Exportações de arroz despencam em maio em meio à polêmica do leilão da Conab

As exportações brasileiras de arroz em maio deste ano alcançaram 103,3 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 41,8 milhões, conforme divulgado nesta quinta-feira (20.06) pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).
Esses dados, baseados em informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), mostram uma significativa retração nos embarques de arroz, enquanto o setor enfrenta uma polêmica sobre o leilão de importação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que pode resultar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Em comparação com o mesmo período do ano passado, as exportações caíram 47,7% em volume, passando de 197,5 mil toneladas em maio de 2023 para 103,3 mil toneladas em maio de 2024. A receita também diminuiu, com uma queda de 38,6%, de US$ 68,1 milhões para US$ 41,8 milhões.
O arroz beneficiado, que é uma parte significativa das exportações, também viu uma queda substancial. Em maio, foram exportadas 50,7 mil toneladas, gerando US$ 21,4 milhões. Comparado ao mesmo mês do ano anterior, houve uma redução de 40,8% em volume e de 19,5% em receita. Os principais destinos do arroz beneficiado brasileiro incluíram Senegal, Peru, Estados Unidos, Cabo Verde, Guatemala, Costa Rica, Panamá, Cuba, Trinidad e Tobago, e Bélgica.
Paralelamente, as importações de arroz pelo Brasil aumentaram. Em maio deste ano, o país importou 144,6 mil toneladas de arroz, com um custo total de US$ 64,8 milhões. Isso representa um aumento de 11,4% em volume e um impressionante crescimento de 46,9% em valor comparado a maio de 2023.
A queda nas exportações e o aumento nas importações ocorrem em meio a uma crescente controvérsia sobre o leilão de importação de arroz realizado pela Conab. O processo tem sido alvo de críticas e pode levar à abertura de uma CPI para investigar possíveis irregularidades. Produtores e associações do setor têm manifestado preocupações sobre o impacto dessas importações na produção nacional e nos preços do mercado interno.
Fonte: Pensar Agro


Agronegócio
Perspectivas para a Safra de Trigo 2025 em São Paulo: Desafios e Oportunidades no Setor

A primeira reunião de 2025 da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, promovida pelo Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), aconteceu na quinta-feira, 13 de março, na Cooperativa Capão Bonito, localizada em Capão Bonito (SP). O evento, realizado de forma híbrida, abordou os desafios enfrentados pelo setor, as perspectivas para as safras de 2024/2025 e 2025/2026, além de analisar o mercado internacional do grão.
Para a safra de trigo de 2025, a previsão é de estabilidade na área cultivada, apesar de alguns indícios de redução em algumas cooperativas devido à migração de produtores para outras culturas, como sorgo e milho, motivada pelos custos de produção. No entanto, o trigo continua sendo uma opção atraente para os agricultores paulistas, impulsionado pela forte demanda das indústrias moageiras e pela rapidez na comercialização do grão. O vice-presidente da Câmara Setorial do Trigo, José Reinaldo Oliveira, afirmou: “Existem várias alternativas de cultivo, mas o trigo segue competitivo, pois a demanda permanece constante e o estoque disponível para os moinhos é baixo.”
Embora fatores climáticos ainda apresentem incertezas, Oliveira demonstrou otimismo quanto à produtividade da próxima safra. “Se as condições climáticas forem favoráveis, com chuvas regulares e temperaturas adequadas, podemos alcançar níveis de produção semelhantes aos de anos anteriores. O trigo continua sendo uma opção viável, oferecendo segurança econômica ao produtor”, afirmou.
O presidente da Câmara Setorial do Trigo, Nelson Montagna, que participou remotamente, reforçou a importância da expansão da produção estadual. “Há mercado e demanda para o trigo paulista. Precisamos focar na qualidade e no crescimento do setor, que enfrentará altos e baixos, mas a tendência é de progresso”, resumiu Montagna.
Impactos Globais: Guerra e Competitividade no Mercado Internacional
O analista de mercado de trigo da Safras & Mercado, Élcio Bento, abordou o cenário internacional, destacando como os fatores globais influenciam diretamente os preços no Brasil. “O Brasil está atrelado ao mercado argentino, que é influenciado pelas flutuações das bolsas norte-americanas”, comparou Bento. Ele ainda ressaltou que a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que em 2018 reduziu drasticamente as exportações de trigo americano para o mercado chinês, pode criar novas oportunidades para o trigo argentino. “Caso os EUA enfrentem restrições, o trigo argentino pode ganhar espaço na China”, explicou Bento.
Outro ponto importante levantado foi o impacto da guerra na Ucrânia, que tem afetado o fluxo de trigo pelo Mar Negro. Bento prevê que, no curto prazo, a normalização desse fluxo poderia aliviar a pressão sobre os preços globais, embora o impacto para a safra de 2025 seja limitado. Ele ainda destacou a crescente competitividade do trigo argentino em relação ao produto americano, apontando que, para atender à demanda paulista, o estado precisará importar o grão.
Atualizações sobre o Cenário Paulista: Desafios e Inovações no Setor
Raquel Nakazato Pinotti, pesquisadora científica da APTA e assessora de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), representou o coordenador das Câmaras Setoriais da SAA, José Carlos de Faria Cardoso Júnior. Ela enfatizou a necessidade de uma proposta tributária que considere as especificidades do trigo paulista, sem depender de mandatos políticos. “É essencial criar uma política tributária que apoie a produção e garanta que o produtor tenha as condições necessárias para avançar”, afirmou.
A reunião também abordou o panorama atual do plantio no estado, com as maiores cooperativas paulistas compartilhando suas projeções de produção de trigo. Além disso, foram apresentados estudos sobre novas cultivares e alternativas para mitigar problemas fitossanitários. A APTA trouxe um estudo sobre o uso do Tereoil, um composto de terebintina para desinfecção de fungos contaminantes. A Biotrigo Genética, por sua vez, apresentou um panorama sobre o desempenho das principais variedades cultivadas em São Paulo.
O setor segue com desafios a serem superados, mas as perspectivas para o trigo paulista permanecem positivas, com foco na qualidade e na sustentabilidade da produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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