Dólar fecha em R$ 5,64 e tem maior alta para um dia em seis meses
Uma onda de más notícias do exterior e as tensões econômicas internas fizeram o dólar ter a maior alta diária em seis meses e voltar a aproximar-se de R$ 5,65. A bolsa de valores caiu pelo terceiro dia seguido e encerrou no menor nível em 15 dias.
O dólar comercial fechou esta quarta-feira (24) vendido a R$ 5,64, com forte alta de R$ 0,124 (+2,25%). A cotação operou próxima da estabilidade até o início da tarde, quando passou a disparar e fechou na máxima do dia. Essa foi a maior alta diária desde 18 de setembro, quando a divisa tinha subido 2,79%.
Na bolsa de valores, o dia também foi marcado pela turbulência. O índice Ibovespa, da B3, subiu durante quase toda a sessão, mas inverteu a tendência na hora final de negociação e passou a cair. O indicador fechou o dia aos 112.064 pontos, com recuo de 1,06%. O índice está no nível mais baixo desde o último dia 9.
No exterior, os indicadores foram afetados pelo anúncio, por parte da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de que o país não tem condições de pagar a próxima parcela da ajuda recebida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso contagiou os mercados em toda a América Latina. Paralelamente, as bolsas norte-americanas pioraram perto do fim das negociações, contribuindo para ampliar a volatilidade.
No Brasil, a pressão de governadores para ampliar o auxílio emergencial também refletiu-se no mercado financeiro. No meio da tarde, um grupo de 16 governadores divulgou uma carta em que pedem a ampliação para R$ 600 do valor das próximas parcelas a serem pagas a partir de abril, com os mesmos critérios de 2020. Para investidores, a noticia representa a ameaça de aumento do gasto público sem fonte correspondente de compensação.
* Com informações da Reuters
Edição: Bruna Saniele
ECONOMIA
Governo prorroga Desenrola até 20 de maio
Pela segunda vez, o governo vai prorrogar o Programa Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas de pessoas físicas inadimplentes. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda, a medida provisória com a extensão do programa está prevista para ser publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (28).
Inicialmente, as renegociações acabariam em dezembro, mas tinham sido prorrogadas até 31 de março. O aumento da procura após a unificação do Desenrola com os aplicativos de bancos, do Serasa Limpa Nome e o Caixa Tem justificou a prorrogação. Desde o início do mês, os débitos do Desenrola também podem ser renegociados nas agências dos Correios.
A prorrogação vale apenas para a Faixa 1 do Desenrola, destinada a pessoas com renda de até dois salários mínimos ou inscritas no Cadastro Único para Programa Sociais (CadÚnico) do Governo Federal e a dívidas de até R$ 20 mil. As renegociações para essa categoria começaram em outubro.
Ampliação
Desde o início do ano, o governo tem facilitado a adesão do Desenrola. No fim de janeiro, as pessoas com perfil bronze no Portal Gov.br passaram a poder parcelar as dívidas. Antes, quem tinha a conta desse nível, que tem menos segurança, podia apenas quitar o valor negociado à vista. Com a mudança, a proporção de usuários com login nível bronze subiu de 19% para 40% das negociações diárias.
O governo também passou a integrar a plataforma do Desenrola com os sistemas de atendimento de instituições financeiras e de empresas como o Serasa e os Correios. A integração foi possível por causa da Portaria 124 do Ministério da Fazenda, editada em 29 de janeiro, que autorizou parcerias para ampliar o alcance do programa.
Mais de 700 empresas participam do mutirão, entre bancos, financeiras, comércio varejista, operadoras de telefonia, concessionárias de água e de energia e securitizadoras. Ao todo, mais de 550 milhões de ofertas estão disponíveis no MegaFeirão, além dos descontos de até 96% do Programa Desenrola.
Desde 15 de fevereiro, o Desenrola Brasil passou a ser acessado também por meio do site da Serasa Limpa Nome. Com a integração entre as plataformas, os usuários logados na plataforma da Serasa já conseguem ser redirecionados para o www.desenrola.gov.br, onde é possível consultar as dívidas e fazer os pagamentos nas condições do programa, também sem a necessidade de um outro login.
Segundo os números mais recentes do Ministério da Fazenda, o Desenrola Brasil beneficiou cerca de 12,2 milhões de pessoas, que renegociaram R$ 37,5 bilhões em dívidas. Os descontos médios na plataforma do programa estão em 83%, alguns casos chegando a 96%, com pagamento à vista ou parcelado sem entrada, e com até 60 meses para pagar.
Fonte: EBC Economia
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