Docas do Rio lançam licitação para modernizar Cais da Gamboa

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A Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) iniciou o processo de licitação para ampliação e modernização do Cais da Gamboa, o mais antigo trecho do Porto do Rio de Janeiro, inaugurado em 1910. As obras envolvem investimentos da ordem de R$ 195 milhões e serão iniciadas em 2021, com previsão de conclusão um ano após a contratação da empresa vencedora da concorrência. O edital de convocação pode ser encontrado no site da CDRJ.

As obras estruturais contemplarão uma faixa do Cais da Gamboa, com extensão de 600 metros entre os cabeços 100 e 124, e permitirão o aprofundamento de berços de atracação, viabilizando também operação com navios de maior porte. 

Segundo o superintendente de Engenharia da CDRJ, Roberto Catalão, os estudos já realizados confirmam a viabilidade técnica, socioeconômica, financeira e ambiental dessa intervenção. Ele disse que a modernização “não vai modificar as condições atuais do meio ambiente e manterá as características básicas do cais existente”.

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Catalão explicou que a estrutura desse trecho do Cais da Gamboa foi projetado e construído com as técnicas disponíveis à época, no começo do século 20, para um calado de cerca de nove metros. “Essa profundidade não atende mais à maioria dos navios modernos, que necessitam de pelo menos 13,5 metros”, disse, acrescentando que para que se possa aumentar esse calado operacional “é preciso modernizar as fundações e estruturas originais do cais, que não suportariam uma dragagem”.

Atratividade

O diretor de Gestão Portuária da CDRJ, Mario Povia, informou que após a execução das obras de modernização do cais, a companhia pretende efetuar a dragagem do trecho.”Para o desenvolvimento de novos negócios e melhoria das condições de atratividade do porto, é imperativo o aumento do calado operacional dessa área, que passará a receber navios de maior porte, permitindo a otimização do uso de uma infraestrutura que é fundamental para o Porto do Rio de Janeiro”.

Com a dragagem, Povia disse que o Porto poderá captar novas cargas e novas linhas de navegação, “dando lastro a outras conquistas do cluster portuário, como a instalação do Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações (VTMIS), a introdução do calado dinâmico e a navegação noturna no canal de acesso, reduzindo os custos operacionais em razão de um significativo aumento de eficiência”. Um cluster portuário consiste em todas as atividades relacionadas à chegada de navios e de cargas na região do porto.

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Na avaliação do superintendente de Gestão Portuária do Rio de Janeiro e Niterói, Leandro Lima, esse trecho do Cais da Gamboa tem grande vocação para movimentar diversos tipos de carga geral e granéis, como trigo, ferro gusa, concentrado de zinco, cargas de apoio às atividades offshore, entre outros. 

“Com a modernização do cais e o aprofundamento do acesso aquaviário, esse mix de cargas será mais variado e rentável, podendo até duplicar a demanda”, disse Lima.

Edição: Fernando Fraga

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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