Covid-19: aumento de casos leva municípios a diminuir atividades
Municípios do estado do Rio de Janeiro resolveram intensificar medidas de combate à covid-19 por causa do aumento de casos da doença.
De acordo com o último boletim da Secretaria Municipal de Saúde, no Rio de Janeiro, a taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) para covid-19 na rede pública – que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais no município – aumentou para 79%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermarias é de 61%.
Conforme a secretaria, a rede municipal tem 901 leitos para a doença. Deste total, 271 são leitos de terapia intensiva. “O número de leitos especializados na rede é maior do que a demanda por internações para tratamento da doença”, disse a pasta.
Os dados mostram que há 589 pacientes internados nas unidades da rede municipal, sendo 268 em unidades de terapia intensiva. A rede pública tem 960 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 445 em UTI. “Não há fila de espera, pois há leitos para todos os pacientes inseridos no sistema de regulação.
Em toda a rede pública da Região Metropolitana 1, que engloba a capital e municípios da Baixada Fluminense, 147 pessoas estão em processo de transferência para leitos de covid-19. Deste total, 50 são para UTI “, informou a secretaria.
São Gonçalo
Em São Gonçalo, na região metropolitana, a prefeitura mandou diminuir a circulação de pessoas nos estabelecimentos comerciais e proibiu atividades com público. Decreto publicado ontem (19) pela prefeitura determina que o isolamento social prossiga até a próxima sexta-feira (27), podendo ser prorrogado.
Em consequência da alta de casos, a Secretaria Municipal de Saúde ampliou o número de leitos de enfermaria e de centros de terapia intensiva nos hospitais que atendem pacientes com o novo coronavírus.
No município do fluxo de clientes dentro dos estabelecimentos comerciais deve ser reduzido, podendo funcionar com dois terços de sua capacidade. A circulação de crianças menores de cinco anos está impedida nesses locais.
A realização de eventos e de qualquer tipo de atividade com presença de público que envolva aglomeração de pessoas está proibida, como também eventos desportivos com público, show, comício e passeata. “Desta forma, devem permanecer fechados os setores de turismo, cultura, lazer, educação, igrejas e centros religiosos, academias e congêneres”, determinou a prefeitura.
O município anotou até ontem 21.818 casos confirmados, 20.299 curados, 81 hospitalizados na Rede Pública Municipal de Saúde, 704 em quarentena domiciliar, 734 óbitos confirmados e 13 óbitos em investigação.
De acordo com a Secretaria de Saúde foram abertos mais seis leitos de CTI no Hospital Franciscano Nossa Senhora das Graças, em Lagoinha, e outros quatro no Retaguarda Gonçalense, no Centro. Todas com infraestrutura necessária, como respiradores e monitores.
Búzios
Na região dos Lagos, o aumento dos casos e o relaxamento da população em relação ao cumprimento dos protocolos de segurança sanitária, segundo a prefeitura. Os fatos levaram o prefeito em exercício, Henrique Gomes, a determinar ações em diversos setores da cidade.
As medidas foram tomadas após os dados de quarta-feira (18), de que no intervalo de apenas um dia, o número de pessoas contaminadas na cidade passou de 730 para 904, um aumento de 174 casos em 24 horas, um registro bem elevado em relação à média observada nas últimas semanas.
O uso obrigatório de máscara em locais públicos, estabelecimentos comerciais, transportes públicos e praias continua valendo e o cumprimento será observado por agentes de posturas, guardas municipais e salva vidas, segundo a prefeitura.
Desde ontem está valendo a restrição para circulação noturna de pessoas na cidade. Não é permitida a entrada no município das 22h às 6h. Também continuam funcionando as barreiras sanitárias localizadas nas duas entradas do município, Rasa e Centrinho. Nelas, agentes de saúde realizam a aferição de temperatura de todos que chegam a Búzios.
A partir de próxima segunda-feira (23), o atendimento aos pacientes com sintomas de Covid-19 será realizado também em todos os postos de saúde. “O morador com suspeita de contaminação pela doença deverá se dirigir à unidade básica de saúde mais próxima de sua casa, restringindo a circulação pela cidade. Os postos de saúde funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h”, orientou a Prefeitura de Búzios.
Niterói
A prefeitura de Niterói decidiu retomar a distribuição de máscaras na cidade. Mais de 500 mil unidades serão entregues pelas administrações regionais até dezembro. Outra medida é a sanitização das vias feita pela Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) e a utilização de carro de som reforçando os protocolos sanitários que devem ser adotados pela população.
As medidas serão adotadas devido ao aumento de casos da covid-19 nos últimos dias e por causa da taxa de ocupação de leitos hospitalares que está em 37%. A cidade registrou 16.225 casos confirmados da dpoença. Desses 15.467 são pacientes recuperados. Pelo menos 148 pessoas estão em isolamento domiciliar, sendo acompanhados pela Secretaria Municipal de Saúde. Niterói registrou 507 óbitos.
Edição: Maria Claudia
SAÚDE
Neuromielite óptica: doença autoimune rara tem diagnóstico complexo
Em agosto de 2017, Samara de Jesus, na época com 24 anos, acordou sentindo um desconforto da cintura para baixo. “Uma sensação de cãibra ou de formigamento”. Como tinha passado por uma cirurgia para retirada do apêndice, achou que os sintomas passariam e seguiu para o trabalho. Em meio a uma crise de estresse, o quadro se agravou. “Caí dura no chão. Não conseguia me movimentar. Perdi o movimento das pernas por alguns segundos”.
O diagnóstico veio algum tempo depois: neuromielite óptica, doença rara que afeta o sistema nervoso central, especificamente o nervo óptico e a medula espinhal. O quadro é caracterizado por fraqueza muscular, fadiga e dor e pode deixar sequelas como cegueira e incapacidade de andar. “Falaram que poderia ser lúpus, esclerose múltipla e outras doenças autoimunes”, lembrou Samara. Em meio ao tratamento, a jovem descobriu ainda uma gestação.
“Tive que ficar afastada porque, depois de seis meses, tive um surto da doença, ainda gestante. Fiquei quase 20 dias internada, perdi o movimento das pernas, perdi o controle da bexiga e do intestino. Fiquei usando sonda enquanto estava gestante. Foi bem mais difícil para desinflamar a coluna e ter melhora no quadro”, contou. Ao todo, foram quatro surtos até iniciar a medicação correta. Hoje, Samara recuperou o movimento das pernas, mas a fraqueza muscular persiste.
“Fiquei com essa sequela. O movimento não retornou por completo por conta dessa fraqueza. Depois do último surto, tenho mais cuidado para andar muito. Minha perna cansa, começa a puxar. Ando com mais dificuldade, mas não ando com auxílio”. Atualmente, não há protocolo clínico ou diretrizes terapêuticas específicas para a neuromielite óptica no Sistema Único de Saúde (SUS), o que pode dificultar não apenas o diagnóstico e o acesso ao tratamento.
No Dia de Conscientização sobre a Neuromielite Óptica, lembrado nesta quarta-feira (27), o prédio do Congresso Nacional, em Brasília, recebe iluminação verde, que será mantida até o próximo domingo (31). O objetivo é chamar a atenção para a conscientização sobre a doença.
No Brasil, até o momento, a única alternativa terapêutica aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a neuromielite óptica é o inebilizumabe, um anticorpo monoclonal aprovado para a redução de risco de surtos e diminuição da incapacidade em adultos diagnosticados. Para que ocorra a oferta desse medicamento no SUS, é necessária a demanda para análise pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Sintomas
Em entrevista à Agência Brasil, o neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Herval Ribeiro Soares Neto, explicou que a doença, ainda pouco conhecida, atinge principalmente mulheres afrodescendentes e asiáticas entre os 30 e 40 anos.
“Nessa doença, o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente e danifica as células saudáveis do sistema nervoso central, o que pode levar à inflamação e à desmielinização, um processo onde a camada protetora dos nervos, chamada mielina, é danificada.”
Especialista nas chamadas doenças desmielinizantes, ele lembra que é importante procurar ajuda médica imediatamente caso o paciente experimente sintomas como perda de visão ou fraqueza súbita, já que o diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno são cruciais para evitar danos permanentes.
“O diagnóstico de neuromielite óptica pode ser desafiador, principalmente porque os sintomas são semelhantes aos de outras doenças autoimunes e desordens do sistema nervoso central, como a esclerose múltipla. O diagnóstico geralmente envolve uma combinação de exames de sangue para detectar anticorpos específicos, como anti-aquaporina 4, ressonância magnética para visualizar lesões no nervo óptico e na medula espinhal e, às vezes, uma punção lombar.”
“Não há cura para a neuromielite óptica, mas hoje existem cuidados e tratamentos que podem ajudar a gerenciar os sintomas e reduzir a frequência dos surtos. O tratamento multidisciplinar, como a fisioterapia, pode ajudar a melhorar a função e a mobilidade.”
O manejo da neuromielite óptica, segundo o médico, exige uma abordagem multidisciplinar e acompanhamento contínuo por uma equipe de saúde especializada, incluindo neurologistas, oftalmologistas e fisioterapeutas, para adaptar os tratamentos às necessidades individuais do paciente e monitorar a progressão da doença.
Tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, a neuromielite óptica chegou a ser considerada, por muito tempo, como uma variável da esclerose múltipla. Os principais sinais e sintomas incluem inflamação do nervo óptico, déficits motores e sensoriais, episódio de soluços inexplicáveis ou náuseas e vômitos. Até o momento, não há um esquema de tratamento estabelecido para a doença nem mesmo em protocolos internacionais.
“Embora vários medicamentos sejam considerados eficazes, não há algoritmos de tratamento ou esquemas terapêuticos amplamente aceitos e suportados por altos níveis de evidência. Diferentes alternativas terapêuticas foram recentemente aprovadas para o tratamento no mundo, incluindo o rituximabe, o tocilizumabe, o eculizumabe e o inebilizumabe”, destacou a Conitec.
Fonte: EBC SAÚDE
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