totalizou aplicações líquidas no exterior de US$ 18,7 bilhões.

Balança comercial

Segundo o BC, a balança comercial de bens registrou déficit de US$ 1,5 bilhão em janeiro de 2022, ante saldo negativo de US$2,6 bilhões em janeiro de 2021. As exportações de bens totalizaram US$19,8 bilhões e as importações de bens, US$21,3 bilhões, incrementos de 31,3% e 20,4% em comparação a janeiro de 2021.

As importações no âmbito do Repetro (regime aduaneiro especial) somaram US$ 41 milhões em janeiro de 2022 (US$1,7 bilhão em janeiro de 2021). O Repetro é o regime aduaneiro especial que suspende a cobrança de tributos federais, de exportação e de importação de bens que se destinam às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural, principalmente as plataformas de exploração.

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Serviços

O déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) somou US$1,5 bilhão em janeiro de 2022, aumento de 51,2% em relação a janeiro de 2021.

A conta de viagens internacionais registrou despesas líquidas (receitas de estrangeiros no Brasil menores que os gastos de brasileiros no exterior) de US$ 269 milhões no mês, ante US$ 39 milhões em janeiro de 2021.

“Destaca-se, na mesma base de comparação, o crescimento dos fluxos brutos de receitas de viagens, 56,8%, totalizando US$ 421 milhões, e despesas de viagens, 124,3%, somando US$ 690 milhões. As despesas líquidas de transportes somaram US$ 542 milhões em janeiro de 2022, ante US$ 351 milhões em janeiro de 2021, seguindo a tendência de expansão da corrente de comércio exterior”, disse o BC.

Projeção

Para o mês de fevereiro de 2022, a estimativa para o resultado em transações correntes é de déficit de US$ 2,6 bilhões, enquanto a de IDP é de ingressos líquidos de US$ 10 bilhões.

Edição: Maria Claudia

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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