Agronegócio

Ex-ministro da agricultura analisa o impacto das taxações norte-americanas

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A política de aumento de tarifas adotada pelo governo dos Estados Unidos está remodelando o cenário global das negociações comerciais, gerando impactos diretos em diversos setores econômicos. Entre os segmentos afetados, destaca-se o sucroalcooleiro brasileiro, que pode enfrentar mudanças significativas com o anúncio de novas taxas sobre o etanol nacional.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, com 36,8 bilhões de litros produzidos na safra 2023/24, mas ainda assim importa volumes significativos do biocombustível. Essa aparente contradição ocorre por fatores logísticos e econômicos.

O etanol de milho dos Estados Unidos, embarcado principalmente em Houston, chega às regiões Norte e Nordeste com um custo até 15% menor que o nacional, tornando-se uma opção competitiva nessas áreas.

Além disso, em momentos de entressafra ou quando a produção interna não atende totalmente à demanda, o Brasil importa etanol anidro, usado na mistura obrigatória de 27% na gasolina, para garantir o abastecimento. Apesar dessas importações, a crescente produção nacional, impulsionada pelo etanol de milho, tem reduzido a dependência externa e fortalecido o setor bioenergético do país.

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Em entrevista ao Estadão, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, destacou que, embora o impacto imediato possa ser limitado, o principal risco está na necessidade de o Brasil reduzir suas próprias tarifas, o que poderia abrir espaço para a entrada de etanol de outros países no mercado nacional.

O ex-ministro também ressaltou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao açúcar brasileiro são consideravelmente altas, dificultando as exportações para aquele país e tornando essencial uma estratégia de negociação cuidadosa e equilibrada.

O protecionismo norte-americano, segundo especialistas, pode gerar um efeito em cadeia no comércio mundial, afetando diretamente a economia brasileira. O agronegócio, que representa uma das principais fontes de receita do país, poderia sofrer impactos significativos caso as tarifas sejam elevadas de forma generalizada sobre commodities agrícolas. Dados do setor indicam que, em 2024, o saldo comercial brasileiro foi de aproximadamente 440 bilhões de dólares, com grande participação do agronegócio.

Diante deste cenário, o governo brasileiro avalia recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar eventuais taxações que prejudiquem a competitividade dos produtos nacionais.

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No entanto, especialistas apontam que, apesar da importância da OMC, o processo pode ser demorado. O caminho mais eficiente seria uma negociação diplomática bem conduzida, buscando alternativas viáveis para mitigar possíveis impactos negativos.

Além disso, o governo brasileiro tem intensificado seus esforços para ampliar os acordos comerciais e fortalecer a infraestrutura logística, elementos fundamentais para a competitividade do setor agropecuário. Nos últimos anos, foram firmados mais de 300 acordos comerciais, demonstrando a crescente relevância do país no cenário global.

A expectativa é que, por meio de um diálogo construtivo e equilibrado, seja possível evitar rupturas drásticas e garantir a estabilidade do agronegócio brasileiro frente às mudanças no comércio internacional.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Mercado recua após Fed manter juros e prever cortes em 2025

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Os contratos futuros dos principais índices de Wall Street registravam queda nesta quinta-feira (…), um dia após o Federal Reserve (Fed) manter a taxa de juros inalterada e reafirmar a projeção de dois cortes ao longo de 2025. A cautela do mercado reflete, além da decisão do banco central, as incertezas relacionadas às políticas comerciais dos Estados Unidos.

Na quarta-feira, o Fed confirmou a manutenção dos juros, em linha com as expectativas dos investidores. No entanto, a autoridade monetária revisou suas projeções econômicas, indicando um crescimento ligeiramente menor, inflação mais alta e um aumento modesto da taxa de desemprego até o próximo ano.

“É muito difícil prever como isso vai se desenrolar”, afirmou o presidente do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa após a reunião de dois dias do comitê de política monetária.

Atualmente, o mercado precifica um total de 63 pontos-base de flexibilização monetária para este ano, atribuindo uma probabilidade de 60% a um corte de 25 pontos-base já em junho, conforme a ferramenta FedWatch da CME.

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Desempenho dos índices

Na sessão anterior, os principais índices de Wall Street registraram alta: o S&P 500 avançou 1%, o Nasdaq subiu 1,4% e o Dow Jones teve alta próxima a 1%. No entanto, nesta quinta-feira, os futuros do S&P 500 recuavam 0,62%, enquanto os contratos futuros do Nasdaq 100 caíam 0,75% e os do Dow Jones, 0,54%.

Apesar dos ganhos em três das últimas quatro sessões, o S&P 500 acumula uma queda de 3,5% no ano, enquanto o Nasdaq registra um recuo de 8% no mesmo período. A desvalorização dos índices eliminou todos os ganhos obtidos desde a eleição do ex-presidente Donald Trump em novembro, refletindo as preocupações do mercado com o ritmo da atividade econômica e as tensões comerciais decorrentes das políticas protecionistas adotadas pelo governo norte-americano.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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