Contas externas têm saldo positivo de US$ 3,84 bilhões em maio

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As contas externas registraram saldo positivo de US$ 3,840 bilhões em maio, de acordo com dados divulgados hoje (25) pelo Banco Central (BC). Em maio de 2020, mês já impactado pela pandemia da covid-19, houve um déficit de US$ 519 milhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

Já em 12 meses, encerrados em maio, foi registrado déficit em transações correntes de US$ 8,367 bilhões, 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 12,726 bilhões (0,86% do PIB) em abril de 2021 e déficit de US$ 65,155 bilhões (3,85% do PIB) no período equivalente terminado em maio de 2020.

No acumulado do ano, o déficit é de US$ 6,213 bilhões, contra saldo negativo de US$ 21,921 de janeiro a maio de 2020.

Balança comercial e de serviços

De acordo com o BC, as exportações de bens totalizaram recorde histórico de US$ 27,152 bilhões em maio, aumento de 54,4% em relação a igual mês de 2020. As importações somaram US$ 19,023 bilhões, incremento de 31,9% na comparação com maio do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial registrou superávit de US$ 8,129 bilhões no mês passado, ante saldo positivo de US$ 3,154 bilhões em maio de 2020.

O déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos, entre outros) manteve a trajetória de retração e atingiu déficit de US$ 1,646 bilhão em maio, ante US$ 1,527 bilhão em igual mês de 2020.

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No caso das viagens internacionais, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 195 milhões, enquanto as despesas de brasileiros no exterior ficaram em US$ 334 milhões. Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit de US$ 139 milhões, ante déficit de US$ 87 milhões em maio de 2020.

Destaca-se também, na mesma base de comparação, a redução de 49,8% nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, de US$ 1,093 bilhão em maio de 2020 para US$ 549 milhões em maio de 2021. De acordo com o BC, isso se deve pela nacionalização (importação) de equipamentos no âmbito do Repetro, ou seja, de bens que passam a ser propriedade de residentes no Brasil, sem a necessidade de pagamento de aluguel a não residentes.

O Repetro é o regime aduaneiro especial de exportação e de importação de bens que se destina às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural, principalmente as plataformas de exploração.

Rendas

Em maio de 2021, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 2,890 bilhões, contra US$ 2,348 bilhões no mesmo mês de 2020.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 247 milhões, contra US$ 204 milhões em maio de 2020.

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Investimentos

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 1,229 bilhão no mês, ante US$ 3,080 bilhões em maio de 2020. Nos 12 meses encerrados em maio de 2021, o IDP totalizou US$ 39,316 bilhões, correspondendo a 2,60% do PIB, em comparação a US$ 41,168 bilhões (2,77% do PIB) no mês anterior e US$ 60,425 bilhões (3,57% do PIB) em maio de 2020.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo.

Em maio, houve ingressos líquidos de investimento em carteira no mercado doméstico no total de US$ 5,951 bilhões, contra US$ 2,184 bilhões de saída líquida em igual período de 2020. No caso das ações e fundos de investimento, houve ingresso de US$ 2,861 bilhões. Já os investimentos em títulos de dívida tiveram entrada líquida de US$ 3,090 bilhões.

O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 353,448 bilhões em maio de 2021, aumento de US$ 2,5 bilhões em comparação ao mês anterior.

Para o mês de junho de 2021, a estimativa do Banco Central para o resultado em transações correntes é de superávit de US$ 6,5 bilhões, enquanto a de IDP é de ingressos líquidos de US$ 2,5 bilhões.

Edição: Fernando Fraga

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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