Entrevista

Como podemos cuidar preventivamente da saúde mental?

A médica psiquiatra da ACP, Dra. Ritele Silva, responde a dúvidas comuns que as pessoas levam ao consultório

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Muitas são as dúvidas quando se fala em saúde mental, ainda mais se o tópico for como prevenir o adoecimento. Em entrevista, a Dra. Ritele Silva, psiquiatra associada a Associação Catarinense de Psiquiatria (ACP), responde as principais dúvidas sobre como cuidar preventivamente da saúde mental.  Vários fatores influenciam nesse aspecto, como o ambiente em que se convive, condições econômicas, genéticas e sociais. Embora alguns não sejam passíveis de mudança, como os herdados (genéticos), é importante entender que nenhum deles age isoladamente. Confira algumas dicas de como cuidar preventivamente da saúde mental.

Dra. Ritele Silva, existe alguma dica geral para que as pessoas cuidem preventivamente da saúde mental?

Entre os hábitos que podemos adotar para cuidar preventivamente da nossa saúde mental estão: estimular a prática de leitura, ouvir música, fazer atividades físicas, meditação entre outras que possam amenizar o estresse diário. Além disso, a alimentação adequada garante energia para que os neurônios desempenhem suas funções básicas, isso associado ao não consumo de produtos que possam prejudicar esse mecanismo de alguma forma, como álcool e drogas.

 

Suplementação alimentar, por exemplo, com cápsulas de ômega 3, é indicado para prevenção de doenças mentais?

A falta de nutrientes é fator de risco para o desenvolvimento de várias doenças. Se a alimentação é completa e bem equilibrada, sem nenhum fator que prejudique a absorção de nutrientes como, por exemplo, doenças inflamatórias intestinais, geralmente, não é necessário nenhum tipo de suplementação. Porém, quando a alimentação não é suficiente, é indicado a reposição de acordo com a avaliação de um profissional. Alguns suplementos prometem uma ação na saúde mental, como compostos presentes no ômega 3, que parecem ter ação benéfica na atividade cerebral, como demonstra estudo publicado na Molecular Psychiatry, uma revista do grupo Nature. Os autores lembram que são necessários mais estudos para ampliar o conhecimento da ação dos suplementos na saúde mental.

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Como nutrir minha saúde mental? Existem alimentos aliados?

A relação dos sistemas digestivo e nervoso não se encontra somente no prazer ao ingerir alimentos. Vários estudos vêm chamando a atenção para a qualidade da alimentação e seu impacto na saúde mental, evidenciando um efeito benéfico quando a dieta é equilibrada, rica em nutrientes e fibras. A microbiota intestinal, microrganismos que vivem em simbiose nessa região, se em desequilíbrio, alteram a absorção dos nutrientes dos alimentos e a resposta adequada da imunidade, e podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais, como a depressão. Dessa forma, a atenção com a alimentação faz parte dos cuidados necessários para promoção e manutenção da qualidade de vida e saúde mental.

 

Sempre se fala em unir saúde física e saúde mental, entre as recomendações está a prática de atividades físicas. O que a atividade física contribui para a “manutenção” da saúde mental?

Os benefícios da atividade física na saúde mental são múltiplos. Estão relacionados aos efeitos benéficos na saúde geral, tratamento de diversas condições clínicas e também nos transtornos mentais. Um grupo de pesquisadores vinculados à Universidade de Granada, na Espanha, identificou que existe associação significativa entre atividade física e bem-estar psicológico, e uma relação entre o sedentarismo e sintomas depressivos.

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Assim como os exames de rotina, como o hemograma, há algum exame que avalie a saúde mental? Como saber se preciso dar mais atenção à minha saúde mental?

Os diagnósticos em saúde mental são realizados através da avaliação clínica, pela anamnese, avaliação das funções mentais e possíveis alterações clínicas que possam contribuir de alguma forma para o desencadear dos sintomas psiquiátricos. No entanto, não existem até o momento exames laboratoriais ou de imagem que sejam capazes de confirmar o diagnóstico dos diversos transtornos mentais, alguns tem resultados promissores, mas ainda em nível de pesquisa. Dessa forma, uma avaliação por um profissional de saúde mental é sempre necessária para um diagnóstico correto e acompanhamento adequado.

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SAÚDE

Encontro promove troca de experiências internacionais no cuidado a pessoas com sífilis

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O Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) promoveu, na terça-feira (11), o webinário Atuação da Enfermagem na Atenção às Pessoas com Sífilis – Relatos de Experiências. O evento, moderado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em cooperação internacional com o Ministério de Saúde e Bem-estar Social do Paraguai, reuniu profissionais e gestores de enfermagem do Brasil e do Paraguai, proporcionando um espaço para a troca de experiências sobre as melhores práticas no tratamento da sífilis

Durante o evento, a Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis brasileira destacou a relevância da troca de experiências entre os profissionais de Saúde entre os dois países para a atualização das práticas de prevenção e manejo da doença, principalmente em gestantes e populações mais vulnerabilizadas, destacando a participação ativa dos profissionais de enfermagem e a colaboração internacional para fortalecer o combate à sífilis na América Latina. 

As representantes do Paraguai, enfermeiras Lucia Belém Martinez Alderete e Alan Nícolas Ascona Gonzales, compartilharam experiências no combate à sífilis congênita, com foco em estratégias de monitoramento e gestão. No Brasil, a enfermeira Ivani Gromann apresentou o trabalho realizado na Atenção Primária à Saúde em Cacoal (Rondônia), enquanto o enfermeiro Erasmo Diógenes discutiu as abordagens no atendimento de pessoas em situação de rua em São José do Rio Preto (São Paulo) e Maria Alix (Ceará) sobre o uso racional da penicilina. 

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O webinário também destacou os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde – especialmente em relação à interpretação de exames e à avaliação de cicatrizes sorológicas, que podem levar à tratamentos inadequados, principalmente em gestantes. 

Outro ponto discutido foi o uso racional da penicilina no tratamento da sífilis, um medicamento regulamentado para prescrição pela enfermagem, mas que ainda enfrenta desafios para garantir que todos os profissionais de saúde estejam qualificados para utilizá-la corretamente. 

Em relação ao atendimento a pessoas em situação de rua, foi apresentado o modelo de cuidado desenvolvido em São José do Rio Preto, enfatizando a distribuição de kits de saúde e a realização de exames no local. 

Swelen Botaro e João Moraes
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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