Dólar cai para R$ 5,12 e fecha terceira semana seguida de queda

Beneficiado pela entrada de fluxos internacionais durante a tarde, o dólar fechou a terceira semana seguida em queda e está no menor valor em quatro meses. Na quinta semana seguida de valorização, a bolsa de valores aproximou-se dos 114 mil pontos e quase zerou as perdas no ano se desconsiderar a variação cambial.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (4) vendido a R$ 5,125, com recuo de R$ 0,016 (-0,3%). A cotação operou em alta durante quase toda a sessão, atingindo R$ 5,18 por volta das 12h30. No entanto, passou a cair nos 90 minutos finais de negociação.
A moeda norte-americana está no menor valor desde 22 de julho (R$ 5,114) e acumula recuo de 3,77% na semana e de 4,14% em dezembro. Em 2020, a divisa subiu 27,72% ante o real.
No mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 113.750 pontos, com ganho de 1,3%. O indicador operou em alta durante todo o dia, beneficiado pelo ingresso de capital estrangeiro e pelos recordes nas bolsas norte-americanas em meio a avanços nas pesquisas de vacinas contra a covid-19.
Apesar do número recorde de casos diários e de mortes nos Estados Unidos e em países da Europa, os investidores estão animados com a aprovação da vacina no Reino Unido e pela divulgação de planos de imunização em diversos países. A vacinação aumenta as expectativas de reabertura mais rápida de economias avançadas, o que estimula a aplicação em mercados emergentes de maior risco, como o Brasil.
Paralelamente ao avanço das vacinas, a divulgação de que a criação de empregos nos Estados Unidos foi menor que o esperado diminuiu as pressões sobre o câmbio. O desempenho do mercado de trabalho reforça a expectativa de aprovação de um pacote de estímulos na maior economia do planeta que injetará dólares nos mercados globais.
Os três principais índices das bolsas norte-americanas fecharam em máximas históricas. O Dow Jones (índice das empresas industriais) subiu 0,83%, o S&P 500 (das 500 maiores empresas) ganhou 0,88%, e o Nasdaq (das empresas de tecnologia) teve alta de 0,7%.
* Com informações da Reuters
Edição: Liliane Farias


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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