Dólar cai 2,14% e fecha abaixo de R$ 5 antes de redefinições de juros

O dólar fechou o dia com queda expressiva de 2,14% – a maior desde dezembro de 2021 – e foi cotado a R$ 4,9625. A variação deve-se principalmente a um movimento internacional de desvalorização do dólar. Uma nova oferta de liquidez da autoridade monetária local no mercado de câmbio também ajudou a alimentar as perdas do dólar, segundo operadores.
Também houve ajuste de queda do dólar em relação à maioria das moedas de países emergentes, com destaque para o rand sul-africano e pesos mexicano e chileno, que haviam sofrido ontem (2) com a disparada da divisa norte-americana para perto dos maiores patamares em 20 anos.
A desvalorização do dólar também é influenciada pela reunião do Banco Central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), que deve anunciar mais uma alta de juros nos Estados Unidos. Segundo a Reuters, a alta deve ficar em mais 0,5%. No acumulado, espera-se que a taxa de juros norte-americana termine o ano entre 3 e 4% – a mais alta desde o ano 2000.
No Brasil, a quarta-feira também terá anúncios que afetarão a economia. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciará a revisão da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 11,75%. A expectativa é de acréscimo de um ponto percentual.
Na bolsa, o principal índice brasileiro, o Ibovespa, fechou em leve baixa após flutuação, com investidores cautelosos no período que antecede as decisões econômicas do Brasil e dos Estados Unidos. O Ibovespa caiu 0,1%, a 106.528,09 pontos – terceira baixa seguida. O volume da sessão foi de R$ 23,3 bilhões.
*Com informações da Reuters.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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