FGV: IGP-DI acumula alta de 23,08% em 2020

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O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou em dezembro e variou 0,76%, acumulando alta de 23,08% no ano. Mesmo com a desaceleração no mês, o ano fechou com a maior alta desde 2002. Em novembro, o índice teve alta de 2,64%. 

Em dezembro de 2019 a variação foi de 1,74%, com elevação de 7,70% em 12 meses. Os dados foram divulgados hoje (8), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

Segundo o coordenador dos Índices de Preços, André Braz, o IGP-DI foi fortemente influenciado no ano passado pela variação das matérias-primas básicas que têm regulação de preços pelo mercado internacional, as chamadas commodities.

Commodities importantes registraram aumentos históricos em 2020 e levaram o IGP a fechar o ano com a maior alta desde 2002: 26,41%. Minério de ferro (107,15%), soja (79,45%) e milho (68,81%) estão entre os maiores destaques”, explicou o coordenador.

IPA

Entre os componentes do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,68% em dezembro, depois de variar 3,31% em novembro. A alta no ano foi de 31,72%.

Por estágios de processamento, o grupo Bens Finais variou de 2,61% em novembro para 1,62% em dezembro, com destaque para o recuo no subgrupo alimentos processados, que passou de 4,14% para 1,23%. 

No ano, a taxa acumulou alta de 15,62%. O índice de Bens Finais (ex), que exclui os alimentos in natura e combustíveis para o consumo, passou de 2,40% em novembro para 0,81% em dezembro.

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Para o grupo Bens Intermediários, a taxa passou de 3,38% em novembro para 1,60% em dezembro, com alta de 21,68% em 2020. O destaque no mês analisado foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, que caiu de 3,88% em novembro para 0,33% em dezembro. 

O índice de Bens Intermediários (ex), que exclui os combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 0,74% em dezembro, depois de subir 3,62% no mês anterior.

A taxa das Matérias-Primas Brutas recuou 0,81% em dezembro, após alta de 3,80% em novembro, e fechou o ano com variação positiva de 60,56%. Os destaques no mês foram a soja em grão (6,49% para -12,72%), milho em grão (15,69% para -6,77%) e bovinos (7,53% para -4,87%). As principais altas neste grupo foram no minério de ferro (-2,68% para 13,32%), leite in natura (-4,32% para 2,80%) e na mandioca (-1,12% para 2,23%).

IPC

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve leve aceleração, subindo 1,07% em dezembro, após alta de 0,94% em novembro. A taxa fechou 2020 com expansão de 5,17%.

Tiveram aumento na taxa as classes de despesa Habitação (0,33% para 2,87%), Vestuário (0,04% para 0,38%), Despesas Diversas (0,09% para 0,22%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,18% para 0,29%). As maiores influências nessas classes foram os itens tarifa de eletricidade residencial, cuja variação passou de 0,16% em novembro para 11,93% em dezembro, roupas (0,01% para 0,35%), alimentos para animais domésticos (-1,35% para 2,18%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,18% para 0,69%).

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Tiveram retração na variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (3,00% para -0,58%), Alimentação (1,88% para 1,47%), Transportes (0,93% para 0,68%) e Comunicação (0,14% para 0,02%). 

Os destaques foram a passagem aérea (24,19% para -9,49%), hortaliças e legumes (11,58% para -1,61%), gasolina (1,99% para 0,92%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,29% para 0,00%).

No ano de 2020, o grupo Alimentação acumulou alta de 12,84%, Habitação subiu 5,57% e Educação, Leitura e Recreação aumentou 4,88%. O único grupo que fechou o ano com variação negativa foi Vestuário, que caiu 0,88%.

O índice de difusão do IPC, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 73,55%. Isso representa 8,39 pontos percentuais acima do registrado em novembro, quando a difusão ficou em 65,16%.

INCC

O último componente do IGP-DI, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,70% em dezembro, ante 1,28% no mês anterior.

Todos os grupos registraram  variação na passagem de novembro para dezembro, com Materiais e Equipamentos passando de 2,82% para 1,59%, Serviços caiu de 0,81% para 0,25% e Mão de Obra foi de 0,22% em novembro para 0,10% em dezembro.

No ano, o INCC ficou em 8,81%, com o indicador de Materiais, Equipamentos e Serviços acumulando alta de 16,28%.

Edição: Kleber Sampaio

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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