Plantão Policial
Em Caldas Novas, pai finge que matou criança atropelada para isentar filho de culpa
O menino estava com a família, que descarregava o carro dentro de casa, quando correu para a rua.

Um pai de 54 anos assumiu falsamente que matou uma criança de 2 anos atropelada para tentar isentar o filho, de 22 anos, que foi quem realmente cometeu o crime. O caso aconteceu no último dia 9 de junho em Caldas Novas, no entanto, a Polícia Civil (PC) concluiu as investigações somente nesta quarta-feira (28).
O delegado da PC, Tiago Fraga Ferrão explicou que a vítima, identificada como Arthur Vitor, estava com a família, que descarregava o carro dentro da garagem de casa. Em certo momento, a mãe de Arthur foi pegar uma blusa e a criança acabou saindo correndo para a rua, momento em que foi atropelada e morreu.
“Quando a criança correu, um carro que vinha freou bruscamente e a mulher que dirigia conta que conseguiu descer e ir até o menino. Porém, um segundo veículo que vinha na mesma direção, cortou o carro da mulher que estava parado e atingiu a vítima. A mulher diz que até fez sinal para ele parar, mas não adiantou. Com o impacto o menino ficou debaixo do veículo e foram populares que conseguiram retirá-lo de lá e levar para o hospital”, explicou o delegado.
Investigações
Conforme a PC, inicialmente, o principal suspeito foi o homem de 54 anos. Ao ser interrogado, ele assumiu que dirigia o carro e que atropelou o menino. No entanto, os investigadores ficaram desconfiados de que o homem estivesse mentindo, responsabilizando-se pelo crime para tentar proteger seu filho, de 22 anos, que, segundo o pai, também ocupava o carro no dia do acidente.
A partir disso, testemunhas foram ouvidas e análises de imagens foram realizadas e, dessa forma, a suspeita foi confirmada. Segundo a investigação, o pai do jovem estava no banco do carona e o rapaz eram quem dirigia o veículo. Além disso, os investigadores descobriram que o rapaz apresentava sinais de embriaguez, como odor etílico e dificuldade para se equilibrar em pé.
“Ambos disseram que não viram a criança, apenas ouviram quando uma mulher gritou falando: “meu filho, meu filho”. Mas só pararam quando sentiram um baque embaixo do carro”, detalhou o investigador.
Na visão dos investigadores, o motorista foi imprudente ao tentar realizar manobra de ultrapassagem e acidente seria evitável, se uma atitude mais cautelosa tivesse sido adotada. Diante dos fatos, o jovem foi indiciado pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, sob influência de álcool, cuja pena varia de 5 a 8 anos de prisão. O inquérito policial foi finalizado e remetido ao Poder Judiciário.
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