Dólar vai a R$ 4,10, com preocupações com cenário político interno e guerra comercial

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O dólar comercial opera em alta pelo terceiro dia seguido nesta sexta-feira, avançando 1,6% e cotado a R$ 4,103. O câmbio reage a sinais de fragilidade na retomada econômica e ao temor entre investidores de que a falta de articulação política possa atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência. O patamar é o maior desde setembro. Pela manhã, a cotação chegou a R$ 4,09.

Na Bolsa, depois de cair 1,75% na véspera, o índice de referência Ibovespa sobe hoje 1,39%, aos 91.274 pontos, impulsionado por bancos, empresas exportadoras e a Vale, que havia sido a “vilã” do pregão anterior. A escalada do dólar, que já acumula alta de mais de 4% este mês, já faz com que os investidores especulem sobre em qual nível o Banco Central terá que intervir para frear a tendência. O banco americano Citi estima que o BC deve agir se o dólar atingir R$ 4,20, patamar atingido em meados de setembro passado, durante o período eleitoral.

“O real já desvalorizou em 11% em 104 dias, com desempenho 7% abaixo de outras emergentes. Logo, podemos estar perto da zona de intervenção”, escreveram os estrategistas do Citi, em nota. “Embora esses números não devam ser levados muito ao pé da letra, dado o novo comando do BC, o risco de intervenção aumentou.”

Hoje, o BC realiza leilão de até US$ 10,1 bilhões em contratos de swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolar estoque que venceria em julho.

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“A moeda americana renova altas e isto é derivado, domesticamente, de ruídos envolvendo o Planalto e sua capacidade de articular a reforma. Há que se considerar também a perspectiva por parte do mercado de corte na (taxa básica de juros) Selic, que faz o diferencial de juros cair”, observou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

Perfeito fez referência à distância entre os juros brasileiros e os de países desenvolvidos. Se a Selic, de fato, for reduzida em uma tentativa de estimular a economia, como alguns economistas esperam, será menor a vantagem proporcionada a investidores estrangeiros que investem aqui. Com atratividade menor, a tendência é que menos dólares entrem no país, o que tende a valorizar a moeda americana frente ao real.

Na quinta-feira, a moeda americana fechou cotada a R$ 4,035, no maior patamar desde setembro. A alta do dólar frente ao real foi a maior entre as 31 principais divisas do mundo.

Preocupações com um possível atraso na reforma da Previdência e com as investigações sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, deixam os investidores apreensivos.

O cenário externo também contribui para a desvalorização do real, com a escalada das tensões na guerra comercial entre China e Estados Unidos levando ao enfraquecimento de moedas de países emergentes. O rand sul-africano recua 0,57%, e o peso mexicano se desvaloriza em 0,52%. Mas o real tem o pior desempenho entre todas as moedas relevantes do mundo nesta sexta-feira.

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A China afirmou nesta sexta-feira que os EUA precisam demonstrar sinceridade para manter negociações comerciais relevantes, reagindo às sanções à gigante chinesa das telecomunicações Huawei, anunciadas na quinta-feira por Washington. Pequim ainda não disse se vai retaliar.

Na Bolsa de Valores, as ações da Vale caíram 3,23% na quinta-feira, após o Ministério Público alertar sobre o risco de rompimento numa barragem. Nesta sexta-feira, os papéis da mineradora sobem 1,27%. Além de a companhia também ser favorecida pela alta do dólar, por ser exportadora, ela também é beneficiada pela alta do minério de ferro, seu principal produto.

A cotação do insumo subiu acima dos US$ 100 a tonelada nesta sexta, o maior nível desde 2014, com os investidores apostando que uma crise global de oferta estimulará uma disputa por cargas, enquanto siderúrgicas da China produzem volumes recordes de aço. O minério de referência subiu 2,5% para US$ 100,35, segundo a Mysteel Global.

A também exportadora Suzano sobe 3,57%. A JBS avança 4,45%, com o setor de proteínas novamente na ponta positiva, em meio a perspectivas de maior demanda da China por causa do surto de febre suína africana, além do câmbio. A Marfrig e a BRF sobem, respectivamente, 3,21% e 0,78%. A CSN sobe 3,27%, com potencial aumento de preço de aço no radar do setor.

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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