BNDES financia segunda usina termelétrica no Porto do Açu

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (14) a aprovação de financiamento de R$ 3,93 bilhões à GNA Geração de Energia S.A. para a implantação de uma segunda usina termelétrica no Porto do Açu, no município de São João da Barra, região norte do estado do Rio de Janeiro.
A termelétrica UTE GNA II terá quatro conjuntos geradores, sendo três movidos a gás natural e um a vapor, e capacidade instalada total de 1.673 megawatts (MW), energia suficiente para o abastecimento de 7,8 milhões de residências. Durante a construção, serão gerados em torno de 5 mil empregos. Outros 500 postos de trabalho deverão ser gerados quando a usina entrar em operação.
O projeto faz parte do parque termelétrico a gás natural que a GNA está construindo no Porto do Açu. A primeira usina, UTE GNA I, de 1.338 MW de capacidade instalada, também teve apoio financeiro do BNDES. A usina está em fase final de construção e entrará em operação comercial no primeiro semestre deste ano. Suas instalações de recebimento, processamento e transporte de gás natural líquido (GNL) serão compartilhadas com a UTE GNA II.
O GNL adquirido será armazenado em uma unidade flutuante FSRU (do nome em inglês ‘Floating Storage Regasification Unit’) que ficará permanentemente atracada. O GNL será convertido em estado gasoso por um terminal de regaseificação, para ser enviado para as duas usinas por um sistema de dutos, informou o BNDES, por meio de sua assessoria de imprensa.
Parque termelétrico
A GNA-Gás Natural Açu é uma joint venture (empreendimento conjunto) formada pela Prumo Logística, a BP e a Siemens, que se dedica ao desenvolvimento, implantação e operação de projetos estruturantes e sustentáveis de energia e gás. A empresa constrói no Porto do Açu o maior parque termelétrico a gás natural da América Latina.
O projeto compreende a implantação de duas térmicas movidas a gás natural (GNA I e GNA II) que, juntas, somarão 3 gigawatts (GW) de capacidade instalada. As duas térmicas vão gerar energia suficiente para atender cerca de 14 milhões de residências. O projeto envolve ainda um Terminal de Regaseificação de GNL (Gás Natural Liquefeito) de 21 milhões de metros cúbicos/dia. O investimento total no projeto alcança cerca de R$ 10 bilhões.
Edição: Fernando Fraga


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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