Opinião

Chimpanzés falam?

Humanos adultos e primatas não humanos focaram inicialmente na ação, alternando entre agentes e pacientes de forma consistente com a codificação relacional, como ocorre quando humanos descrevem ações em imagens estáticas. Já em vídeos com comida, humanos e primatas mostraram um viés claro para agentes no início da ação, mais pronunciado em humanos.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

O estudo científico dos grandes macacos vem descobrindo novas semelhanças com os humanos, o que implica em um ancestral comum, apesar de que haja quem insista que o homem foi criado por último, o que implica que Deus aproveitou o projeto do chimpanzé melhorando 1% do genoma ou 35 milhões de nucleotídeos.

No último 26 de novembro, a PLOS Biology (revista científica de acesso aberto publicada pela Public Library of Science – PLOS) publicou o artigo “Humans and great apes visually track event roles in similar ways” (humanos e grandes primatas rastreiam visualmente os papéis em eventos de modos semelhantes) de Vanessa A. D. Wilson et all.

A linguagem é considerada única aos seres humanos. Um mecanismo importante é a tendência de falantes e ouvintes a decompor eventos em relações agente-paciente, por exemplo, em uma sentença como “Alice pegou a lagarta”, Alice é a agente, e a lagarta, a paciente.

Ao apreender o essencial de eventos em imagens estáticas, as pessoas tendem a identificar os agentes mais rapidamente do que os pacientes e o fazem quase instantaneamente, com pouca variação entre culturas e línguas. A identificação inicial de agentes é tipicamente seguida por uma atenção distribuída entre agentes e pacientes.

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Embora seja evidente que os animais percebam os participantes de eventos, sua atenção pode ser absorvida pelos atributos sociais dos participantes, como suas identidades, papéis sociais ou intenções comportamentais.

A hipótese testada é que os animais são capazes de decomposição de eventos semelhante à humana, mas não possuem motivação ou recursos para comunicar relações agente-paciente. Para explorar isso, testaram como participantes de espécies de hominídeos próximos perceberam uma variedade de eventos naturais.

Compararam respostas visuais a videoclipes curtos entre membros de 4 gêneros de grandes primatas: humanos (Homo sapiens), chimpanzés (Pan troglodytes), gorilas (Gorilla gorilla) e orangotangos (Pongo abelii). Também testaram os bebês humanos de 6 meses de idade, antes de começarem a usar ativamente a linguagem e enquanto ainda desenvolvem habilidades de processamento linguístico.

Humanos adultos e primatas não humanos focaram inicialmente na ação, alternando entre agentes e pacientes de forma consistente com a codificação relacional, como ocorre quando humanos descrevem ações em imagens estáticas. Já em vídeos com comida, humanos e primatas mostraram um viés claro para agentes no início da ação, mais pronunciado em humanos.

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Agentes agindo sobre pacientes inanimados foram mais fáceis de identificar do que em interações sociais, sugerindo que a natureza do paciente influencia a expectativa sobre a agência. Humanos adultos focaram mais em agentes e pacientes, enquanto os primatas exploraram mais outras áreas, especialmente os orangotangos. Essa diferença pode ter origem na detecção de olhares devido ao equipamento ou menor amostra de dados.

Bebês humanos de 6 meses focaram mais em informações de fundo, ao invés de agentes ou pacientes, sugerindo dificuldades em processar eventos dinâmicos complexos.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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ARTIGO

Fatos e narrativas

No ano passado, em sessão da Academia Paulista de Letras Jurídicas, o acadêmico e ex-presidente da República, Professor Doutor Michel Temer, em Conferência, esclareceu que não puniu aqueles baderneiros, pois decidiu seguir o exemplo do ex-presidente Juscelino Kubitschek que anistiara os revoltosos de Aragarças e Jacareacanga que, com armas, tentaram um golpe de Estado, em seu governo.

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Ives Gandra da Silva Martins é professor e advogado

Assisti, outro dia, pelas redes sociais, vídeo sobre a invasão do Congresso Nacional, ocorrida em 24 de maio de 2017, por elementos do PT e do MST, com destruição de dependências do Parlamento e incêndios provocados à entrada. Naquele dia estava numa audiência com o Ministro Celso de Mello no STF e tomamos conhecimento do que ocorria pelo rádio, em seu Gabinete, assim como a decretação do estado de emergência pelo presidente Temer, tal a gravidade do atentado e a determinação para que o Exército tomasse as medidas necessárias para que o episódio fosse encerrado com a desocupação e atitude do do Legislativo.

Apesar da gravidade do atentado contra os Poderes, nenhum dos invasores, depredadores e agressores de funcionários sofreu um processo judicial.

No ano passado, em sessão da Academia Paulista de Letras Jurídicas, o acadêmico e ex-presidente da República, Professor Doutor Michel Temer, em Conferência, esclareceu que não puniu aqueles baderneiros, pois decidiu seguir o exemplo do ex-presidente Juscelino Kubitschek que anistiara os revoltosos de Aragarças e Jacareacanga que, com armas, tentaram um golpe de Estado, em seu governo.

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Comparando os atos de 2017 com os de 8 de janeiro de 2023, neste houve um número maior de pessoas, mas não agressões a funcionários públicos, embora tenha ocorrido, também, depredações que se estenderam ao Executivo e Legislativo, sem necessidade, entretanto, de decretação do Estado de Emergência sendo que, com um contingente não expressivo de militares, o Presidente Lula encerrou a baderna, prendendo 1.700 manifestantes desarmados, sem necessidade de dar um tiro sequer.

Sendo assim, verificando os vídeos, nas redes sociais, das duas manifestações condenáveis, a única diferença foi na extensão maior daquela de 2023 e haver feridos na de 2017, no Governo Temer. As destruições, entretanto, de prédios públicos foram as mesmas.

Há duas semanas, um cidadão suicidou-se perante o Supremo Tribunal Federal, com evidente perturbação mental, tendo se descoberto por mensagens que queria matar o Ministro Alexandre de Moraes.

Em 2018, um outro cidadão esfaqueou o então candidato Bolsonaro, durante a campanha, em fato semelhante ao tiro dado em Trump neste ano, nos Estados Unidos.

Os dois fatos são muito parecidos, assim como as duas manifestações baderneiras de destruição de prédios públicos.

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Ocorre, todavia, que a imprensa e os políticos de Esquerda entenderam que as badernas ocorridas no Governo Temer não foram nem tentativa de golpe e nem atentado violento ao Estado de Direito, mas as de 8 de janeiro foram, assim como o esfaqueamento ao ex-presidente Bolsonaro fora considerado ato isolado, mas o suicídio de quem queria atentar contra o ministro Alexandre de Morais, um ato vinculado a grupo que pretendia um golpe e um atentado ao Estado Democrático de Direito, sem nenhuma prova neste sentido.

Confesso ser cada vez mais difícil interpretar o nosso Direito, tendo a nítida impressão de que o Brasil possui duas espécies de hermenêutica jurídica, em que fatos e circunstâncias semelhantes, devem ser punidos quando praticados por conservadores e desconsiderados quando quem os pratica milita na Esquerda.

Pergunto-me, parafraseando o poeta, “Mudou o Brasil ou mudei eu?”.

Ives Gandra da Silva Martins é professor e advogado

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