Confiança do comércio cai 3,1% em outubro, diz CNC

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O Índice da Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 3,1% em outubro, na série comajuste sazonal, acentuando o recuo de 0,4% de setembro. Mesmo com a desaceleração, o índice está em 119,3 pontos, posicionado na zona de confiança.

Os dados foram divulgados hoje (25), no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ela informou que a queda reflete um possível enfraquecimento nas condições atuais e da performance da economia. Na relação sem o ajuste sazonal, o índice não teve variação no mês.

O Icec é um indicador antecedente do varejo e tem como objetivo detectar as tendências das ações empresariais do setor. A pesquisa é feita com cerca de seis mil empresas de todas as capitais do país. O indicador é mensal e vai de zero a 200 pontos, sendo considerado nível de satisfação a partir de 100 pontos.

O resultado negativo de outubro, mesmo com o Dia das Crianças, reverte a trajetória de otimismo observada em junho (12,2%), julho (11,7%) e agosto (4,3%).

“O descenso aprofunda o entendimento de que as condições objetivas dos empresários tornaram-se mais difíceis, provavelmente fruto da ação de fatores que influenciam a economia, tais como a possibilidade do encerramento da transferência do auxílio emergencial, seguida da preocupação decorrente, o aumento do endividamento das famílias, alta dos custos e dos juros, subida dos preços dos insumos e dos produtos industriais, encarecimento dos alimentos, aluguéis, energia, combustíveis e dólar e da inflação”, explica o informe da CNC.

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Segundo a entidade, as empresas de menor porte, com até 50 funcionários, disseram enfrentar condições mais adversas do que as médias e as grandes. Um fator que impactou no indicador este mês foi a inflação.

Entre os componentes do Icec, as quedas foram de 4,5% nas condições atuais e de 3,1% nas expectativas. A intenção de investimentos retraiu 2%. Na comparação com outubro de 2020, o Icec subiu 15,6%.

Confiança regional

Em outubro, a diminuição da confiança do comércio foi mais intensa nas regiões Sul e Sudeste, ambas com -3,7%, seguida pelo Norte (-3,4%). O Nordeste recuou 2,8% e Centro-Oeste, 1%.

Por porte de empresas, as micro e pequenas passaram para a zona superior a 100 pontos em julho, permanecendo no nível de confiança por quatro meses seguidos. Em outubro, a queda foi de 3% e a categoria ficou com 119,1 pontos. Nas empresas com mais de 50 empregados, a variação foi de -3,5% e o patamar está em 125,8 pontos.

Por categoria de uso, todas permaneceram na zona de satisfação. A principal contribuição negativa do Icec ocorreu no segmento de duráveis (-4,2%) e a maior confiança está entre as empresas de bens semiduráveis, (124,6 pontos) depois da queda de 2,9% em outubro.

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Componentes

O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) caiu 9% e chegou a 88,3 pontos em outubro, influenciado pelas condições objetivas da economia. Na percepção da economia, 52,3% dos comerciantes reconheceram a deterioração das condições correntes e apenas 4,7% sentiram melhora, com 43% apontando para uma melhora gradual. Em setembro, o grupo pessimista era de 50,4%.

O componente Expectativas do Empresário do Comércio recuou 3,1%, com queda nos três subcomponentes: economia (-4,6%), setor (-2,9%) e empresa (-1,8%). Segundo a pesquisa da CNC, o comerciante reconheceu que o cenário pode melhorar, sendo que 59,3% consideram que a economia pode avançar pouco e 26,6% acham que pode melhorar muito.

Na intenção de investimentos, o subcomponente contratações de funcionários caiu 5,3% em outubro. Apenas 0,2% dos empresários assinalaram que poderão fazer novos gastos com as empresas e 0,2% em estoques, com o otimismo indicando uma preparação para a Black Friday em novembro.

Ao mesmo tempo, 66,7% dos comerciantes reconheceram que podem aumentar pouco o contingente de funcionários até o fim do ano e 12,9% devem elevar muito as contratações.

Edição: Kleber Sampaio

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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