Distribuição da Agroecologia no Brasil: Desafios e Oportunidades para o Setor

A agroecologia tem se consolidado como uma alternativa viável para o desenvolvimento sustentável da produção agropecuária. No entanto, sua expansão no Brasil ocorre de maneira desigual, refletindo diferenças geográficas, econômicas e sociais. O artigo “Distribuição espacial da agroecologia no Brasil: uma proposta de organização dos sistemas de produção orgânica em biodistritos”, elaborado pelo engenheiro agrônomo Luis Rangel, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), explora em detalhes esse panorama e propõe soluções para otimizar a distribuição e o crescimento do setor.
A desigualdade na distribuição da agroecologia
A pesquisa realizada por Rangel mostra que a agricultura orgânica, certificada e regulamentada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), está concentrada majoritariamente nas regiões Sul e Sudeste, com destaque para os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Essa concentração pode ser explicada por fatores como o incentivo de políticas públicas locais, a proximidade com mercados consumidores de alto poder aquisitivo e o forte associativismo entre produtores.
Entretanto, os estados do Piauí e do Ceará têm se destacado pelo crescimento relativo no número de estabelecimentos orgânicos, indicando um potencial de expansão para outras regiões do país. O estudo aponta que a falta de bases de dados estruturadas em sistemas georreferenciados é um entrave para uma melhor avaliação do avanço da agricultura orgânica no Brasil, comprometendo a eficiência na formulação de políticas públicas.
O papel dos biodistritos na estruturação da agroecologia
Uma das principais propostas do artigo é a adoção de biodistritos, conceito inspirado em experiências europeias que consiste na criação de arranjos produtivos territoriais voltados à agroecologia. Esses territórios contam com o envolvimento de agricultores, instituições e governos locais para promover a produção orgânica, fortalecer os circuitos curtos de comercialização e estimular a educação alimentar.
Os biodistritos podem contribuir para o aumento da competitividade dos produtos orgânicos brasileiros tanto no mercado interno quanto no externo. Atualmente, 90% do mercado global de alimentos orgânicos é dominado por países como Estados Unidos e Europa, onde as exigências de certificação são elevadas. Estruturar a produção orgânica em biodistritos pode ser um caminho para ampliar a presença do Brasil nesse mercado.
Desafios e oportunidades para a expansão da agroecologia
O crescimento da agroecologia no Brasil depende da superação de desafios estruturais, como a padronização de certificações, a amplificação do acesso a crédito para pequenos produtores e a descentralização da demanda. É necessário também um maior investimento em políticas públicas que incentivem a produção e o consumo de alimentos agroecológicos, como programas de aquisição de alimentos para merenda escolar e feiras orgânicas regionais.
A pesquisa de Rangel também destaca a importância do cooperativismo para o fortalecimento do setor. O modelo associativista permite maior acesso a mercados, reduz custos de produção e amplia as oportunidades de comercialização. Com uma estrutura organizacional bem definida, os produtores podem se beneficiar de incentivos governamentais e aprimorar suas práticas agroecológicas.
Leitura recomendada
Para uma análise mais aprofundada sobre a distribuição espacial da agroecologia no Brasil, seus desafios e as perspectivas de crescimento do setor, leia o artigo na íntegra. O estudo de Luis Rangel apresenta dados detalhados, conceitos de economia espacial e propostas para a implementação de biodistritos no país, oferecendo insights valiosos para produtores, pesquisadores e formuladores de políticas públicas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Mercado de Arroz: Preço em Queda e Expectativa por Exportações

O mercado brasileiro de arroz continua a enfrentar uma queda acentuada nos preços, impulsionada pela colheita que avança rapidamente no país. No Rio Grande do Sul, o processo de ceifa já alcançou 26,21% da área semeada, conforme o mais recente levantamento do Instituto Riograndense do Arroz (Irga). A Fronteira Oeste lidera os trabalhos, seguida pela Planície Costeira Interna, Planície Costeira Externa, Região Central, Campanha e, por último, a Zona Sul.
A aceleração da colheita, em grande parte devido às condições climáticas favoráveis, tem intensificado a oferta de arroz no mercado, o que reforça a pressão para baixo nos preços. “A maior disponibilidade do grão tem influenciado diretamente a baixa nas cotações”, afirma o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz do Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), referência principal no mercado nacional, foi cotada em R$ 83,02 na última quinta-feira (13). Este valor representa uma queda de 6,05% em comparação à semana anterior e um recuo de 15,56% em relação ao mesmo período do mês passado. Além disso, o preço atual é 18,03% inferior ao registrado no mesmo período de 2024.
Exportações em Perspectiva
Enquanto o mercado doméstico enfrenta a pressão da colheita, as exportações permanecem como um fator de expectativa. Há rumores sobre a saída de um navio de arroz pelo porto de Rio Grande na próxima semana, já com parte da nova safra a bordo. “Para abril, ainda não há contratos fechados, apenas embarques negociados em dezembro de 2024”, explica Oliveira. Além disso, circulam informações sobre dois novos embarques, um de 32 mil toneladas e outro de 25 mil toneladas, com detalhes ainda não definidos sobre variedades ou destinos.
No mercado internacional, o Paraguai continua com contratos firmados em 2024, com preços variando entre US$ 360 e US$ 370 por tonelada. No entanto, os preços atuais caíram para US$ 300 a US$ 310 por tonelada, o que sugere uma maior pressão sobre o mercado global. O país vizinho também realizou vendas antecipadas para embarques em fevereiro, mas não houve novos negócios relevantes desde então.
Nos Estados Unidos, a guerra comercial com o México e as políticas do governo Trump ainda são fatores a serem observados, podendo alterar fluxos de exportação e criar novas oportunidades para fornecedores de arroz de outros países. “Uma escalada na disputa comercial pode fazer com que compradores mexicanos busquem o Mercosul, o que pode beneficiar o Brasil e outros produtores da região”, finaliza Oliveira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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