Crédito suplementar de 1% no Plano Safra é insuficiente, alerta presidente da Asplan

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, criticou a liberação de apenas R$ 4 bilhões em crédito suplementar pelo governo federal, o que representa 1% do total de R$ 400,59 bilhões anunciados para o Plano Safra. Segundo ele, esse valor é insuficiente para atender às demandas do setor produtivo, que opera dentro de prazos rigorosos para plantio e colheita.
“O setor agrícola necessita de crédito real e acessível para manter suas operações. Esse montante é irrisório diante das necessidades do campo e não resolve os desafios enfrentados pelos produtores”, destacou Morais.
Além do valor reduzido, ele questiona quais serão os critérios para acessar esse recurso e critica a falta de planejamento do governo. “O governo sabia que o Congresso não votaria o orçamento no final do ano passado, mas não buscou alternativas viáveis. O Banco do Nordeste, por exemplo, dispõe de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que não dependem da aprovação orçamentária. Por que essa opção não foi considerada?”, indagou.
Morais também defende que a flexibilização do crédito para cooperativas pelo Banco do Nordeste deveria ser ampliada para os produtores de cana. “Se um produtor enfrenta restrições para acessar financiamento, o governo poderia criar mecanismos alternativos de crédito. Destinar apenas 1% do Plano Safra não é uma solução efetiva para a maioria dos agricultores”, reforçou.
Ele enfatiza que existem alternativas, bastando vontade política para implementá-las. “O governo precisa viabilizar o acesso ao crédito junto ao Banco do Nordeste. Se insistir em liberar apenas esse crédito suplementar insuficiente, o impacto será negativo tanto para o setor produtivo quanto para a economia, refletindo diretamente no custo dos alimentos para a população”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Previsão do IBGE para Safra 2025: Aumento de 10,6% em Relação a 2024

Em fevereiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou suas projeções para a safra de 2025, que totaliza 323,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, representando um aumento de 10,6% em comparação à produção de 2024, que foi de 292,7 milhões de toneladas. A previsão é de um acréscimo de 31,1 milhões de toneladas, embora a estimativa seja 0,5% inferior à de janeiro, com uma queda de 1,6 milhão de toneladas.
A área a ser colhida em 2025 será de 81,0 milhões de hectares, um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, o que equivale a 1,9 milhão de hectares a mais. Em comparação a janeiro, houve um pequeno aumento de 28.921 hectares, ou 0,0%.
Os três principais produtos que compõem a estimativa de safra são arroz, milho e soja, os quais, somados, representam 92,9% da produção prevista e ocupam 87,5% da área a ser colhida. A área destinada à produção de algodão herbáceo (em caroço) cresceu 3,2%, enquanto o arroz em casca teve um aumento de 7,1%. Outros produtos, como feijão, soja e milho, também apresentaram variações significativas em suas áreas cultivadas e estimativas de produção.
Entre os destaques da estimativa estão a soja, com uma previsão de 164,4 milhões de toneladas, e o milho, que deve alcançar 124,8 milhões de toneladas (com 25,3 milhões de toneladas na primeira safra e 99,5 milhões de toneladas na segunda safra). Já a produção de arroz é estimada em 11,5 milhões de toneladas, a de trigo em 7,2 milhões de toneladas, a de algodão herbáceo (em caroço) em 9,0 milhões de toneladas, e a de sorgo em 4,1 milhões de toneladas.
Variação Regional da Produção e Participação por Estado
Em relação às variações anuais de produção por região, o Centro-Oeste, Sul, Sudeste, Nordeste e Norte apresentaram aumentos na produção, destacando-se o Sul, com 11,7% de crescimento. No entanto, as variações mensais indicaram declínios nas produções do Norte e Sul, enquanto o Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste registraram acréscimos.
Mato Grosso segue como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 29,8%, seguido por Paraná (13,6%), Goiás (11,5%), Rio Grande do Sul (11,4%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (5,6%). Esses estados juntos respondem por 79,8% da produção total do país. As regiões Centro-Oeste e Sul dominam a produção, com participações de 49,4% e 27,0%, respectivamente.
Destaques por Produto na Estimativa de Fevereiro de 2025
Em relação ao mês de janeiro, a produção de diversos produtos apresentou variações. O café canephora teve um aumento de 1,5%, e a produção de arroz cresceu 0,7%. Já a produção de milho da segunda safra aumentou 0,6%, enquanto a batata da segunda safra teve uma pequena elevação de 0,3%. Por outro lado, houve quedas na produção de batata da primeira safra (-4,8%), feijão da primeira safra (-1,9%) e soja (-1,3%).
As estimativas de produção também variaram significativamente entre os estados. Goiás, Minas Gerais e Paraná foram os estados com as maiores variações absolutas positivas, enquanto o Rio Grande do Sul, Rondônia e Alagoas registraram quedas em suas previsões.
Perspectivas para Produtos Específicos
- Arroz (em casca): A produção foi estimada em 11,5 milhões de toneladas, um aumento de 0,7% em relação ao mês anterior e de 9,0% em relação a 2024. O crescimento na área plantada se deve à atratividade dos preços da cultura.
- Batata-inglesa: A produção deve alcançar 4,3 milhões de toneladas, uma redução de 2,2% em relação ao mês de janeiro, com São Paulo apresentando uma queda de 16,8% na estimativa de produção.
- Café (em grão): A produção total de café, considerando as espécies arábica e canephora, foi estimada em 3,2 milhões de toneladas. A produção de café arábica teve uma queda de 12,8% em relação a 2024, refletindo uma bienalidade negativa. Já o café canephora apresentou crescimento de 4,9%.
- Cereais de inverno (em grão): Para o trigo, a produção foi estimada em 7,2 milhões de toneladas, com uma queda de 3,8% em relação ao ano passado. A produção de aveia e cevada, por outro lado, mostrou um pequeno aumento.
- Feijão (em grão): A produção de feijão foi estimada em 3,4 milhões de toneladas, um crescimento de 9,6% em relação a 2024, atendendo completamente ao consumo interno do Brasil.
Essas estimativas refletem a dinâmica da agricultura brasileira, com variações importantes tanto em termos de área plantada quanto de produção, com destaque para a soja e o milho, que continuam a dominar o cenário agrícola nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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