Dólar volta a fechar acima de R$ 4,90 com juros altos nos EUA

A perspectiva de que os juros nas economias avançadas fiquem altos por mais tempo que o previsto fez o mercado financeiro global ter uma quinta-feira (21) de turbulência. O dólar voltou a fechar acima de R$ 4,90, e a bolsa de valores (B3) atingiu o menor nível em duas semanas.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,935, com alta de R$ 0,055 (+1,13%). A cotação operou em alta durante toda a sessão. Embora tenha desacelerado para R$ 4,91 no menor nível do dia, por volta das 12h, a moeda norte-americana ganhou força durante a tarde, até fechar perto da máxima.
A cotação está no maior nível desde o último dia 12, quando atingiu R$ 4,95. Com o desempenho de hoje, a divisa acumula alta de 1,36% em setembro, mas cai 6,52% no ano.
No mercado de ações, o dia também foi tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 116.145 pontos, com recuo de 2,15%. O indicador fechou no nível mais baixo desde o último dia 8, com destaque para ações de bancos, petroleiras e mineradoras.
Os investidores reagiram à reunião dessa quarta-feira (20) do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Embora tenha pausado a alta de juros, a autoridade monetária dos Estados Unidos indicou que pode elevar os juros da maior economia do planeta antes do fim do ano ou no início de 2024, caso a inflação não ceda.
Inflação
Nas últimas semanas, um novo choque nos preços internacionais do petróleo voltou a pressionar a inflação nas economias avançadas. O preço do barril do tipo Brent, que estava em torno de US$ 73 em junho, saltou para US$ 93 este mês. Isso induz os principais bancos centrais do planeta a manter os juros elevados por mais tempo, o que estimula a fuga de recursos em países emergentes, como o Brasil.
O dia também foi turbulento no mercado internacional. O índice Dow Jones, das empresas industriais, caiu 1,08%. O S&P 500, das 500 maiores empresas, recuou 1,64%. O Nasdaq, das companhias de tecnologia, perdeu 1,82%.
A Agência Brasil está dando as matérias sobre o fechamento do mercado financeiro apenas em ocasiões extraordinárias. A cotação do dólar e o nível da bolsa de valores não são mais informados todos os dias.
* Com informações da agência Reuters
Fonte: EBC Economia


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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