Estoque de produtos agrícolas tem queda de 17% no primeiro semestre

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O estoque de produtos agrícolas no Brasil teve queda de 17% no primeiro semestre de 2020, totalizando 52,9 milhões de toneladas, frente às 63,7 milhões de toneladas do período anterior. Os dados são da Pesquisa de Estoques, divulgada hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todos os produtos apresentaram queda. As mais expressivas foram do milho (28,1%) e do café (23,0%). O maior volume estocado era de soja (30,8 milhões de toneladas), seguido pelo milho (13,3 milhões), arroz (4,1 milhões), trigo (1,9 milhão) e café (839,4 mil). Esses produtos somam 96,2% do total estocado entre os monitorados pelo IBGE.

Armazenamento

A capacidade disponível para armazenamento de produtos agrícolas no Brasil fechou o primeiro semestre de 2020 em 176,5 milhões de toneladas, uma queda de 0,7% em relação ao semestre anterior. O número de estabelecimentos diminuiu 0,5%, segundo o IBGE.

O maior número de estabelecimentos de armazenagem está no Rio Grande do Sul, com 1.920, e a maior capacidade é no Mato Grosso, com 43,8 milhões de toneladas. Entre os tipos de estabelecimentos, os silos predominam com alta de 0,2% e 86,8 milhões de toneladas de capacidade útil de armazenagem, o que representa 49,1% do total.

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Os armazéns graneleiros e granelizados ficaram em segundo lugar, responsáveis por 37,7% da armazenagem nacional, com 66,5 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável, uma queda de 0,3% em relação à verificada no período anterior. Os armazéns convencionais, estruturais e infláveis somaram 23,3 milhões de toneladas, uma queda de 4,8% em relação ao segundo semestre de 2019, e representam 13,2% da capacidade total de armazenagem do país.

O IBGE contabilizou 7.903 estabelecimentos ativos no primeiro semestre de 2020. Apenas a Região Sul teve acréscimo de 0,3%. A Região Norte teve queda de 0,9%, a Nordeste de 1,9%, a Sudeste de 1,8% e a Centro-Oeste diminuiu em 0,6% o número de estabelecimentos ativos.

Edição: Fernando Fraga

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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