Economia
Caiado anuncia redução para 17% do ICMS em Goiás e preço da gasolina deve cair R$ 0,85
Etanol e diesel também terão redução, bem as alíquotas da energia elétrica, telefonia e internet. Em coletiva, governador reforça respeito à legislação federal e relembra congelamento praticado desde novembro de 2021, para atenuar impacto na vida da população goiana.

O governador Ronaldo Caiado anunciou, nesta segunda-feira (27), que Goiás reduzirá para 17% a alíquota fixa do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Com a medida, terão redução imediata as alíquotas dos combustíveis, da energia elétrica e das telecomunicações.
Com a nova medida, o combustível em Goiás terá redução variada. A alíquota de ICMS da gasolina e do etanol caem de 30% e 25%, respectivamente, para 17%. Já o diesel, cujo porcentual era de 16%, recua para 14%. O cálculo deste último passará a ser feito sobre a média dos preços praticados nos últimos 60 meses, até dezembro de 2022. Com isso, o preço da gasolina ao consumidor final, por exemplo, deve ter queda de R$ 0,85 por litro. Já o etanol, a redução estimada é de R$ 0,38 e o diesel, de R$ 0,14 por litro.
A decisão entra em vigor imediatamente e segue diretrizes da Lei Complementar 194/2022, Governo Federal na última sexta-feira (23), que estipula o teto na cobrança do ICMS. Em coletiva de imprensa, o governador Ronaldo Caiado afirmou que o cenário nacional, de alta inflação e de pessoas desempregadas, requer momento de união.
“Temos de pensar o que cada um dos Poderes constituídos pode fazer para minimizar esses impactos na vida das pessoas. Construir algo que se diga: vamos diminuir o valor das contas”, sublinhou.
Também não será mais adotada a cobrança do Fundo de Proteção Social (Fundo Protege) de 2%, conforme determina a lei. O governador garantiu que este item não afetará o desenvolvimento dos programas sociais do Estado. “Faremos o que pudermos de corte em alguns lugares, para que o tesouro possa arcar com o diferencial. Não vamos abrir mão de nenhuma política social, zero”, enfatizou ao lembrar que, atualmente, Goiás tem expandido essas iniciativas. Citou, como exemplo, a ampliação do Aluguel Social, na área da habitação.
O governador afirmou que uma eventual “queda de braço” neste momento não se justifica. Pelo contrário, é hora de contribuição coletiva. Até porque, sozinho, o ICMS não explica a alta no preço dos combustíveis, já que há outros fatores em jogo e que pesam no bolso do cidadão. “A cota maior que se espera agora, sem dúvida nenhuma, é da Petrobras, em relação aos dividendos que são estratosféricos, e que possa arcar em contribuição com a população brasileira”, relatou.
Outra mudança relacionada à alíquota do ICMS e que fará diferença para o cidadão, a partir do anúncio do governador, será a energia elétrica, cujo imposto reduz de 29% para 17%. Aos consumidores de baixa renda, a queda é de 25% para os mesmos 17%. Contas de serviços de telefonia e internet também terão redução na alíquota do ICMS de 29% para 17%.
Impacto orçamentário
Com o cumprimento da nova lei, Goiás deve deixar de arrecadar R$ 3 bilhões até o fim deste ano. Ainda que o impacto orçamentário seja considerável, a medida anunciada hoje pelo governador Ronaldo Caiado reitera a posição da atual gestão do Estado de cumprir as proposições do Legislativo e do Executivo nacionais. “Lutamos para estarmos sempre modulados com aquilo que a lei determina. Dentro do que é legal, nós imediatamente fazemos”, pontuou.
O governador explicou que desde que aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), em dezembro do ano passado, o Estado tem uma série de deveres a cumprir. Entre eles, o de não alterar a alíquota do ICMS, sob pena de perder os benefícios que o programa de renegociação de dívidas traz a Goiás. E que, agora, essa redução do imposto foi possível porque há amparo na lei complementar sancionada pelo governo federal.
Caiado lembrou que o valor sobre o qual o imposto é cobrado atualmente em território goiano está congelado desde novembro de 2021, gerando economia superior a R$ 473 milhões ao consumidor neste período. Assim, o valor arrecadado por litro de gasolina é de R$ 1,96 por litro, sem o congelamento seria de R$ 2,22 (redução de R$ 0,26 por litro); do álcool, de R$ 1,21 frente ao praticado de R$ 1,19 (menos R$ 0,02); e do diesel de R$ 1,09, enquanto o valor cobrado nas bombas é de R$ 0,80 por litro (menos R$ 0,29).
O governador Ronaldo Caiado falou ainda sobre o gás de cozinha, cuja alíquota efetiva é de 12% cobrada sobre um valor fixado em R$ 104 pelo botijão, desde novembro. “É um preço que está congelado desde o ano passado”, reiterou. “Algumas pessoas insistiam em querer criticar sem entender os efeitos da nossa mudança na base de cálculo”, finalizou.
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ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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