Campo de Tupi é maior produtor de óleo em agosto, diz ANP

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O Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural de agosto, divulgado hoje (29) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), revela que os campos de Búzios, Atapu e Sul de Tupi, que produzem sob o regime de cessão onerosa na região do pré-sal da Bacia de Santos, estão entre os maiores produtores nacionais no período pesquisado.

Com 669,3 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), o campo de Búzios ficou em segundo lugar no país, atrás do campo de Tupi, que produziu 1,2 milhão de boe/d. Atapu ocupou a sexta colocação, produzindo 158,1 mil boe/d, enquanto Sul de Tupi ficou na 11ª posição, produzindo 69,1 mil boe/d.

A ANP destacou que, em agosto, foi iniciada a produção de Sépia, também sob o regime de cessão onerosa, no pré-sal da Bacia de Santos, registrando 8,6 mil boe/d. Os volumes excedentes de Sépia e Atapu serão ofertados na Segunda Rodada de Licitações dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa, programada para ocorrer em 17 de dezembro deste ano.

O Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural do mês de agosto está disponível na página da ANP na internet.

Produção nacional

Em agosto, a produção nacional atingiu 3,856 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboe/d), sendo 2,997 milhões de barris diários (MMbbl/d) de petróleo e 137 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/d) de gás natural. O resultado mostra queda de 1,6% na produção de petróleo em comparação ao mês anterior e redução de 2,9% em comparação com agosto de 2020. No gás natural, houve diminuição de 1,9% em relação ao mês anterior e aumento de 2,3% na comparação com agosto do ano passado.

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No pré-sal, a produção no mês de agosto totalizou 2,764 MMboe/d, sendo 2,193 milhões de barris por dia de petróleo e 90,8 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. Na comparação com julho deste ano, houve queda de 1,5%. Ocorreu retração também de 0,4% sobre o mesmo mês de 2020. A produção do pré-sal foi originada de 131 poços e correspondeu a 71,7% do total produzido no Brasil.

Gás natural

O aproveitamento de gás natural em agosto alcançou 97,7%. Foram disponibilizados ao mercado 55,3 MMm³/dia. A queima de gás no mês foi de 3,1 MMm³/d, mostrando redução de 11,8% se comparada ao mês anterior e de 22,4% se comparada ao mesmo mês de 2020.

A ANP informou ainda que no mês de agosto, os campos marítimos produziram 97,2% do petróleo e 81,9% do gás natural. Os campos operados pela Petrobras foram responsáveis por 92,5% do petróleo e do gás natural produzidos no país.

Destaques

O campo de Tupi, situado no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural do Brasil, registrando 922 Mbbl/d de petróleo e 41,9 MMm3/d de gás natural. Já a plataforma Petrobras 70, produzindo no campo de Atapu por meio de quatro poços a ela interligados, foi a instalação com maior produção de petróleo, da ordem de 159.200 bbl/d.

Por outro lado, a instalação do Polo Arara, produzindo nos campos de Arara Azul, Carapaúna, Cupiúba, Rio Urucu e Sudoeste Urucu, por meio de 29 poços a ela interligados, foi a instalação com maior produção de gás natural, produzindo 6,8 MMm³/d.

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Outro destaque em agosto foi o campo de Estreito, na Bacia Potiguar, que apresentou o maior número de poços produtores terrestres, da ordem de 992. Já Tupi, na Bacia de Santos, foi o campo marítimo com maior número de poços produtores: 63.

Outras informações

Por outro lado, os campos de acumulações marginais produziram 366,9 boe/d, sendo 93,3 bbl/d de petróleo e 43,5 Mm³/d de gás natural. O campo de Iraí, operado pela Petroborn, foi o maior produtor, com 267,2 boe/d.

O boletim revela também que, em agosto de 2021, responderam pela produção nacional de 259 áreas concedidas, quatro de cessão onerosa e quatro de partilha, operadas por 36 empresas. Desse total, 57 são áreas marítimas e 210 terrestres, sendo 11 relativas a contratos de áreas contendo acumulações marginais. A produção ocorreu em 6.272 poços, sendo 495 marítimos e 5.777 terrestres.

O grau API (escala arbitrária que mede a densidade dos líquidos derivados do petróleo) médio do petróleo extraído no Brasil foi de 28, sendo 2,3% da produção considerada óleo leve, 91,2% óleo médio e 6,5 % óleo pesado.

A produção das bacias maduras terrestres (campos/testes de longa duração das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) somou 91,897 Mboe/d, sendo 71,2 mil bbl/d de petróleo e 3,3 MMm³/d de gás natural.

Do total, 67,5 mil boe/d foram produzidos pela Petrobras e 24,4 mil boe/d por concessões não operadas pela Petrobras, dos quais 15.339 boe/d foram produzidos no Rio Grande do Norte, 8.140 boe/d na Bahia, 481 boe/d no Espírito Santo, 235 boe/d em Alagoas e 184 boe/d em Sergipe.

Edição: Denise Griesinger

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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