Bolsa supera 105 mil pontos e fecha no maior nível desde julho

Num dia de contrastes no mercado financeiro, a bolsa voltou a superar a marca de 105 mil pontos e fechou no nível mais alto desde o fim de julho. O dólar alternou altas e baixas, mas terminou próximo da estabilidade, com pequena valorização.
O índice Ibovespa, da B3, fechou esta terça-feira (10) aos 105.067 pontos, com alta de 1,5%. Com ganhos pela sexta sessão seguida, o indicador está no maior nível desde 29 de julho. Somente nos últimos seis pregões, o índice subiu 12,15%. Na máxima da sessão, bateu 105.758 pontos, o que corresponde ao maior nível intradia (dentro de uma sessão) desde 5 de março, antes do início da pandemia de covid-19.
No mercado de câmbio, a moeda norte-americana iniciou o dia em alta, caiu durante a tarde, mas zerou a queda perto do fim das negociações. O dólar comercial encerrou a terça vendido a R$ 5,391, com alta de R$ 0,005 (+0,11%).
Em relação à bolsa, o Ibovespa seguiu as bolsas internacionais, que continuam influenciadas pela eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos e pelas perspectivas mais positivas em relação a uma vacina contra a covid-19.
Quanto ao dólar, a cotação está se estabilizando em torno dos R$ 5,40. O tom no mercado de câmbio foi misto, com alguns investidores esperando sinais mais concretos sobre as vacinas. As moedas emergentes de forma geral perdiam ante o dólar na sessão, depois de valorizações nos últimos dias.
Mesmo próximo de R$ 5,40, o dólar continua bem abaixo das máximas de quase R$ 5,80 alcançadas no começo do mês. Desde a eleição norte-americana, em 3 de novembro, a moeda acumula queda de 6,42%, o que confere ao real um dos melhores desempenhos no período entre as moedas de países emergentes.
* Com informações da Reuters
Edição: Aline Leal


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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