CMN aumenta limite de crédito para cafezais

Um mês depois de liberar recursos para cafezais afetados pela seca e pelo granizo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou o limite de crédito. Cada produtor poderá pegar emprestado até R$ 8 mil por hectare, com o valor total do empréstimo limitado a R$ 400 mil por cafeicultor.
O limite anterior estava em R$ 3 mil por hectare. Em nota, o Ministério da Economia avaliou que a decisão representa um complemento ao voto aprovado em novembro. Na ocasião, o CMN tinha liberado R$ 160 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para produtores que enfrentarão perdas na safra 2020/2021 por causa de fatores climáticos.
Agricultores do RS e SC
O CMN também instituiu uma linha emergencial de crédito para pequenos e médios produtores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que enfrentaram perdas na safra de verão de 2020 por causa da seca. Os empréstimos serão destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
Cada agricultor familiar enquadrado no Pronaf poderá contrair empréstimo de até R$ 50 mil, com juros de 4% ao ano. Para o Pronamp, o limite individual foi fixado em R$ 300 mil, com juros de 5% ao ano. Os empréstimos poderão ser contratados até 15 de fevereiro.
Como condição para ter acesso à linha de crédito, o CMN exigiu que, entre setembro até o fim de dezembro, as perdas das safras sejam formalizadas ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ou o seguro agrícola, que cobre quebras de safra, tenha sido acionado nesse prazo.
Edição: Nélio de Andrade


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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