Consórcio Marco Zero arremata leilão de saneamento do Amapá

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O Consórcio Marco Zero, representado pela empresa Itaú, arrematou a concessão dos serviços de fornecimento de água e esgotamento sanitário dos 16 municípios do estado do Amapá, em leilão realizado na tarde desta quinta-feira (2), na B3, em São Paulo. O leilão teve seis propostas apresentadas.

O leilão de saneamento objetivou selecionar a proposta que combinasse o maior valor de outorga e o menor valor de tarifa. O vencedor apresentou valor de outorga de R$ 930 milhões e desconto de 20% sobre a tarifa. O ágio foi de 1.760% sobre o valor de referência.

O prazo do contrato é de 35 anos de operação do sistema e o projeto prevê R$ 3 bilhões em investimentos. O pagamento do valor da outorga será realizado diretamente aos municípios e a assinatura do contrato estará condicionada ao prévio reajuste da tarifa pelo estado, conforme informações da B3.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, comemorou o resultado. “Esse momento tem um significado muito importante para nosso país por se tratar do primeiro estado da região norte a fazer seu leilão de concessão [de saneamento] e ter o êxito que nós estamos observando. É um abrir de portas para que outros estados sigam o exemplo”, disse o ministro após realização do leilão.

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Ele afirmou que há tratativas com os estados do Acre, Rondônia e Roraima. “É importante que esses estados entendam que é possível sim alcançarmos a universalização, que é um pacto que a sociedade brasileira faz, um pacto civilizatório de mudança de patamar, buscando a desejada parceria com a iniciativa privada.”

De acordo com o governo do estado do Amapá, o objetivo da concessão é que, em até 11 anos, a cobertura de fornecimento de água tratada para a população das zonas urbanas de todos os municípios passe dos atuais 38% para 99%, com investimento de R$ 900 milhões ao logo dos 35 anos de concessão. No esgotamento sanitário, o objetivo é que a cobertura passe de 8% para 90% em até 18 anos, com investimento total de R$ 2,2 bilhões durante o período de atuação da empresa concessionária.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que também estava presente no leilão, considerou o dia histórico. “Estamos falando de saneamento, de algo absolutamente necessário e cujo deficit no Brasil é uma marca vergonhosa. E a correção a partir de um marco legislativo no momento certo, oportuno, para se conferir a irradiação daquilo que é hoje uma energia aqui externada pelo Gustavo Montesano [presidente do BNDES] de que é possível realizar, que é possível servir aos estados, aos municípios, com saneamento básico e com água às pessoas que precisam e que ainda não os têm.”

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Estruturado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o projeto recebeu apoio do governo federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do Ministério da Economia(ME). 

O ME informou ainda que o valor adicional mínimo de outorga será utilizado como parâmetro de investimento que a concessionária utilizará para aplicação em saneamento rural e urbanização nos municípios, mediante definição do estado.

“Daqui a pouco a água está chegando, o esgotamento sanitário estará disponível e à disposição do estado do Amapá e nós vamos chegar à conclusão para todos os brasileiros, para todos os estados, para o distrito federal, para todo o brasil de que é disso aqui que nós precisamos e é isso que nós políticos precisamos fazer, pacificar o Brasil, trabalhar, realizar, cumprir o nosso dever em um ambiente democrático, de estado de direito e de preservação de direitos das pessoas”, disse Pacheco.

Edição: Bruna Saniele

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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