Cientistas descobrem mutação que bloqueia via de entrada do HIV em organismo

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Cientistas do Instituto de Pesquisa da Aids IrsiCaixa identificaram uma mutação genética em pessoas com Aids que bloqueia a entrada do vírus HIV em células do sistema imunológico, ao impedir a produção de uma proteína que facilita sua penetração no organismo.

O estudo, publicado na revista “Nature Communications”, demonstra que esta mutação genética impede a produção da proteína Siglec-1, que facilita a penetração do Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV) nas células mieloides, o que abre a porta para desenvolver fármacos complementares aos atuais que bloqueiem esta proteína sem efeitos colaterais.

O trabalho foi realizado por pesquisadores do IrsiCaixa, entidade espanhola de parceria público-privada, e da Universidade de Lausanne, da Suíça, junto com dois grupos de estudo.

“O estudo da genética humana e das pessoas que carecem de um receptor de maneira natural nos forneceu muita informação sobre futuros tratamentos a desenvolver”, destacou Nuria Izquierdo-Useros, pesquisadora do IrsiCaixa que co-lidera o estudo junto com Amalio Telenti, do Instituto Craig Venter, na Califórnia.

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Um mecanismo-chave no processo de disseminação do HIV no organismo é a infecção de suas células-alvo, os linfócitos T-CD4, através das células denominadas mieloides. Este processo, conhecido como transfecção, ocorre quando o vírus penetra nas células mielóides, fica em seu interior e de lá infecta os linfócitos T-CD4.

O estudo dos cientistas identifica pela primeira vez em pessoas infectadas pelo HIV uma variante genética que impede a produção do Siglec-1, o receptor que permite esta entrada do vírus nas células mieloides e sua subsequente transfecção aos linfócitos T-CD4.

Os pesquisadores concluem que esta variante confirma a possibilidade de utilizar o Siglec-1 como possível alvo terapêutico de novos medicamentos, já que sua ausência não tem qualquer consequência clínica aparente nos pacientes.

A presença da mutação genética detectada neste estudo é muito pouco frequente. Estima-se que apenas 1,3% da população europeia a possui em pelo menos uma de seus dois cópias de 23 cromossomos, e aproximadamente 0,05% tem nas duas. Apesar desta frequência tão baixa, o estudo permite identificar pela primeira vez que existem pacientes infectados que, de maneira natural, carecem desta via de dispersão viral.

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Os pesquisadores conseguiram localizar 97 pessoas que tinham a mutação em uma de suas duas cópias de cromossomos e duas que a tinham em ambas. Após estudar no laboratório o efeito destas alterações em células extraídas dos pacientes, os cientistas comprovaram que a mutação reduz a capacidade das células mieloide de capturar o vírus e transferi-lo aos linfócitos T-CD4.

O trabalho averiguou em dois grandes grupos de pacientes com HIV, na Suíça e nos Estados Unidos, se a presença desta mutação pode ser associada a uma determinada evolução da doença, mas terá que continuar realizando estudos que identifiquem mais portadores da mutação genética para poder tirar conclusões. 

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SAÚDE

“Considero o Conselho a maior barreira para o negacionismo nesse país”, afirma Padilha durante reunião do CNS

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Nesta quinta (13), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, marcou presença na 364ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília. A agenda recordou os cinco anos da pandemia de Covid-19, além de abordar a participação social na garantia da equidade dos direitos das mulheres e as ações do Programa Brasil Saudável. O atendimento da população em situação de rua na atenção primária também foi uma das pautas.

Esta foi a primeira participação de Padilha em uma reunião do Conselho, desde que reassumiu a pasta na última segunda (10). Durante a plenária, ele falou das suas expectativas para os próximos dois anos e agradeceu o trabalho do CNS na luta pela defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Alguns sentimentos me movem ao voltar para o Ministério da Saúde e um deles é consolidar a pasta com gestores municipais e estaduais. Como um espaço de controle social, o Conselho Nacional de Saúde é a maior barreira para o negacionismo nesse país e isso nos impulsiona para ser uma referência mundial”, declarou o ministro.

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A presidente do CNS, Fernanda Magano, agradeceu a presença de Padilha na reunião. “É muito importante esse diálogo e os compromissos aqui estabelecidos na defesa do nosso Sistema Único de Saúde. Esperamos que essa reconstrução seja muito proveitosa para as entregas necessárias pela democracia e garantia da vida no nosso país”, declarou.

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364ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília (Foto: Taysa Barros/MS)

Para o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), José Ramix, é urgente a participação e valorização da diversidade na saúde: “Precisamos estimular estratégias que fortaleçam o controle social e a gestão participativa, além de reconhecer o protagonismo dos territórios e das diversas populações dos municípios brasileiros”, observou.

Durante sua fala, o ministro reforçou o pedido de Ramix e destacou, mais uma vez, a urgência da entrega e a obsessão pela redução no tempo de espera pelos atendimentos especializados. “Só vamos conseguir fazer isso acontecer com uma atenção primária fortalecida, valorizada e equilibrada, além de reorganizar as redes de média e alta complexidade”, pontuou.

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Ana Freire
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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