CNA aciona Cade e pede investigação sobre impacto aos produtores

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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou uma representação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra as associações de empresas e indústrias ligadas à Moratória da Soja. A entidade reforça argumentos já expostos por outras instituições do setor produtivo, como a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.

O Cade abriu um inquérito em setembro de 2024 para analisar se a Moratória da Soja fere a livre concorrência, configurando uma possível infração à ordem econômica. O acordo privado, firmado entre tradings, governo e organizações ambientais, proíbe a comercialização de soja cultivada em áreas desmatadas após julho de 2008 na Amazônia. No entanto, produtores rurais alegam que a medida restringe a livre comercialização do grão e favorece um grupo seleto de empresas.

Segundo a CNA, as tradings que integram a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) controlam quase 90% do mercado de comercialização de soja no Brasil, o que pode configurar abuso de posição dominante. A entidade solicita ao Cade a avaliação dos impactos econômicos para os produtores rurais e eventuais prejuízos financeiros decorrentes da Moratória da Soja.

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Nos últimos anos, a pressão pela revogação do pacto privado cresceu entre produtores de Mato Grosso e Rondônia. Em resposta, 66 organizações da sociedade civil se manifestaram a favor da manutenção da medida e da meta de desmatamento zero na Amazônia.

Em outubro de 2024, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, sancionou uma lei retirando incentivos fiscais de empresas signatárias da Moratória. No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino suspendeu a norma de forma liminar em dezembro. O tema ainda será julgado pelo STF em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7.774), movida por partidos da oposição.

Paralelamente, a deputada Coronel Fernanda busca intermediar um novo acordo, o Pacto de Conformidade Ambiental da Soja (PCAS). O objetivo é reunir produtores, tradings e Ministério Público para construir um modelo mais equilibrado de monitoramento da cadeia produtiva.

Um projeto-piloto está previsto para ser implementado no município de Feliz Natal (foto), em Mato Grosso, com o objetivo de levantar informações que subsidiem a formulação das novas regras. Entretanto, a continuidade das ações judiciais e do processo no Cade pode impactar as negociações para um novo modelo de governança ambiental da soja brasileira.

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Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Safra 2025/26: Impacto do Clima e Perspectivas para Cana, Açúcar e Etanol no Centro-Sul

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Revisão de Março da StoneX para a Safra 2025/26

A terceira revisão das estimativas da safra 2025/26 de cana-de-açúcar no Centro-Sul trouxe ajustes importantes devido ao regime de chuvas abaixo da média nos primeiros meses do ano. Em janeiro e fevereiro, as precipitações somaram apenas 223,4 mm, 35% abaixo da média histórica, comprometendo a umidade do solo e impactando a produtividade dos canaviais.

Diante desse cenário, a consultoria StoneX revisou a estimativa de moagem para 608,5 milhões de toneladas, uma redução em relação à projeção anterior de 611,4 milhões de toneladas. Ainda assim, o volume representa a quarta maior safra da história. A produtividade por hectare (TCH) também sofreu corte, passando de 79,4 ton/ha para 71,9 ton/ha.

Apesar das condições climáticas adversas, o teor de sacarose da cana (ATR) foi revisado para cima, atingindo 141,1 kg/ton, favorecido pelo tempo seco. Com isso, a produção de açúcar foi reajustada para 41,7 milhões de toneladas, um crescimento de 4,2% em relação à safra anterior. As exportações também devem crescer, chegando a 32,6 milhões de toneladas.

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No setor de etanol, a expectativa é de menor demanda em comparação a 2024/25, com a produção projetada em 34,5 milhões de metros cúbicos (-2%). O aumento da mistura do etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, ainda sem data definida, pode estimular a oferta do biocombustível. No caso do etanol de milho, a capacidade de produção no início da safra deve atingir 10,3 milhões de metros cúbicos anuais, com previsão de crescimento de 600 mil metros cúbicos ao longo do ciclo.

Revisão da Safra 2024/25

A StoneX também atualizou os dados da safra 2024/25, que está próxima da conclusão. Até a primeira metade de fevereiro, a moagem acumulada era de 614,4 milhões de toneladas, 5% abaixo do ciclo recorde de 2023/24. A produtividade média ficou em 78,5 ton/ha, com uma área colhida inflada pelo processamento de cana bisada.

O mix destinado ao açúcar ficou em 48%, levemente abaixo da projeção anterior, totalizando 40 milhões de toneladas (-5,6%). No mercado de etanol hidratado, as vendas no mercado interno foram estimadas em 21,6 milhões de metros cúbicos (+16% a/a), reduzindo os estoques finais, mas mantendo um volume relevante para o próximo ciclo.

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Perspectivas Climáticas e Impactos na Safra

O início de 2025 tem sido marcado por temperaturas acima da média no Centro-Sul, acelerando o processo de evapotranspiração e reduzindo a umidade do solo. Apesar disso, índices como o NDVI (que mede a saúde e a densidade da vegetação) continuam elevados, sugerindo um cenário relativamente favorável para a produtividade.

Se as previsões climáticas se concretizarem, com um volume de chuvas acima da média em março, a expectativa é de que o início da safra 2025/26 possa ser adiado. Caso contrário, a colheita deve começar adiantada, com uma cana de menor qualidade e um mix menos voltado para o açúcar, aumentando a oferta de etanol no período inicial do ciclo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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