Crédito rural compartilhará dados como no open banking

A partir do dia 2 de maio, as instituições financeiras que operam o crédito rural poderão compartilhar informações nos moldes do sistema open banking. O Banco Central (BC) aprovou hoje (22) resolução que permite a troca dos dados das operações de crédito com terceiros.
Assim como no open banking, o cliente terá que autorizar o compartilhamento de informações. Entre os dados que podem ser repassados a terceiros estão serviços, taxas disponíveis, horários e canais de atendimento e a troca de dados de cadastros dos clientes e de produtos associados às operações de crédito rural.
Em nota, o BC informou que a medida tem como objetivo ampliar as fontes de recursos para os produtores rurais, que terão mais concorrência para conseguirem crédito com juros mais baixos e melhores condições. O compartilhamento também permitirá, segundo o órgão, aumentar a oferta de serviços financeiros e diminuir a desigualdade de informações no crédito rural.
“Essa maior transparência poderá contribuir para a oferta de crédito em melhores condições para os produtores rurais, de acordo com o risco efetivo de suas operações, e para inserção do produtor em novos mercados”, destacou o BC no comunicado.
Ferramenta
A troca de informações será feita no Sicor, sistema do BC que registra as operações de crédito rural. Com consentimento prévio dos clientes, as informações poderão ser acessadas pelos seguintes tipos de empresas:
- bancos e demais instituições financeiras, como cooperativas de crédito;
- fornecedores de funding (empresas que captam recursos financeiros);
- mercado de capitais (empresas que atuam no mercado de ações e derivativos);
- agências de classificação de risco;
- empresas de auditoria;
- certificadoras.
Edição: Denise Griesinger


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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