CNC projeta queda de 4,8% nas vendas para o Dia das Crianças
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta uma retração de 4,8% nas vendas para o Dia das Crianças, comemorado na próxima segunda-feira, dia 12 de outubro. Segundo os dados da pesquisa divulgada hoje (6) pela entidade, esta é a primeira retração depois de quatro anos, mas não é a pior já registrada, pois a queda em 2016 foi de 8,1%.
De acordo com a CNC, a data é a terceira mais importante para o varejo nacional, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. A expectativa é movimentar R$ 6,2 bilhões neste ano. Em maio, a entidade projetou queda de 60% nas vendas para o Dia das Mães, momento em que as curvas de contágios por covid-19 estavam em crescimento acelerado no país e o comércio estava fechado por causa das medidas de isolamento social para conter a pandemia.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho, que registra desemprego em alta, aumento da informalidade e subutilização da força de trabalho, prejudicam as vendas deste ano.
“Este é um desafio para o setor não apenas para esta data comemorativa, mas também para as demais que estão por vir. A redução do valor do auxílio emergencial, a partir de setembro, também deverá dificultar a retomada das vendas, mesmo em um cenário de inflação e juros baixos.”
O único setor com expectativa de crescimento para a data é o de hiper e supermercados, na comparação com o mesmo período de 2019, e devem movimentar R$ 4,4 bilhões, uma alta 3,2%. O segmento de brinquedo e eletroeletrônicos deve registrar queda de 2,5% ou R$ 1,3 bilhão; as livrarias e papelarias devem diminuir as vendas em 9,9% ou R$ 48,1 milhões; e lojas de vestuário e calçados esperam ter uma perda de 22,1% ou R$ 489 milhões.
A pesquisa da CNC aponta que dos 11 itens relacionados ao Dia das Crianças avaliados, cinco devem estar mais baratos do que no ano passado: os brinquedos (-7,5%), sapato infantil (-5,8%), tênis (-3,1%), roupa infantil (-2,6%) e cinema, teatro e concertos (-0,2%).
Já os serviços de lanches deverão estar 10,2% mais caros que em 2019 e os livros 7%. Na média, os itens relacionados à data estão 3,4% mais caros.
Edição: Maria Claudia
ECONOMIA
Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber
Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.
Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.
Melhorias
A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.
Expansão
Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.
Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.
Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.
Fontes de recursos
No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.
Fonte: EBC Economia
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