Dólar encosta em R$ 5,45 com tensões no Brasil e no exterior

Influenciado por fatores domésticos e externos, o mercado financeiro teve um dia de turbulências nesta quinta-feira (18). O dólar aproximou-se de R$ 5,45, e a bolsa de valores voltou a ficar abaixo de 120 mil pontos, um dia após ter fechado no maior nível em quase um mês.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,441, com alta de R$ 0,026 (+0,48%). A divisa chegou a operar em queda no início da sessão, atingindo R$ 5,39 na mínima do dia, por volta das 9h30. A cotação, no entanto, ganhou fôlego e começou a subir ainda durante a manhã.
No mercado de ações, o dia foi marcado por perdas. O índice Ibovespa, da B3, fechou a quinta-feira aos 119.199 pontos, com recuo de 0,96%. O indicador abriu em alta, mas reverteu o movimento e passou a cair no início da tarde.
No Brasil, o mercado segue atento às negociações para a recriação do auxílio emergencial. Hoje, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, anunciaram que manterão a votação do benefício e de medidas de ajustes econômicos, apesar da prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ).
Os fatores internacionais, no entanto, foram os principais fatores que influenciaram o mercado financeiro. A alta da inflação nos Estados Unidos aumentou os rendimentos dos títulos públicos do Tesouro norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do mundo.
A migração de recursos para essas aplicações aumenta a cotação do dólar em todo o planeta, prejudicando países emergentes, como o Brasil. Paralelamente, a aceleração global do preço das commodities (bens primários com cotação internacional) tem aumentado a inflação em diversas economias, o que aumenta a aposta de que vários países anteciparão o aumento dos juros, que tinham caído em todo o planeta por causa da pandemia de covid-19.
* Com informações da Reuters
Edição: Bruna Saniele


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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