Eletrobras foi pouco afetada pela pandemia, diz presidente da empresa
Embora estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indiquem queda de 4,5% no consumo energético do país no primeiro semestre do ano passado, a pandemia de covid-19 teve pouco impacto nos resultados da Eletrobras, disse hoje (13) o atual presidente da empresa, Rodrigo Limp.
Segundo Limp, o baixo regime hídrico também não teve influência significativa no desempenho da empresa. De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), de setembro de 2020 a março de 2021, foi registrado o menor volume de chuvas para o período desde 1931, quando teve início as medições da série histórica.
“No início da pandemia, tivemos uma redução forte do consumo, mas já temos sinais fortes de retomada desde o segundo semestre do ano passado. Naturalmente, afeta o preço de energia. E, somado a isso, ainda estamos na pior seca já observada em 91 anos, mas, com relação à exposição ao risco hidrológico, a Eletrobras em si não é tão afetada porque boa parte da energia que é comercializada está no regime de cotas. E, na pandemia, mesmo com todas as dificuldades, o desempenho da Eletrobras foi muito bom. Na transmissão, tivemos o nosso melhor desempenho dos últimos anos”, afirmou Limp, em referência aos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2021.
O presidente da Eletrobras destacou ainda a disponibilidade da empresa em contribuir com eventuais dificuldades que o país enfrentou durante a pandemia. Ele lembrou o apagão energético que atingiu em outubro 13 cidades do Amapá, incluindo a capital, Macapá. “A Eletrobras, de forma muito proativa, atuou para contribuir com a solução. E o que a pandemia pode ter afetado um pouco mais a empresa foi na questão dos investimentos. Na implantação de empreendimentos, talvez tivemos uma execução abaixo do previsto.”
Rodrigo Limp, que tomou posse na presidência da empresa na semana passada, concedeu hoje (13) entrevista coletiva após participar de teleconferência com acionistas e analistas para discutir os resultados relativos ao primeiro trimestre de 2021. O balanço, divulgado ontem (12), mostra lucro líquido de R$1,6 bilhão, resultado 31% superior ao do primeiro trimestre do ano passado.
O relatório também registra o valor de R$3,8 bilhões de Ebitda, que é o lucro operacional excluindo-se os juros, impostos, depreciação e amortização. O montante representa alta de 11% na comparação com o mesmo período de 2020. O bom desempenho foi, segundo o relatório, influenciado pela revisão tarifária periódica, que começou em junho de 2020, e pela estratégia de venda de ativos.
Ainda de acordo com o balanço, nos primeiros três meses do ano, a receita com as atividades de geração de energia fechou em R$5,8 bilhões, uma queda de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, houve crescimento de 25% nas receitas com as atividades de transmissão, que alcançou R$3,8 bilhões.
Privatização
Criada em 1962 para coordenar as empresas do setor elétrico, a Eletrobras é uma sociedade de economia mista e de capital aberto sob controle acionário da União. Na década de 1990, uma reestruturação reduziu suas responsabilidades, porém a empresa ainda controla parte significativa dos sistemas de geração e transmissão de energia, estando presente em todas as regiões do país por meio de suas subsidiárias: Amazonas GT, Eletrosul, Chesf, Eletronorte, Eletronuclear, Furnas, Cepel e Eletrobras Participações. Além de principal acionista dessas empresas, a Eletrobras detém metade do capital de Itaipu Binacional.
Embora venha registrando lucros líquidos anuais desde 2018, o governo federal anunciou em março a inclusão da Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização, com a expectativa de arrecadar até R$ 100 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está encarregado de realizar estudos técnicos que indiquem possibilidades para a privatização, os quais deverão ser concluídos até julho. Considerando as demais fases do processo, incluindo a aprovação no Congresso Nacional, a conclusão da privatização é estimada para até fevereiro de 2022.
O governo estuda um modelo que não envolve a venda de sua participação atual. A ideia é realizar uma capitalização a partir da emissão de ações para entrada de novos investidores, diluindo assim o capital da empresa até que a fatia da União fique inferior a 50%. A venda direta de parte das ações só seria realizada em último caso. Ao mesmo tempo, a empresa vem, desde o ano passado, comercializando parte de seus ativos. Segundo o balanço do primeiro trimestre, a Eletrobras tem atualmente participação em 83 sociedades de propósito específico (SPEs), e a a meta é chegar a 49 até o fim do ano.
Segundo a diretora financeira e de Relações com Investidores da Eletrobras, Elvira Cavalcanti Presta, não há neste momento nenhuma definição sobre venda de participações em usinas estruturantes. “Estamos sempre abertos a analisar eventuais propostas que recebidas. Então, tudo depende da análise de custo-benefício. Se recebermos propostas para as nossas participações, faremos análises internas para decidir se vale a pena fazer alguma alienação. Nesse momento não há nada planejado.”
Por outro lado, a empresa destinou, no primeiro trimestre deste ano, R$ 273 milhões para investimentos na geração. A maior parte dos recursos, cerca de R$ 133 milhões, foi designado para a retomada da construção da usina nuclear Angra 3. As obras estavam paradas desde 2015 e, na próxima semana, serão abertas propostas para obras civis e montagem eletromecânica. Em transmissão, a companhia investiu R$ 142 milhões, dos quais R$ 96 milhões foram destinados a reforço e melhorias.
Edição: Nádia Franco
ECONOMIA
Produtores de 16 estados poderão renegociar dívidas do crédito rural
Produtores de 16 estados afetados por eventos climáticos ou pela queda de preços agrícolas poderão renegociar dívidas do crédito rural para investimentos, autorizou nesta quinta-feira (28) o Conselho Monetário Nacional (CMN). Os pedidos precisam ser feitos até 31 de maio.
Em nota, o Ministério da Fazenda informou que a medida foi necessária porque, na safra 2023/2024, o comportamento climático nas principais regiões produtoras afetou negativamente algumas lavouras, principalmente de soja e milho, reduzindo a produtividade em localidades específicas das regiões Sul, Centro-Oeste e do estado de São Paulo.
Além disso, o Ministério da Agricultura informou que os produtores rurais têm enfrentado dificuldades com a queda no preço da soja, do milho, da carne e do leite em algumas regiões e com insumos caros.
As instituições financeiras poderão renegociar, a seu critério, até 100% do valor principal das parcelas com vencimento entre 2 de janeiro e 30 de dezembro deste ano. As linhas de crédito precisam ter sido contratadas até 30 de dezembro do ano passado, e o tomador tem que precisa estar em dia com as parcelas até esta data.
Enquadramento
A renegociação abrange parcelas de linhas de crédito rural de investimento contratadas com recursos controlados (recursos equalizados, recursos obrigatórios e recursos dos Fundos Constitucionais do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste). Os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.
As atividades produtivas e os estados beneficiados são os seguintes:
• soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;
• bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;
• soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
• bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;
• soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;
• bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.
As parcelas renegociadas devem ser corrigidas pelos encargos financeiros contratuais, inclusive para situação de inadimplência quando for o caso. No entanto, as parcelas com vencimento entre 28 de março e 15 de abril de 2024 podem ser corrigidas pelos encargos contratuais para a situação de normalidade, dispensando os encargos extras por causa de inadimplência. O mutuário deve pagar pelo menos os encargos financeiros previstos para este ano, nas respectivas datas de vencimento das parcelas.
Nas linhas de crédito com a última parcela prevista para vencimento em 2024, 2025 ou 2026, até 100% do valor principal das parcelas de 2024 podem ser reprogramados para reembolso em até um ano após o vencimento da última parcela prevista no cronograma de reembolso vigente.
Nas operações com a última parcela prevista após 2026, até 100% do principal das parcelas de 2024 devem ser somados ao saldo devedor e redistribuídos nas parcelas a vencerem a partir de 2025.
Estimativas
A renegociação abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.
Caso todas as parcelas das operações aptas à renegociação sejam prorrogadas, o custo será R$ 3,2 bilhões, distribuídos entre 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos Planos Safra 2024/2025.
Pronaf
Quanto às dívidas de operações de crédito do Pronaf com recursos dos fundos constitucionais, o CMN autorizou os mutuários afetados por mudanças climáticas a pedir a renegociação até 120 dias após o vencimento da prestação. Até agora, não havia norma sobre as condições de renegociação após esse prazo.
Para as parcelas vencidas há mais de 120 dias, o CMN definiu que devem ser aplicados os encargos para a situação de inadimplência. No entanto, esses encargos serão atrelados aos fundos constitucionais, que cobram juros menores que as demais linhas de crédito rural.
Fonte: EBC Economia
-
CONCURSO7 dias atrás
Prefeitura de Nova Glória abre concurso para 144 vagas com salário de até R$ 13,2 mil
-
PLANTÃO POLICIAL7 dias atrás
PC realiza cumprimento de mandado de prisão em desfavor de suspeito de estupro em Rianápolis
-
CIDADES7 dias atrás
Chapada dos Veadeiros: Pai morre no dia do aniversário ao salvar filha de afogamento no Vale da Lua; Assista
-
CIDADES3 dias atrás
Em Goiás, professora denuncia que foi demitida após ter fotos nua vazadas por alunos
-
Acidente7 dias atrás
Veja quem eram as cinco vítimas da mesma família mortas em acidente na BR-452
-
PLANTÃO POLICIAL7 dias atrás
Em Goiás, dois ex-PMs estão entre os suspeitos de roubos mortos em confronto em rodovia
-
Acidente4 dias atrás
Ciclistas são atropelados por carro de luxo e motorista foge sem prestar socorro às vítimas na BR-153; Assista
-
EDUCAÇÃO5 dias atrás
UniEvangélica recebe equipe do MEC para avaliar implantação do curso de medicina