Exportações do agronegócio brasileiro recuam em 2024 após quatro anos de recordes

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O faturamento em dólar com as exportações do agronegócio brasileiro registrou uma queda de 1,3% em 2024 na comparação com o ano anterior, totalizando US$ 164,4 bilhões. O levantamento, realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, tem como base os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Secretaria de Comércio Exterior (Siscomex). O recuo ocorre após quatro anos consecutivos de avanços e recordes no faturamento das exportações do setor, entre 2020 e 2023.

Os pesquisadores do Cepea destacam, no entanto, que a forte desvalorização de 6% do real frente ao dólar em 2024, mesmo considerando a inflação brasileira, impulsionou um crescimento de 4,6% no faturamento em moeda nacional.

A queda no faturamento em dólar foi influenciada pela redução de 3% no volume exportado pelo agronegócio brasileiro, ainda que o preço médio anual dos produtos tenha aumentado 1,7% em dólar. Entre os principais fatores para a retração do volume embarcado está a expressiva queda de 28,8% nos envios do complexo soja (grão, farelo e óleo) e do milho. Por outro lado, houve crescimento significativo nas exportações de algodão em pluma (+71%), café (+30%), açúcar (+22%) e carne bovina (+26%).

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Perspectivas para 2025

A safra 2024/25 de soja, milho e algodão no Brasil deve apresentar crescimento, ampliando a disponibilidade desses produtos tanto para o mercado interno quanto para exportação. No entanto, os preços internacionais dependerão do cenário global de oferta, especialmente de grandes produtores como Argentina, Estados Unidos e Ucrânia.

No segmento da carne bovina, a expectativa é de que a oferta permaneça restrita em 2025 devido ao ciclo pecuário, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A demanda chinesa deve seguir como fator determinante para os preços, já que o país é responsável por mais da metade das importações da carne bovina brasileira.

A tendência é de que o dólar siga cotado acima de R$ 5,50 ao longo de 2025, favorecendo a competitividade das exportações do agronegócio. No entanto, desafios permanecem, como a possível imposição de tarifas sobre produtos brasileiros, o que poderia impactar os preços nos mercados consumidores e reconfigurar parcerias comerciais globais.

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Fonte: Portal do Agronegócio

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Proteção do Solo na Safrinha: Estratégia Crucial para a Sustentabilidade e Produtividade

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Com a colheita da soja concluída, chega o momento oportuno para a implementação da cobertura do solo, uma prática essencial para a sustentabilidade e a manutenção da produtividade agrícola. De acordo com Gessí Ceccon, engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste, localizada em Dourados, MS, essa prática não só protege o solo da erosão, mas também melhora suas condições físicas, favorecendo a produtividade das safras subsequentes. “A soja, uma cultura de grande valor econômico no verão, é a predominante na região, mas após a sua colheita, é imperativo focar na melhoria das condições do solo”, afirma Ceccon.

O milho é apontado como a principal cultura para integrar o sistema de plantio direto, devido ao seu sistema radicular vigoroso, que contribui para a descompactação do solo. “Apesar de o foco principal ser a produtividade de grãos, o milho desempenha um papel crucial na melhoria da estrutura do solo. Suas raízes, que se desenvolvem de maneira profunda, aproveitam a umidade residual e geram poros que favorecem a infiltração de água”, destaca o engenheiro agrônomo.

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Além disso, a consorciação do milho com a braquiária surge como uma estratégia eficaz, sendo pesquisada pela Embrapa há mais de 20 anos. As raízes do milho geram poros maiores, enquanto as da braquiária formam poros menores, ambos essenciais para a infiltração e o armazenamento de água no solo. Embora o manejo dessa consorciação apresente desafios técnicos, como o controle da população de plantas e o uso de herbicidas, os benefícios da técnica são evidentes. “A braquiária se destaca quando o milho atinge sua fase de maturidade, proporcionando uma cobertura uniforme que protege o solo contra a erosão e a perda de umidade”, complementa Ceccon.

A braquiária também desempenha um papel crucial na fixação da palha, evitando que ventos fortes a desloquem e, assim, preservando a proteção da superfície do solo. Após o plantio do milho, a Embrapa recomenda a utilização de leguminosas como a crotalária ochroleuca, em consórcio com a braquiária, para uma cobertura ainda mais eficiente. “A crotalária tem raízes pivotantes que se desenvolvem profundamente, o que contribui para um solo mais estruturado”, explica o especialista.

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O manejo adequado dessas plantas deve ser realizado no momento correto, o que inclui a intervenção na braquiária no mês de junho, para reiniciar a produção de massa e garantir a qualidade da cobertura do solo. Ceccon enfatiza que “plantar braquiária isolada já não é mais uma prática recomendada. Sempre que possível, deve-se associá-la a leguminosas, a fim de aprimorar a qualidade da cobertura”.

Essas estratégias, quando bem implementadas, permitem o plantio da soja em condições ideais, próximas da dessecação, proporcionando um solo de melhor qualidade e maior eficiência produtiva. “Cada detalhe no manejo do solo faz uma grande diferença na produtividade e na sustentabilidade do sistema agropecuário”, conclui Ceccon.

Fonte: Portal do Agronegócio

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