Brasil bate recorde de exportação de açúcar em 2024, mas cenário para 2025 é incerto

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O Brasil, maior produtor e exportador mundial de açúcar, registrou um desempenho recorde em 2024, tanto em volume exportado quanto em receita. Apesar dos incêndios florestais que afetaram áreas significativas dos canaviais no ano passado, o setor conseguiu ampliar os embarques e a arrecadação com a commodity.

A trajetória de crescimento das exportações começou em 2022, quando o país enviou ao exterior 27,25 milhões de toneladas de açúcar, gerando uma receita de US$ 11,01 bilhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em 2023, o volume subiu 14,8%, alcançando 31,28 milhões de toneladas, e o faturamento cresceu 43%, atingindo US$ 15,75 bilhões.

Já em 2024, o Brasil bateu novos recordes, exportando 38,23 milhões de toneladas de açúcar e arrecadando US$ 18,60 bilhões, um aumento de 22,2% no volume e de 18% na receita em relação ao ano anterior.

Fatores que impulsionaram o crescimento

De acordo com Giovani Ferreira, diretor do Canal Rural Sul, a receita cambial poderia ter sido ainda maior, mas houve uma leve redução no valor pago por tonelada, que passou de US$ 500 em 2023 para cerca de US$ 490 no ano passado.

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Entre os fatores que favoreceram o crescimento das exportações brasileiras, Ferreira destaca os problemas na safra da Índia, um dos principais produtores e consumidores globais de açúcar. O país asiático ainda não conseguiu se recuperar das seguidas quebras de produção, o que contribuiu para a maior demanda pelo produto brasileiro.

Expectativas para 2025

Apesar do desempenho expressivo de 2024, as projeções indicam que o Brasil dificilmente conseguirá repetir ou superar os números alcançados. Ferreira ressalta que, em janeiro de 2024, foram exportadas 3,16 milhões de toneladas, enquanto nos primeiros 20 dias úteis de janeiro de 2025 o volume foi de apenas 1,7 milhão de toneladas.

Para este ano, a expectativa é de que as exportações brasileiras fiquem entre 35 e 36 milhões de toneladas, abaixo da marca recorde do ano anterior, devido à menor oferta nacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Inflação dos Alimentos e os Desafios da Agricultura Brasileira

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O Brasil se caracteriza por ser um país com segurança alimentar, apresentando oferta abundante de alimentos de qualidade e, em geral, acessíveis à população, conforme análise de José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC). Esse cenário é reflexo de uma agricultura moderna, tecnificada, sustentável e competitiva, composta por diversas cadeias produtivas que formam o vasto setor do agronegócio.

Entretanto, a agricultura, por ser uma atividade exposta a diversas variáveis incontroláveis, como o clima, sofre influências que impactam a produtividade, a produção, a sanidade das lavouras e, consequentemente, os resultados econômicos. Neste momento, os alimentos essenciais enfrentam aumento de preços, acompanhados por uma inflação persistente, o que tem pressionado o orçamento dos brasileiros. Não se pode apontar culpados diretos para essa realidade, mas sim reconhecer os fatores imperiosos que a originam.

Em 2024, o excesso de chuvas no Sul e a seca no Centro-Oeste afetaram severamente as principais culturas, resultando em uma perda de cerca de 30 milhões de toneladas de milho, soja, feijão, entre outras. Esse fenômeno climático não foi exclusivo do Brasil, pois impactos semelhantes ocorreram em diversos outros países. A consequência imediata foi o aumento da demanda global por proteínas, enquanto a oferta de grãos e carnes, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, se reduzia. O reflexo disso foi o aumento generalizado dos preços dos alimentos nos mercados doméstico e internacional.

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Embora os custos de produção tenham experimentado uma redução em alguns insumos, como fertilizantes e defensivos, essa queda foi compensada pelos altos custos de energia elétrica, serviços, logística e outros componentes do denominado “custo Brasil”.

Diante desse cenário de preços elevados, tanto no Brasil quanto globalmente, não faz sentido que o Governo Federal considere uma intervenção no mercado. Experiências passadas já demonstraram que essa medida é equivocada, desorganiza o mercado e gera insegurança, afastando produtores e empresários rurais. O resultado é a desarticulação da produção, o que agrava ainda mais a escassez de alimentos.

O que o Governo pode fazer é ampliar a oferta de crédito rural, garantindo que os recursos sejam liberados de maneira oportuna para o preparo das lavouras. Apesar dos anúncios oficiais, produtores de diversas regiões têm se queixado da burocracia e da demora na liberação dos recursos, o que, muitas vezes, compromete o cumprimento dos prazos para plantio, prejudicando a produção e a produtividade na colheita.

Além disso, a importação de alimentos não é uma opção viável no atual contexto, pois, devido à desvalorização do real frente a outras moedas, os produtos importados chegariam ao consumidor com preços mais elevados do que os nacionais.

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A boa notícia, no entanto, é que o Brasil terá uma safra recorde de 330 milhões de toneladas em 2025, o que permitirá reequilibrar a dinâmica entre oferta e demanda, tanto no atacado quanto no varejo. Com isso, os consumidores brasileiros deverão encontrar alimentos com preços mais estabilizados, acessíveis e aceitáveis.

Para o futuro, não se trata de reinventar soluções, mas de apoiar os produtores e aprimorar as políticas de incentivo ao setor primário da economia – agricultura, pecuária, pesca e extrativismo – para garantir que o Brasil continue a liderar a produção de alimentos para o mundo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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