BNDES vai investir em projetos de saneamento e cisternas em escolas

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou um edital convocando a iniciativa privada a participar do machfunding voltado ao financiamento de obras de saneamento básico em 460 escolas de 16 municípios da Ilha de Marajó.
Pela modalidade machfunding, o banco doará R$1 para cada R$1 do setor privado. No total, devem ser investidos R$ 40 milhões na iniciativa. As informações são do diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, entrevistado do programa A Voz do Brasil desta quarta-feira (4): “Esse é um piloto que vai gerar uma boa experiência que poderá ser ampliado sobretudo para a Região Norte do Brasil”.
Outro projeto do BNDES, dessa vez em parceria com a Fundação Banco do Brasil, vai levar cisternas a mais de duas mil escolas da Região Nordeste. Cada instituição investirá R$ 20 milhões.
“A nossa intenção é trazer a iniciativa privada para que ela doe mais R$ 16 milhões e, com isso, as 3 mil escolas que na Região Nordeste não têm água passem a ter”, disse Aranha.
Outros R$ 160 milhões serão doados por meio do Fundo Socioambiental em parceria com a iniciativa privada. O dinheiro será empregado na melhoria da qualidade do ensino público básico do Brasil. “O que a gente planeja é sempre caminhar em conjunto com a iniciativa privada nesses projetos”, disse o diretor do BNDES.
Estados e municípios podem apresentar projetos para a melhoria da qualidade de ensino, da capacitação dos professores, da infraestrutura das escolas e do material básico. No projeto deve ser identificado qual o parceiro privado que investirá junto com o BNDES.
O diretor do BNDES falou também sobre educação conectada e bioeconomia na Amazônia.
Assista a íntegra do programa:
Edição: Denise Griesinger


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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